Agronegócio

Geleias da região Central de Minas vão ganhar Indicações Geográficas (IGs)

Geleia de Pimenta Biquinho de Bento Rodrigues (Mariana) e a Jabuticaba e Derivados de Cachoeira do Campo (Ouro Preto) serão as novas Indicações Geográficas
Geleias da região Central de Minas vão ganhar Indicações Geográficas (IGs)
Foto: Acervo Inovates

Na próxima quarta-feira (12), em Ouro Preto, será feito o Lançamento dos Signos Distintivos das duas primeiras Indicações Geográficas (IGs) em Minas Gerais da Região dos Inconfidentes: a Geleia de Pimenta Biquinho de Bento Rodrigues (Mariana) e a Jabuticaba e Derivados de Cachoeira do Campo (Ouro Preto), ambas na região Central do Estado.

A apresentação será feita durante o Fórum Regional de Diversificação Econômica de Minas Gerais (FRDE), que reunirá empresários, autoridades e lideranças locais e estaduais para fortalecer o Movimento Indicações Geográficas de Minas Gerais (IGMG) e ampliar as oportunidades para a região.

O IGMG é uma estratégia de diversificação econômica que será apresentada no encontro e promete uma experiência sensorial com degustações dos produtos selecionados e homenagens aos produtores e envolvidos. Durante o evento também serão promovidos momentos de conexão entre empresas, autoridades e representantes das comunidades locais, valorizando a riqueza cultural e gastronômica do território.

As Indicações Geográficas são um marco para a valorização dos produtos regionais e visam impulsionar o desenvolvimento econômico sustentável. O movimento surge como resposta aos desafios enfrentados por municípios mineradores que buscam diversificar suas economias, ao transformar saberes e fazeres locais em ativos estratégicos e agentes de impulsionamento da atividade empreendedora e das economias portadoras de futuro.

Jabuticaba e seus derivados ganharão Indicação Geográfica. Foto: Acervo Inovates

Uma vez que a região engloba municípios mineradores, a Samarco tem apoiado o Movimento IGMG, sendo a primeira empresa privada a financiar o registro dessas duas primeiras IGs em Minas. O especialista em Relações Institucionais da mineradora, Guilherme Louzada, reforça que o movimento visa a valorizar saberes e fazeres locais, em conexão com a identidade cultural mineira e o acesso aos mercados local, regional e global.

O reconhecimento de produtos e serviços singulares contribuirá para a construção de soluções coletivas para fomentar ações para a diversificação econômica e o desenvolvimento sustentável dos territórios mineiros para além da mineração. Trata-se também de uma oportunidade de reforçarmos o nosso compromisso com as comunidades onde estamos inseridos”, destaca.

Ele ressalta, ainda, que “a iniciativa está alinhada com o Plano de Apoio à Diversificação Econômica (PADE), em Ouro Preto e Mariana, auxiliando os municípios na formação de uma governança que estabeleceu eixos de desenvolvimento e maneiras de promover o direcionamento dos recursos para projetos e iniciativas, desenhando, desde agora, um futuro viável e sustentável para as regiões que hoje vivem da mineração” explica.

No Brasil, existem 129 Indicações Geográficas registradas, das quais Minas Gerais detém 24, destacando-se o potencial do Estado para de ampliação significativa desse número ao longo dos próximos anos. Por meio do FRDE foram identificados outros 23 produtos passíveis de reconhecimento pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI).

Fórum e Indicação Geográfica criam oportunidades de transição econômica em Minas

O Fórum Regional de Diversificação Econômica de Minas Gerais visa promover reflexões estratégicas e foi criado para enfrentar o desafio de economias locais fortemente dependentes de atividades extrativistas e de outros setores primários, desenvolvendo oportunidades de transição econômica, por meio da ação coordenada entre lideranças públicas e privadas, empresários, representantes de empresas de grande porte, organizações da sociedade civil e agentes de desenvolvimento.

O fórum estimula diálogos participativos, orientados por práticas inovadoras de gestão e alinhadas com os princípios de ESG (Ambiental, Social e Governança), que busquem mudanças perenes e de amplo alcance socioeconômico em Minas Gerais.

O registro de Indicação Geográfica, realizado no Brasil pelo INPI, é conferido a produtos ou serviços que são característicos do seu local de origem, o que lhes atribui reputação, valor intrínseco e identidade própria, além de os distinguir em relação aos seus similares disponíveis no mercado. São produtos que apresentam uma qualidade única em função de recursos naturais como solo, vegetação, clima e saber fazer (know-how ou savoir-faire).

De acordo com o diretor do Instituto Inovates, Anselmo Buss Junior, muitas vezes, os projetos surgem de demandas institucionais ou dos próprios produtores, o que é legítimo. “Temos mais de 20 anos de atuação com Indicações Geográficas em todos os estados do Brasil, mas o que diferencia o Movimento IGMG é como ele chegou à sociedade por meio do Fórum de Diversificação Econômica”, destaca.

“No caso do Fórum, são empresas, hotéis, restaurantes e outros atores locais que identificam o potencial de uma região e se comprometem com seu desenvolvimento. Isso pode gerar inúmeras oportunidades para o grupo de produtores, especialmente porque as IGs enfrentam desafios em governança, mercado, promoção e aceitação local. O Fórum e o Movimento IGMG podem contribuir para fortalecer essas cadeias produtivas e garantir sua sustentabilidade”, reforça o diretor.

Em 2025, o 4º Fórum Regional de Diversificação Econômica, agente de promoção do Movimento IGMG entre outras iniciativas, retorna a Belo Horizonte, consolidando-se como espaço essencial para a discussão e construção de soluções que estimulem a criação de novas vertentes de desenvolvimento econômico para o estado. Além disso, serão realizados os Fóruns Municipais de Conceição do Mato Dentro e Ouro Preto, com abordagem a temas e soluções específicas para os territórios.

Rádio Itatiaia

Ouça a rádio de Minas