Agronegócio

Safra de grãos em Minas é estimada em 18,5 mi/t

Projeção foi divulgada pela Conab e Estado deve superar em 10% a safra anterior, que já foi recorde
Safra de grãos em Minas é estimada em 18,5 mi/t
Produção de soja atualmente está estimada em 8,1 milhões de toneladas em MG, alta de 6,8% | Crédito: Jonas Oliveira

A colheita de grãos pode alcançar um novo volume recorde na safra 2022/23 em Minas Gerais. Com o clima mais favorável, até o momento, a estimativa é de uma produção de 18,5 milhões de toneladas, superando em 10% a safra anterior, que foi a maior já colhida pelo Estado. Entre as principais culturas, a soja é destaque. A produção tende a crescer 6,8% chegando a 8,1 milhões de toneladas.

Segundo o gerente de Acompanhamento de Safras da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Rafael Fogaça, os volumes de chuvas registrados nas principais regiões produtoras de Minas têm sido importantes para o desenvolvimento da produção.

“Em Minas Gerais, no que se refere às principais culturas produzidas – soja, milho e feijão – o clima de maneira geral foi muito favorável”.

As melhores condições climáticas têm estimulado a produtividade. A estimativa é de um rendimento médio de 4,33 toneladas por hectares, volume 4,9% maior que o registrado na safra passada.

Em relação à área plantada, a mesma cresceu 4,9% e chegou a 4,2 milhões de hectares, o que também é importante para a maior colheita neste ano safra.

Dentre as principais culturas, a produção de soja está estimada em 8,1 milhões de toneladas, alta de 6,8% frente ao ano anterior. A produção da oleaginosa é a principal na primeira safra e, nos últimos, anos, vem tomando áreas antes voltadas para o milho e demais grãos, resultado da maior liquidez e dos preços mais remuneradores.

Na safra 2022/23, a área cultivada com soja ficou 9,3% maior, somando 2,1 milhões de hectares. A produtividade caiu 2,3%, com a colheita estimada em 3,74 toneladas por hectare.

“Em relação ao clima, a soja teve chuvas em volumes significativos e as temperaturas médias, ao longo do desenvolvimento, foram favoráveis. As lavouras estão, majoritariamente, em enchimento de grãos, migrando para a maturação. Somente as lavouras superprecoces que já estão iniciando a colheita, mas ainda é incipiente e está um pouco lenta por conta do do volume de chuvas em Minas, principalmente no Sul e Triângulo, onde tem chovido demais”, disse Fogaça.

De acordo com a Conab, ainda em relação à soja, há relatos de alta incidência de mofobranco e ferrugem em todas as regiões produtoras do Estado, porém os produtores têm conseguido controlar bem “essa pressão” e se mantêm otimistas em relação à expectativa de produtividade desta safra.

A produção de milho primeira safra está estimada em 5,04 milhões de toneladas no Estado. O volume está 8,4% menor que o colhido em igual safra de 2021/22. Nesta primeira safra, pesa sobre a cultura a redução de 6,6% da área, 784,2 mil hectares. A produtividade também está menor – 1,9% – com rendimento médio esperado de 6,4 toneladas por hectare.

“Para o milho, as condições são semelhantes às da soja. O volume de chuvas foi bom e intercalados com períodos de sol, o que favoreceu o desenvolvimento da cultura. A safra não foi perfeita, pois houve forte pressão de cigarrinhas, chuvas de granizo e nós tivemos baixas temperaturas do mês de novembro. O milho é uma cultura que cresce e se desenvolve acumulando calor. Então, essas baixas temperaturas causam prejuízo no desenvolvimento da planta”.

Ainda segundo Fogaça, apesar das interferências negativas, o bom volume de chuvas, principalmente, em outras regiões do Estado que não o Sul e o Triângulo onde choveu demais, mas no Noroeste e Alto Paranaíba, fez com que as produtividades se mantivessem boas.

“Os produtores estão otimistas e nós estamos estimando uma boa safra de milho nesta primeira etapa”.

Em relação à segunda safra mineira, os produtores aguardam o início da colheita da soja para iniciarem o plantio do milho. Segundo a Conab, os altos custos do cultivo e a diminuição da janela ideal de cultivo, motivado pelo atraso no plantio da soja, podem levar os produtores a trocar o milho cultivo pelo sorgo.

Os dados da Conab apontam para a produção de 3,7 milhões de toneladas na segunda safra do milho, o que se concretizado ficará 72% maior que na safra passada. Ao todo, a produção mineira do cereal pode chegar a 8,78 milhões de toneladas, expansão de 14,4% frente à temporada de 2021/22.

No caso do feijão primeira safra é esperado um aumento de 13,2% na produção, podendo chegar a 227,2 mil toneladas. Houve um aumento de 15,4% na produtividade – 1,5 tonelada por hectare – e queda de 1,9% na área. Para o ano, a estimativa é que Minas produza um total de 503,5 mil toneladas de feijão, aumento de 3,8%.

“Em relação ao feijão primeira safra, no Estado, um terço das áreas já foi colhida. Ao longo do desenvolvimento, o clima foi bom. Mas, a colheita está se dando sob umidade e então houve um pouco de pressão de doenças fúngicas do feijão e há casos pontuais de perdas de produtividade. Essa condição pode causar perda de qualidade na colheita do feijão por conta do excesso de chuvas durante a colheita, principalmente no Sul e no Triângulo Mineiro. Já outras áreas importantes produtoras não estão apresentando esse problema, como o Noroeste e o Alto Paranaíba, que estão com um bom rendimento e boa qualidade dos grãos”.

A produção total de algodão tende a crescer 24,9%, chegando a 138,3 mil toneladas. Segundo a Conab, cerca de 20% das lavouras se encontram em floração. As precipitações ocorridas nas regiões produtoras ao longo de janeiro dificultam a conclusão do plantio das lavouras irrigadas, mas foram favoráveis ao desenvolvimento das lavouras de sequeiro, semeadas entre novembro e dezembro.

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