Safra de laranja 2022 registrou expansão de 11,29% em Minas

Minas Gerais encerrou a safra 2022 com uma produção de 1,09 milhões de toneladas de laranja, volume que ficou 11,29% maior que a safra 2021. Conforme dados da Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), para a próxima temporada 2023, a estimativa é de uma pequena queda, de 3,29%, resultado dos fatores climáticos que interferem de forma negativa na produtividade.
Considerando dados do Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus), que faz o acompanhamento nas principais regiões produtoras englobando São Paulo, Triângulo e Sudoeste mineiro, a safra de laranja no cinturão terminou com produção de 314,21 milhões de caixas de 40,8 quilos. Do total, cerca de 23,22 milhões de caixas foram produzidas no Triângulo Mineiro.
Ainda segundo o Fundecitrus, a produção superou em 19,49% a da temporada anterior, que foi severamente impactada pelo clima, com registros de seca e geadas.
De acordo com o superintendente de Inovação e Economia Agropecuária da Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), Feliciano Nogueira de Oliveira, a safra de laranja de Minas Gerais é a segunda maior do País, perdendo apenas para São Paulo. “A produção de laranja ainda é muito concentrada – cerca de 70% do volume – em São Paulo, mas Minas Gerais tem sua representatividade e na última safra, em 2022, colheu 6,5% do volume nacional. Ocupando a segunda posição entre os maiores produtores da fruta”, explicou.
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Os dados da Seapa mostram que, na última safra, encerrada agora no início de abril, a área em produção em Minas foi de 38,9 mil hectares, espaço igual ao registrado na safra anterior. A produtividade, 28 toneladas por hectare, ficou 11,1% maior que as 25,2 toneladas registradas em 2021.
Projeções
Já para a safra 2023, as estimativas são de queda. A previsão é colher 1,05 milhão de toneladas, volume 3,29% inferior. A área terá pequena alta de 1,28% com o uso de 39,4 mil hectares.
A queda nas projeções de colheita para 2023 é resultado do clima, o que promoveu a redução da produtividade. A estimativa é que o rendimento por hectare caia de 28 toneladas por hectare, para 26,7 toneladas, redução de 4,6%.
“A estimativa inicial é de uma pequena queda na produção mineira. A redução deve acontecer pelas intempéries climáticas registradas no Estado, o que comprometeu parte da produtividade”.
Ainda segundo Oliveira, a produção mineira está concentrada na região do Triângulo, que responde por cerca de 70% de todo o volume colhido em Minas. Em seguida vem o Sul de Minas, com quase 14% de participação. Entre os municípios, se destacam Prata, Comendador Gomes, Frutal, Uberlândia e São Sebastião do Paraíso.
Mercado
Em relação ao mercado, os preços da laranja estão valorizados. A alta ocorre pelo consumo aquecido no mercado interno, fator que é estimulado pelas temperaturas elevadas, e maior demanda vinda dos Estados Unidos.
“Com a demanda maior do que a oferta no mercado, o preço teve uma elevação quando comparamos com os do ano passado. A demanda do mercado externo, principalmente, o mercado consumidor americano, também aumentou. Os EUA são grandes compradores do nosso suco de laranja, e o país foi afetado devido à ocorrência de alguns eventos climáticos, como furacões no final do ano passado, o que acabou prejudicando as lavouras. Por isso, eles voltaram os olhos para a nossa produção e passaram a importar mais. Isso também afeta os preços da fruta”, explicou o analista de Assistência Técnica e Gerencial do Sistema Faemg Senar, João Thomaz.
De acordo com Feliciano Oliveira, o preço do quilo da laranja, na Ceasa Minas, no primeiro trimestre, apresentou alta 18,8% em relação ao mesmo período do ano passado, ficando em média a R$ 2,52 por quilo. Em março, o preço praticado superou em 9% o de fevereiro.
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