Agronegócio

Safra de grãos deve aumentar 3% e bater recorde em Minas Gerais

Safra de grãos deve aumentar 3% e bater recorde em Minas Gerais
Crédito: Jonas Olibeira/ANPr

Minas Gerais deve colher na safra 2020/21 mais um volume recorde de grãos. De acordo com os dados do 3º Levantamento da Safra de Grãos 2020/21, divulgado ontem pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o Estado será responsável por uma colheita de 15,8 milhões de toneladas, aumento de 3% frente à safra anterior, que, até então, é o recorde produtivo. Neste ano, os destaques serão as safras de soja e de milho.

Já o levantamento nacional aponta que o Brasil deverá colher 265,9 milhões de toneladas de grãos, 3,5% a mais do que a temporada de 2019/2020.

Em Minas Gerais, conforme os dados da Conab, a produtividade esperada é de 4,3 toneladas por hectare, volume 2,3% inferior. Já a área plantada foi expandida em 5,4%, somando 3,68 milhões de hectares.

De acordo com o diretor do Departamento de Comercialização e Abastecimento do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Silvio Farnese, a previsão de aumento na produção é muito positiva para o País.

“Passamos 2020 com aumento de produção e agora estamos estimando mais uma produção muito boa e suficiente para atender a nossa demanda interna e os compromissos de exportações. Cada vez mais, nossos produtores estão se especializando na venda da produção, com negócios antecipados, o que é muito saudável. Apesar da crise climática que estamos enfrentando agora, os níveis de produtividade são muito bons, reduzindo os custos médios e favorecendo o retorno financeiro para os produtores”.

Ainda segundo Farnese, nesta nova temporada, foram registrados problemas com clima, como o atraso das chuvas, o que afetou o milho primeira safra e atrasou o plantio da soja.

Dentre os produtos, a soja é destaque no aumento da produção estadual. De acordo com a Conab, a produção está estimada em 6,5 milhões de toneladas, 5,5% superior as 6,1 milhões de toneladas colhidas em 2019/20 e que era o volume recorde estadual.

Com demanda firme e preços elevados, a área de plantio foi ampliada em 10,4% e somou 1,8 milhão de hectares. A produtividade média caiu 4,4% e está em 3,58 toneladas por hectare.

De acordo com o superintendente substituto de Gestão da Oferta da Conab, Sérgio Santos, em relação ao mercado da soja, a tendência é de preços firmes ao longo do próximo ano, já que a oferta seguirá ajustada à demanda do mercado interno e externo.

“Os preços da soja estão correlacionados ao mercado internacional e teve forte alta ao longo da pandemia. Nas últimas semanas, foram identificadas retrações nos preços, resultado da valorização do real frente ao dólar, da proximidade do início da colheita da safra e das incertezas em relação aos rumos da guerra comercial entre China e Estados Unidos. A produção interna do setor de proteína animal e as exportações estão em trajetórias de alta, por isso, a disponibilidade interna continuará reduzida, o que vai sustentar os preços da soja em patamares elevados”, explicou.

Milho – Segundo os dados da Conab, o milho de primeira safra deve ter aumento de 2,1% na colheita, podendo alcançar 4,7 milhões de toneladas. A produtividade média está em 6,5 toneladas por hectare, aumento de 0,5%. A área de plantio também ficou maior, 1,6%, e totalizando 731,9 mil hectares. Para a segunda safra, a previsão é de um aumento de 2,8% com a colheita estimada em 2,9 milhões de toneladas de milho. Se os volumes forem alcançados, a produção total de milho na safra 2020/21, em Minas, será de 7,7 milhões de toneladas, 2,4% a mais que na safra anterior.

“Identificamos forte valorização dos preços do milho no mercado interno. Esse aumento ocorreu pela demanda interna do setor de proteína animal elevada, pela alta do dólar e pelo aumento das exportações. O produtor, no início da safra 2019/20, fez um bom caixa e conseguiu escalonar as vendas. Desta forma, conseguiu manter os preços do milho, ao longo do ano, em patamares bem remuneradores”, disse Santos.

Redução na colheita de feijão no Estado

Em Minas Gerais, na safra 2020/21, a produção de feijão primeira safra deve alcançar 188,4 mil toneladas, volume 2,9% inferior. Devido ao atraso nas chuvas, a produtividade tende a recuar 7,8%, com rendimento médio de 1,2 tonelada por hectare. A área cultivada ficou 5,3% menor e somou 153,2 mil hectares. É o que aponta o 3º Levantamento da Safra de Grãos 2020/21, divulgado ontem pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Para a segunda safra de feijão, é esperado recuo de 1,5% em volume, chegando a 172,1 mil toneladas. A terceira, que é irrigada, foi estimada em 187,6 mil toneladas, 0,6% a mais. Conforme os dados, a estimativa é de que a produção de feijão em Minas Gerais totalize 548,1 mil toneladas, volume 1,3% menor que o total colhido na safra anterior.

Algodão – Queda também é esperada na produção de algodão em Minas. A estimativa aponta para um volume 11,1% menor, com a colheita de 143,3 mil toneladas de algodão em caroço. A produção de algodão em pluma será de 57,3 mil toneladas, redução de 11,2%.

Levantamento vê bom resultado para o País

São Paulo – A produção de grãos no Brasil deverá ser recorde, apesar de menor do que a estimada em novembro. Segundo o terceiro levantamento da safra de grãos 2020/21, divulgado ontem, em Brasília, pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a estimativa é de que o país colha 265,9 milhões de toneladas.

