Agronegócio

Recurso exclusivo para pesquisa vai potencializar Epamig

Pela primeira vez em 50 anos, Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais contará com recursos para investir em pesquisas; valor deve variar entre R$ 30 milhões a R$ 40 milhões/ano
Recurso exclusivo para pesquisa vai potencializar Epamig
Foto: Janine Guedes / Epamig

Pela primeira vez em 50 anos de fundação, a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) vai receber recursos, via Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), para investimentos em pesquisas. Com valores que podem variar, conforme estimativas atuais, de uma média de R$ 30 milhões a R$ 40 milhões por ano, é esperado um salto nas pesquisas. Os estudos são essenciais para a evolução da produção mineira do agronegócio e também para a diversificação.

A expectativa é que pesquisas voltadas para o desenvolvimento de novas cultivares de várias espécies, melhorias genéticas, azeite, café, vinhos e até mesmo de inovação, como o cultivo embaixo de placas solares, sejam favorecidas. 

A diretora-presidente da Epamig, Nilda Soares, explica que, em 2024, a empresa de pesquisa completa 50 anos e, ao longo da história, passou por diversos momentos, alguns de fragilidade de orçamentos e que a garantia de recursos voltados para pesquisas é um grande avanço.

“Nos últimos anos, a Epamig trabalhou com o valor de custeio gerado por ela própria, através de resíduos de pesquisa. Esse valor foi o responsável por abastecer as demandas das pesquisas e também todas necessidades administrativas, o que pesava muito no orçamento. Então, com a Lei 24.821/2024, a Epamig passa a ter recursos garantidos, via Fapemig. Os valores serão aplicados exclusivamente na pesquisa. Os projetos serão desenvolvidos, enviados à Fapemig e, se aprovados, terão a verba necessária. Isso é um avanço histórico para a Epamig e para o produtor rural”, explicou Nilda.

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Pesquisas da Epamig promovem a produção e a diversificação

Ainda conforme a presidente, as pesquisas realizadas pela Epamig são fundamentais para o avanço da agropecuária de Minas Gerais e também para o promover o desenvolvimento no campo. Com as tecnologias e inovações, os produtores conseguem ampliar a produtividade, diversificar as atividades e também ganhar eficiência. Os recursos também darão segurança para todo o processo de desenvolvimento dos estudos, que varia de 4 a 5 anos, em média.

“É preciso constância de recursos para as pesquisas, que são de longo prazo. Os experimentos são de 4 a 5 anos e não podem ser interrompidos”.

A estimativa é que todos os segmentos das pesquisas sejam favorecidos com os recursos. “A Epamig tem um hall de pesquisas para ajudar o produtor. Os estudos são vários e estamos com projetos de pesquisa para silagem, na parte de capim; melhoramento da genética do gado; novas variedades mais resistentes a doenças e pragas,  no azeite, nos vinhos e sempre em busca de inovação. Estamos com projetos para desenvolver o plantio embaixo das placas solares, já que a produção de energia limpa vem crescendo muito no Estado”, explicou. 

Com o recurso, o orçamento da Epamig que antes era aplicado nas pesquisas será destinado às melhorias. A entidade conta com 23 unidades experimentais que, ao longo dos últimos anos, pelos recursos limitados, não receberam manutenção totalmente adequada. 

Recursos

Conforme as informações da Epamig, o recurso para as pesquisas veio com a aprovação do Projeto de Lei (PL) 876/19, na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) em 15 de maio de 2024. O PL foi sancionado pelo governador de Minas Gerais, Romeu Zema, em 14 de junho. Ele assegura a destinação de recursos estaduais para as pesquisas da Epamig. A resolução também garante a adequação da instituição à Lei Federal 13.303/ 2016, Lei das estatais. 

Assim, a Lei 24.821/2024 garante que 8% dos recursos previstos na Constituição Estadual para pesquisas, via Fapemig, sejam destinados para a pesquisa agropecuária.

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