Agronegócio

Safra de Grãos em Minas Gerais vai crescer 1,6% e atingir 18,7 milhões de toneladas

Incremento se deve ao aumento da área em cultivo
Safra de Grãos em Minas Gerais vai crescer 1,6% e atingir 18,7 milhões de toneladas
Foto: Divulgação Roberto Rocha

A normalização das precipitações ao longo de novembro, em Minas Gerais, permitiu o avanço da semeadura da safra de grãos 2025/26. Conforme os dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Minas Gerais deverá colher 18,7 milhões de toneladas de grãos, um avanço de 1,6%. Entre os grãos, milho, algodão e feijão seguem com estimativa de alta na colheita, enquanto a produção de soja tende a cair 1,5%. Os dados são do terceiro Levantamento da Safra de Grãos, elaborado pela Conab.

O incremento da safra mineira virá do aumento da área em cultivo, 4,45 milhões de hectares, espaço que está 3,7% maior. Já a produtividade, 4,1 toneladas por hectare, tende a retrair 2%.

Em nível nacional, a safra de grãos 2025/26 está estimada em 354,4 milhões de toneladas, o que representa um ligeiro aumento de 0,6%, ou seja 2,2 milhões de toneladas superior ao volume obtido no ciclo 2024/25. O resultado é reflexo da combinação do aumento de 3% na área semeada, saindo de 81,7 milhões de hectares na temporada passada para 84,2 milhões de hectares no atual ciclo, e da redução na produtividade média nacional das lavouras, estimada em 4210 quilos por hectares em 2025/26 frente a 4.310 em 2024/25.

Conforme o gerente de Acompanhamento de Safras da Companhia, Fabiano Vasconcellos, tanto a safra mineira quanto a nacional terão o crescimento puxado pelo aumento da área cultivada.

“Houve expansão da área de soja, que é o grão mais cultivado. O milho primeira safra vem em uma crescente, após nove anos de sucessivas reduções de área, deve aumentar a área na temporada, ajudando a consolidar o aumento de produção frente à anterior”.

Principais grãos cultivados em Minas Gerais

Em Minas Gerais, o grão mais produzido é a soja e as expectativas são de queda na colheita. Conforme a Conab, a estimativa é de uma redução de 1,5% na produção da oleaginosa, alcançando, assim, 9,05 milhões de toneladas. A queda na produção virá da produtividade 4,3% inferior, com rendimento por hectare de 3,7 toneladas por hectare. Já a área registrou expansão de 2,9%, com 2,3 milhões de hectares.

“As condições no geral estão dentro do previsto pela Conab. A soja teve um início de semeadura favorável, mas mudou com as irregularidades climáticas, trazendo certa insegurança ao resultado definitivo. Em novembro, as chuvas demoraram a se formar, mas, a partir da segunda quinzena, se regularizaram”, explicou Vasconcellos.

A semeadura da soja, em Minas Gerais, foi, segundo a Conab, muito lenta, tanto em meados de outubro quanto no início de novembro, inclusive com a semeadura sendo suspensa em algumas regiões devido à falta de umidade no solo. No final de novembro, 85% da área estimada havia sido semeada, contra 95,6% na safra passada.

Já a produção de milho, na primeira safra tende a crescer. Os dados apontam para uma alta de 8,7% no volume, chegando, portanto, a 4,1 milhões de toneladas do grão. Na cultura, a área de plantio subiu 5,1%, chegando a 650 mil hectares. A expectativa é de aumento de 3,5% na produtividade, com a colheita de 6,4 toneladas por hectare. A expectativa para a safra total de milho é chegar a 6,9 milhões de toneladas, superando em 4,9% a registrada no ano passado.

Os dados da Conab mostram que em Minas Gerais, a irregularidade das chuvas atrasou a implantação das lavouras de milho, que só se regularizaram na segunda quinzena de novembro. Com 74% da área estimada de cultivo já semeada, o plantio ainda segue atrasado em relação à safra passada, quando já ultrapassava os 87%. Os produtores ainda priorizam o plantio da soja neste momento.

Quanto ao feijão, Minas Gerais tende a produzir um total de 477,2 mil toneladas, alta de 3,1%. Conforme os dados da Conab, para o feijão primeira safra, a previsão é de uma queda de 1,5% em volume, estimado em 202 mil toneladas. A produtividade média esperada, 1,5 toneladas por hectares, está 2,6% menor. No ciclo, houve expansão de 1,1% na área. Para a segunda temporada a estimativa é de queda de 0,8%, enquanto a terceira tende a crescer 17,1%.

Conforme a Conab, as chuvas, embora irregulares no Estado, permitiram um incremento no nível de umidade nos solos. Tal condição favoreceu o avanço da semeadura do feijão, que finalizou novembro com aproximadamente 75% da área prevista efetivamente plantada.

Alta também é esperada na produção mineira de algodão em caroço. Os dados da Conab apontam para um incremento de 22,3% na produção, somando, assim, 135 mil toneladas de algodão. No ciclo produtivo, a área cresceu 10,9% e a produtividade tende a crescer 10,2%.

Rádio Itatiaia

Ouça a rádio de Minas