Agronegócio

Queijo Cozido pode ser reconhecido como iguaria artesanal de Minas

Caracterizar produto típico da região do Estado pode estimular novos negócios aos 450 produtores locais
Queijo Cozido pode ser reconhecido como iguaria artesanal de Minas
São estimadas cerca de 450 famílias produtoras da iguaria no Vale do Jequitinhonha | Crédito: Leonardo Morais/ Diário do Comércio

Você já experimentou ou ouviu falar no Queijo Cozido? Cabacinha? Trança? O Governo de Minas anunciou, nesta terça-feira (16), Dia dos Queijos Artesanais de Minas Gerais, a possibilidade de oficializar a produção do Queijo Cozido, típico da região do Vale do Jequitinhonha, como um produto artesanal mineiro. O reconhecimento trará destaque e valorização para a iguaria produzida em Minas Gerais, já que o Queijo Cozido ainda não é legitimado por instâncias governamentais no Brasil.

Segundo o diretor de Agroindústria e Cooperativismo da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Ranier Chaves Figueiredo, a publicação de uma resolução oficializando a produção da iguaria está em andamento. “A medida é de grande importância para estimular a produção sustentável, o consumo consciente e contribuir com a economia regional”, adianta. 

De acordo com a Lei Estadual Nº 23.157 de 2018, o Estado de Minas Gerais deve reconhecer e identificar todos os queijos artesanais do Estado. “A Emater-MG (Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais) também está empenhada conosco neste processo de caracterização do Queijo Cozido do Vale do Jequitinhonha”, pontua. Na região, cerca de 450 produtores fabricam o queijo sem regulamento técnico de qualidade para comercialização legal.

A valorização do produto como artesanal mineiro certamente incentivará a produção e o consumo da iguaria.

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Há reconhecimento do Queijo Cozido em outras regiões de Minas?

Desde o ano de 2019, o governo mineiro atua para realizar a caracterização de novas regiões produtoras de queijos artesanais. Esse trabalho abrange a cidade de Alagoa, na região da Mantiqueira, forte produtora de Queijo Cozido. Outras três regiões ganharam reconhecimento como produtoras de QMA: as regiões da Serras da Ibitipoca, Chapada de Diamantina e na região de Entre Serras da Piedade ao Caraça.

Atualmente, o Estado conta com 15 regiões oficialmente reconhecidas como produtoras de todos os tipos artesanais da iguaria.

Em dezembro de 2022, Minas Gerais mais uma vez se destacou ao reconhecer o Queijo Minas Artesanal na variedade de Casca Florida (QMACF), tornando-se a única unidade federativa do País a possuir regimentos específicos para produtos artesanais com essa característica.

Quais as principais características do produto?

“O Queijo Cozido não é um queijo parmesão, mas lembra muito. Assim como os demais, é um queijo feito de leite de vaca sem pasteurização. Ele costuma passar por um tempo de maturação específico que varia muito. Além disso, ganha uma versatilidade interessante de preparo em receitas. Pode ser trançado, feito em formatos de cabacinhas ou trufado com recheios”, explica o consultor do Sistema Faemg e especialista em queijos, Elmer de Almeida.

De acordo com Elmer, Minas possui quatro categorias do produto, sendo elas os queijos crus, fundidos, cabacinhas e os cozidos. “No caso do Queijo Cozido, ele é produzido e reconhecido na Mantiqueira, no Sul de Minas, no Mucuri e no Vale do Rio Doce. Porém, no Vale do Jequitinhonha não há um regulamento técnico de identidade e qualidade do produto que é produzido naquela região”, aponta. “Por isso, o reconhecimento é fundamental para que os produtores estejam aptos a realizar a venda na legalidade”, conclui.

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