Reabertura impulsiona exportações de cachaça

As exportações de cachaça do País e Minas Gerais voltaram a crescer em 2021. Com maior controle da pandemia de Covid-19, o que permitiu a reabertura de bares e restaurantes pelo mundo, os embarques, em volume, cresceram 29,52% no Brasil e 9,42% em Minas se comparados com 2020. Em relação a 2019, os volumes ainda estão um pouco inferiores, mas é esperada recuperação e retomada do crescimento frente a 2019 este ano.
Apesar da alta, o volume de cachaça exportado é pequeno, respondendo por pouco mais de 1% da produção nacional. O Instituto Brasileiro da Cachaça (Ibrac), junto a outras entidades do setor, espera, para este ano, a retomada de feiras internacionais e a realização de ações que promovam as exportações da cachaça, como as rodadas de negócios. Em conjunto, outra iniciativa que pode estimular a ampliação dos embarques é a capacitação dos empresários do setor.
De acordo com o diretor-executivo do Ibrac, Carlos Lima, após um ano de 2020 com resultados muito negativos, 2021 foi importante para o início da retomada.
“O setor da cachaça teve um 2020 muito complicado. A pandemia atingiu duramente o setor porque fechou o principal canal de vendas no exterior, que são os restaurantes e bares. No exterior, as vendas nestes canais representam de 80% a 85% do consumo da bebida. Em 2021, a reabertura destes espaços fez com que tivéssemos esta forte retomada dos embarques”, diz.
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Os resultados do ano passado foram considerados muito importantes e mostram que o setor conseguiu superar diversos desafios, como a escassez de insumos – com destaque para garrafas -, dificuldades com a oferta de contêineres e encarecimento do frete marítimo, que para alguns destinos ficou até 200% mais caro.
Conforme os dados do Ibrac, a cachaça brasileira foi destinada ao mercado de 67 países. Em 2020, a exportação em litros retraiu 23,9% em relação a 2019, totalizando 5,57 milhões de litros exportados. Já em 2021, foram vendidos para o mercado externo cerca de 7,22 milhões de litros de cachaça, um crescimento de 29,52%.
No mesmo período, em relação ao faturamento, enquanto em 2020 o setor movimentou US$ 9,5 milhões (34,8% a menos que em 2019), no último ano esse faturamento chegou próximo de US$ 13,17 milhões, um avanço de 38,39%.
Estados
Entre os principais estados exportadores, em termos de valor, São Paulo e Pernambuco lideram o ranking de 2021, com o total de US$ 6,09 milhões e US$ 1,84 milhão exportados, respectivamente. Em seguida, estão Rio de Janeiro (US$ 1,30 milhão), Paraná (US$ 1,23 milhão) e Minas Gerais, com um faturamento de US$ 1,08 milhão).
Em volume estão: São Paulo (3,15 milhões de litros), Pernambuco (1,95 milhão de litros), Paraná (1,15 milhão de litros) e Rio de Janeiro (378 mil litros). Minas Gerais ficou na quinta colocação, com o embarque de 248 mil litros, variação positiva de 9,42% sobre 2020.
Principais destinos
Dentre os principais destinos, em valor movimentado, estão os Estados Unidos, Alemanha e Paraguai. Ao longo de 2021, os EUA importaram um valor total de US$ 3,48 milhões, crescimento de 56% em relação a 2020. Já o valor de importação alemã teve um aumento de 41,37%, passando para US$ 1,88 milhão em 2021. O Paraguai importou US$ 1,32 milhão em valor no último ano.
Em volume, os três países também lideram o ranking. O Paraguai é o maior comprador e foi responsável pela aquisição de 1,63 milhão de litros em 2021. A Alemanha também importou 1,63 milhão de litros no ano passado, volume 47,75% maior. Os EUA estão em terceiro lugar, com 903 mil litros importados.
De acordo com Carlos Lima, apesar dos números positivos, as exportações de cachaça ainda são muito pequenas frente ao potencial. A estimativa é de que pouco mais de 1% da produção nacional de cachaça é destinada ao mercado internacional.
“O volume exportado de cachaça ainda é muito pouco se comparado com o volume de produção do Brasil. Durante este ano, o Ibrac junto com a Apex e outros parceiros irão investir na capacitação das micro e pequenas empresas para que elas possam se preparar para exportar. Será uma ação integrada. Nosso plano ainda prevê a participação em feiras internacionais e também a realização de rodadas de negócios com compradores internacionais e empresários que ainda não exportam. São ações importantes e integradas que podem contribuir para a expansão do mercado e das exportações”.
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