Agronegócio

Queijo d’Alagoa retoma as vendas na loja física com demanda em alta

Queijo d’Alagoa retoma as vendas na loja física com demanda em alta
Crédito: Divulgação

A pandemia do Covid-19 trouxe diversos desafios para os produtores de queijos de Minas Gerais. Em Alagoa, no Sul de Minas Gerais, após o fechamento das lojas, empórios, bares e restaurantes em diversas cidades do País e a suspensão das atividades turísticas no município, a comercialização dos queijos caiu expressivamente e precisou ser revista.

A decisão de atuar com maior ênfase nas redes sociais foi fundamental para escoar a produção. Agora, com o início da reabertura das atividades econômicas em várias cidades e a permissão para reabrir os empreendimentos em Alagoa, a demanda pelos queijos segue aquecida e a tendência é aumentar a produção para atender ao mercado, que foi ampliado.

Pioneiro na venda de queijos pela internet, o fundador da Queijo d’Alagoa-MG, Osvaldo Filho, explica que a loja física da Queijo d’Alagoa-MG ficou fechada por 125 dias e, devido ao decreto da prefeitura, foi reaberta no dia 25 de julho. A reabertura marcou a retomada do turismo na região, que ainda funciona com capacidade reduzida e atendendo aos protocolos de segurança para evitar a disseminação do Covid-19.

De acordo com Osvaldo, nos primeiros 15 dias de fechamento da loja e suspensão das atividades turísticas, foi registrada queda muito grande nas vendas, uma vez que os queijos são vendidos para os turistas e também bares, restaurantes e empórios de vários estados, que também tiveram as atividades suspensas para o controle do Covid-19.

Pérola da Mantiqueira – “Foi um período de muitos desafios, quando precisamos investir em novos meios de comercialização para evitar prejuízos ainda maiores. Começamos uma campanha ampla nas redes sociais. Com o auxílio de amigos, famosos e chefes de cozinha, conseguimos ampliar a venda pela internet e escoar toda a produção. No início da pandemia, com a queda nas vendas, também tivemos que criar um novo produto para aproveitar o leite, o queijo Pérola da Mantiqueira”, conta.

Do novo queijo, foram produzidas 20 peças de 20 quilos com película de carvão vegetal. O período de maturação foi de 60 dias. “Com a reabertura da loja e a retomada de parte do turismo, no primeiro dia de funcionamento, vendemos todo o queijo Pérola da Mantiqueira. Já estamos produzindo uma nova remessa e as expectativas são muito positivas”, afirma.

Ainda segundo Osvaldo, a demanda pelos produtos segue em alta. A loja comercializa queijos produzidos por dez famílias, que chegam ao volume total de 2 toneladas ao mês. Ao todo, são 12 variedades. Outro queijo recém-lançado foi o Queijo do Eli. São produzidas apenas oito peças por dia na região da Serra do Condado, colaborando para mais uma família escoar sua produção.

“Agora, estamos vendo a retomada de vários segmentos, inclusive de empórios que já eram nossos clientes. Já aumentamos um pouco a produção e pretendemos expandir ainda mais para atender ao mercado da internet e também os atacadistas que já eram nossos clientes e suspenderam as compras devido à pandemia”.

A expectativa é de crescimento das vendas e a ideia, para este segundo semestre ou para o primeiro semestre de 2021, é construir uma nova queijaria para aumentar a produção de queijos na propriedade de Osvaldo. De acordo ele, a comercialização dos queijos produzidos em Alagoa tem papel social e econômico relevantes no município.

“Comecei todo este trabalho para ajudar o produtor Sô Batistinha, que enfrentava problemas com a comercialização e preços baixos. Hoje enxergo que o trabalho está causando uma transformação social do município. Com a venda dos queijos, que são de alta qualidade, o mercado está reconhecendo a importância do produtor. Também estamos agregando valor ao queijo, lutando pela conservação da cultura e da tradição, fomentando a economia e gerando renda”, disse.

Reconhecimento – Durante a pandemia, houve outro avanço que poderá ampliar ainda mais a comercialização dos queijos de Alagoa. O governo de Minas, por meio do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) e da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG), vinculados da Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), identificou Alagoa como produtora de “Queijo Artesanal de Alagoa”.

Com o reconhecimento, está sendo feita a determinação do padrão de identidade e de qualidade dos queijos para elaboração dos regulamentos dos produtos. Depois desse processo, os produtores poderão solicitar junto ao IMA o registro das queijarias e, posteriormente, o Selo Arte para a venda dos queijos em todo o território brasileiro.

“Depois de dez anos, tivemos esse reconhecimento importantíssimo. Com o processo de regulamentação concluído – o que espero que aconteça até o final do ano -, vamos regularizar as queijarias e buscar pelas certificações e selos. Dessa forma, vamos vender nosso produto com segurança para todo o País”, destacou.

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