Agronegócio

Safra de grãos em Minas Gerais pode alcançar 18,7 milhões de toneladas

Em Minas Gerais, conforme a Conab, a maior produção de grãos virá, principalmente, do aumento da área
Safra de grãos em Minas Gerais pode alcançar 18,7 milhões de toneladas
Foto: Adriano Machado | Reuters

Mesmo enfrentando irregularidades climáticas, devido às chuvas ainda irregulares, Minas Gerais, conforme os dados do 2º Levantamento da Safra de Grãos 2025/26, divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), vai colher 18,7 milhões de toneladas de grãos na temporada atual. Caso o volume se concretize, haverá um avanço de 1,6% frente à safra anterior. Entre os destaques está o milho, cuja produção deve crescer 4,9%. Já para a soja, grão mais cultivado no Estado, a perspectiva é de retração de 1,5%.

Assim como em Minas Gerais, no Brasil também é esperado aumento da produção de grãos. Conforme a Conab, a produção estimada é de 354,8 milhões de toneladas, alta de 0,8% se comparado com o resultado obtido no último ciclo.

Segundo o gerente substituto de Acompanhamento de Safras da Conab, Marco Antônio Chaves, o plantio da safra tem avançado porém, em ritmo menos acelerado em decorrência das chuvas ainda irregulares.

“Ao longo de outubro, as chuvas ainda foram irregulares, não sendo suficientes para elevar os níveis de umidade do solo. Ocorreram precipitações, mas ainda estão bem irregulares e abaixo da média, o que provocou atraso do plantio. A expectativa é que ao longo de novembro ocorram chuvas mais uniformes, proporcionando o avanço do plantio da safra”, explicou.

Em Minas Gerais, conforme a Conab, a maior produção de grãos virá, principalmente, do aumento da área. A previsão é que a área aumente 3,6% chegando, assim, a 4,4 milhões de hectares. Quanto à produtividade, a estimativa é de queda de 2%, com um rendimento médio de 4,1 toneladas por hectare.

Principais grãos

produção nacional soja
Foto: Reprodução Adobe Stock

A soja, principal grão cultivado no Estado, terá uma produção menor na safra 2025/26. Segundo informou a Conab, a previsão é de colher 9 milhões de toneladas, retração de 1,5%. Este ano, a estimativa é de queda de 4,3% na produtividade, calculada em 3,7 toneladas por hectare. Houve incremento de 2,9% na área cultivada, chegando a 2,38 milhões de hectares.

Conforme a Conab, a irregularidade das chuvas no Estado segue prejudicando o avanço da semeadura, de maneira que apresenta atrasos nas operações em comparação ao percentual semeado no mesmo período do ano anterior.

Em Minas Gerais, a tendência aponta para aumento da produção total de milho, que pode chegar a 6,9 milhões de toneladas, incremento de 4,9%. Para a primeira safra, a Conab estima um volume de 4,1 milhões de toneladas do grão, assim, haverá um aumento de 8,7%. Na primeira safra, a produtividade tende a crescer 3,5% chegando a 6,4 toneladas por hectare. Houve aumento de 5,1% na área plantada, chegando, então, a 650 mil hectares.

De acordo com a Conab, na primeira safra de milho, apesar de registrar 10% do total das áreas já semeadas até o final de outubro, a maior parte dos produtores ainda aguarda melhores condições de umidade do solo para semear as lavouras. Ao contrário dos anos anteriores, nesta safra houve incremento na área cultivada. O motivo para esse impulso no cultivo do cereal se deve à menor atratividade da soja neste ciclo, enquanto para o milho o cenário pode se tornar mais favorável até o momento da colheita.

Alta também é esperada na produção de algodão. Conforme os dados da Conab, a colheita do algodão em caroço está estimada em 135 mil toneladas, um aumento de 22,3%. A produtividade média, 2,6 toneladas por hectares, deve ficar 10,2% superior. Quanto à área, a previsão é de chegar a 45,1 mil hectares em Minas Gerais, ficando 10,9% maior.

Safra de feijão total tende a crescer

Colheita de feijões
Foto: Winderson Araujo / CNA

Ao longo da safra 2025/26, a produção de feijão total poderá ser 2,9% maior, com colheita de 476 mil toneladas. O incremento virá da terceira safra, já que para a primeira e a segunda a expectativa é de retração.

Conforme os dados da Conab, para o feijão primeira safra, a previsão é de queda de 1,9% em volume, estimado em 201 mil toneladas. O relatório explica que, com o fim do vazio sanitário em algumas das principais regiões produtoras do Estado, bem como com a retomada das chuvas, embora ainda em volumes abaixo do ideal, houve bom avanço nas operações de plantio, que terminou outubro com cerca de um quarto da área prevista semeada.

Na segunda a previsão é de redução de 0,8%, enquanto para a terceira, a perspectiva é de alta de 17,1%.

Outro aspecto considerado importante para a cultura nesse início de ciclo é a recuperação nos preços pagos pelo grão, algo que estimula o produtor ao plantio da leguminosa, passando a indicar uma perspectiva de incremento na estimativa de área plantada em comparação a 2024/25.

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