“Isso significa 3 milhões a menos do que o estimado um mês atrás (em novembro). Essa queda tem relação com a grave seca que assolou parte da região Sul do país, reduzindo a produtividade, especialmente do milho. Felizmente, a soja e o arroz na região não foram impactados como o milho, e seguem com estimativas próximas às do mês passado”,  disse o presidente da Conab, Samuel Melo Júnior.

“Mesmo assim, podemos dizer que houve um aumento de 3,5% no comparativo com a safra de 2019/2020, e novo recorde para o Brasil”, complementou. O percentual citado por Melo Júnior representa um aumento de 9 milhões de toneladas na colheita, se comparada aos números do ano anterior.

O levantamento prevê crescimento de 1,6% sobre a área da safra 2019/20, totalizando 67 milhões de hectares cultivados. “São 119 mil hectares a menos do que o estimado no levantamento de novembro, mas [representa] crescimento de 1,6% sobre a área da safra anterior”, acrescentou o presidente da Conab.

Soja e milho correspondem a 89% da produção de grãos, considerada pela Conab para essa temporada, em meio aos 16 produtos que têm seus volumes acompanhados. A produção de soja deve ficar em 134,5 milhões de toneladas, quantidade que mantém o Brasil como o maior produtor mundial. A área destinada à produção dessa oleaginosa tem estimativa de ser ampliada em 3,3%, segundo o levantamento.

O milho primeira safra deve apresentar uma redução de 2,1% na área de cultivo. “Para a safra total de milho primeira, segunda e terceira safras, a produção estimada totaliza 102,6 milhões de toneladas. Em novembro, as estimativas eram de 134,95 milhões de toneladas de soja, e de 104,89 milhões de toneladas de milho”, informou a Conab.

 

Arroz – O arroz apresenta uma projeção de crescimento de 3,2% na área plantada. Das 10,9 milhões de toneladas projetadas, 10 milhões serão produzidas em áreas irrigadas e 900 mil toneladas em áreas de sequeiro.

Segundo o superintendente de Informações do Agronegócio da Conab, Cleverton Santana, “essa produção é menor do que as últimas safras porque a redução de área foi muito drástica ao longo dos anos, principalmente no arroz de sequeiro, que perdeu área para culturas mais rentáveis”, disse.

“A produção de arroz se concentrou em áreas irrigadas que notadamente têm produtividade e investimento tecnológico maior. Por isso, tem havido ganho de produtividade ao longo dos últimos anos”, acrescentou Santana.

A Conab estima em 3,1 milhões de toneladas a produção total de feijão no país. “Dessa produção, 1,9 milhão de toneladas são de feijão-comum cores, 516,8 mil toneladas de feijão-comum preto e 686,7 mil toneladas de feijão-caupi ou macaçar”, detalha a Conab.

A estimativa da Conab para o trigo, que está em fase final da colheita de 2020, deverá ter uma produção de 6,2 milhões de toneladas. Já para o algodão, a previsão é também de redução de área cultivada – no caso, de 8,1%, limitando-se a 1,5 milhão de hectares. A previsão para a produção de pluma é de 2,7 milhões de toneladas. (Reuters)

Projeção é de expansão nos embarques de soja

A soja é destaque no aumento da produção mineira de grãos, com colheita prevista de 6,5 milhões de toneladas (+ 5,5%) | Crédito: REUTERS/Ueslei Marcelino

São Paulo O Brasil caminha para um recorde de exportação de soja no ano, enquanto a produção na safra 2020/21 deve atingir marca também histórica, de 134,45 milhões de toneladas, projetou ontem a Companhia Nacional do Abastecimento (Conab), embora reduzindo estimativa anterior de 134,95 milhões de toneladas.

A nova previsão para a safra vem em meio a uma forte demanda chinesa por exportações de soja e expectativas de demanda interna também aquecida em razão do aquecimento da economia, do aumento da produção de carnes e da mistura no biodiesel, de acordo com a estatal.

“Para a soja, a Conab estima 83,6 milhões de toneladas em vendas para o mercado externo, sendo que até novembro já foram exportadas 82,9 milhões de toneladas. Confirmado esse número, haverá recorde da série histórica”, afirmou, em relatório. “Para o próximo ano, são esperadas cerca de 85 milhões de toneladas, o que representaria aumento de 1,67%”, acrescentou a estatal.

Com isso, os estoques finais de soja do Brasil deverão ficar em níveis baixos por mais um ano, levando a “preços mais elevados no mercado interno para 2021”, ainda de acordo com a análise da Conab. A estatal disse que a redução na safra do grão prevista para 2020/21 deve-se a “problemas climáticos nasRegião Sul”, apesar de um crescimento de área plantada de 1,6% frente a 2019/20.

A Conab também reduziu a previsão para a safra total de milho 2020/21, agora vista em 102,6 milhões de toneladas, contra 104,9 milhões de toneladas antes. As exportações de milho do Brasil somam 27,7 milhões de toneladas no atual ano-safra, com queda de 20% frente ao mesmo período da safra anterior, embora com salto nos embarques em novembro.

A Conab manteve previsão de que as exportações alcancem 34,5 milhões de toneladas até o final de janeiro, quando a temporada se encerra.

Já a produção de algodão em pluma do Brasil deve atingir 2,67 milhões de toneladas na temporada, também abaixo dos 2,74 milhões previstos anteriormente. A Conab disse que as exportações da pluma seguem com tendência recorde e podem atingir marca histórica de 2 milhões de toneladas em 2020.

Ainda segundo a Conab, as previsões de reversão da balança comercial se confirmaram, fechando novembro com 72,7 mil toneladas exportadas, contra uma importação de cerca de 188 mil toneladas. (Reuters)

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