Agronegócio

Saca de café é leiloada por R$ 62 mil

10º Prêmio Região do Cerrado Mineiro, primeira a ter Denominação de Origem no País, consagra cooperativismo
Saca de café é leiloada por R$ 62 mil
Região do Cerrado Mineiro comemora 50 anos de cafeicultura, que mudou IDH das cidades | Crédito: Paulo Whitaker/Reuters

Celebração para a cafeicultura mineira. Os melhores cafés da safra de 2022 foram revelados durante o 10º Prêmio Região do Cerrado Mineiro, na noite da última quarta-feira (30).  O evento, realizado no Palácio de Cristal, em Uberlândia, no Triângulo Mineiro, reuniu cerca de 600 convidados, entre representantes da cadeia produtiva do grão mineiro, políticos, autoridades e convidados. O grande destaque da noite foi o leilão dos cafés premiados.

A iniciativa, que visa reconhecer o trabalho dos cafeicultores da Região do Cerrado Mineiro e promover a Denominação de Origem – a primeira conquistada para café no Brasil – , é promovida pela Federação dos Cafeicultores do Cerrado, com o apoio do Sebrae Minas, e tem a realização das cooperativas como Carmocer, Carpec, Coagril, Coocacer Araguari, Coopadap, Expocaccer e MonteCCer, além de seis associações ( (Acarpa, ACA, Assogotardo, Assocafé, Amoca e Appcer) como apoiadoras.

A solenidade especial em comemoração aos 50 anos da Região do Cerrado Mineiro e  30 anos da Federação de Cafeicultores do Cerrado foi marcada por uma série de homenagens como a entrega de medalhas para 20 personalidades que desbravaram a Região e escreveram a história durante estas cinco décadas.

O presidente da Federação dos Cafeicultores do Cerrado, Francisco Sérgio de Assis, destacou que 2022 é um ano de alegria, orgulho e realização. “Acreditamos na força do associativismo e do cooperativismo. A Região do Cerrado Mineiro hoje é a primeira Denominação de Origem em café do Brasil onde trabalhamos exclusivamente para o bem estar do nosso cafeicultor, que gera riqueza e que transformou essa região. Toda cidade onde tem o café do Cerrado, tem o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) maior. Isso prova que o café é gerador de riqueza e distribuidor de renda”, pontua.

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Etapa Cooperativas

A disputa contou com a participação de 56 finalistas nas categorias Café Natural, Cereja Descascado e Fermentação Induzida. No total, foram representados 4.500 produtores dos 55 municípios da região, que produz, em média, 6 milhões de sacas por ano. Houve um recorde de  inscrições com 370 amostras. A análise segue requisitos preestabelecidos pela Associação de Cafés Especiais (SCA). O método de classificação padrão avalia a qualidade física dos grãos crus, em uma amostra de 350 gramas de cada lote de café.

Na Etapa Campeões das Cooperativas foram eleitos os vencedores, divididos nas três categorias. Desta seletiva, nove finalistas foram levados para a grande premiação, a Etapa Regional.

O anúncio dos vencedores, feito tanto de forma presencial quanto on-line, movimentou as cooperativas na disputa dos melhores cafés de 2022. As  pontuações foram acirradas e a escolha dos campeões foi feita por um grupo de dez árbitros com grande experiência, após rigorosa análise sensorial. Para ser considerado especial, o produto deve atingir pontuação mínima de 80 pontos.

Os cafés premiados foram batizados pela barista oficial da Região do Cerrado Mineiro, Paula Dulgheroff, de acordo com as características sensoriais. A primeira categoria apresentada foi a Cereja Descascado, com 46 amostras inscritas, seguida pela Fermentação Induzida, com 130, e Natural com 194 inscrições.

O leilão -Um dos momentos mais aguardados da noite, o leilão ao vivo contou com a participação dos finalistas do 1º ao 10º lugar na categoria Natural; 1º ao 5º na categoria Cereja Descascado, e 1º ao 3º na categoria Fermentação Induzida.

A organização reuniu nove compradores para arrematar os melhores lotes produzidos pela Região em 2022, sendo eles Expocaccer, Volcafé, Café Cajubá, Carpec, MCC/Real Coffe, Sebrae Minas, Nucoffee, Olam e Voiter. Conduzida por um leiloeiro profissional, a atração alcançou recordes históricos. Ao todo, foram movimentados R$ 629.602 mil, com média de preço de R$ 15.740 por saca.

O lote mais valorizado foi o primeiro colocado da categoria Natural, do produtor Jorge Fernando Naimeg, que atingiu 90,94 pontos e foi vendido por R$ 62.017 mil por saca, sendo o consórcio desse lote formado por Expocaccer, Café Cajubá, Sebrae Minas e Nucoffee.  

O diretor superintendente da Expocaccer, Simão Pedro de Lima, destacou a importância de valorizar os lotes campeões. “É a valorização não somente da qualidade, é, também, o reconhecimento de todo o trabalho desenvolvido durante o ano. O cuidado com os tratos culturais, a colheita seletiva, o preparo pós-colheita, a secagem, dentre outros elementos. A história do produtor está contida em cada grão. Em vez de preço, agregou-se valor”, avaliou ele.

“Além de celebrarmos os 50 anos da região e podermos homenagear diversos pioneiros, tivemos o momento marcante da quebra de recorde como café mais valorizado da história do Cerrado Mineiro, que é fruto da intercooperação entre os compradores do leilão”, comemorou o superintendente da Federação dos Cafeicultores do Cerrado, Juliano Tarabal.

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