Produção mineira de arroz deve ter expansão de 719%, aponta a Conab

A safra de grãos 2023/24 em Minas Gerais deve ficar 13,8% menor que no ano passado. O motivo é que a safra anterior foi a maior safra agrícola da história do Estado, chegando a 18,7 milhões de toneladas. Já na temporada atual, a produção de grãos deve atingir 16,1 milhões de toneladas, uma redução de 2,6 milhões de toneladas de grãos em relação à temporada anterior.
A queda se deve basicamente pela demora da regularização das chuvas e o calor intenso na região Sudeste do País entre setembro e outubro, quando os baixos índices pluviométricos e as altas temperaturas afetaram a produtividade da soja, principal grão cultivado no Estado. Nesta temporada, a soja deve alcançar 7,7 milhões de toneladas, o que significa uma redução de 6,7% na comparação com a safra anterior.
Conforme a 11ª estimativa da safra de grãos 2023/2024, divulgada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), em Minas Gerais, houve uma redução de 1,9% na área plantada, que deve somar 4,26 milhões de hectares. A produtividade média estimada para a safra também caiu em 12,2%, e deve reduzir de 4,30 mil toneladas por hectare, para 3,39 mil toneladas.
A redução na produção é uma tendência em todo o País. O volume de produção brasileira de grãos deverá atingir 298,6 milhões de toneladas na safra 2023/24, uma queda de 6,6% ou de 21,2 milhões de toneladas em relação à safra anterior.
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“Essa queda deve-se basicamente à demora da regularização das chuvas no início da safra no Centro-Oeste, e ao excesso de chuvas na região Sul no final da safra. Mesmo a gente tendo aumentado a área plantada, temos uma queda de produção se comparado com ano passado, mas reforço que esta é a segunda maior safra agrícola da história do nosso País”, afirmou o diretor-presidente da Conab, Edegar Pretto.
Produção de arroz se destaca na temporada e preço ao consumidor deve baixar
Apesar de a soja ser o grão mais produzido no Estado, o destaque desta safra é a produção de arroz, que deve registar alta de 719%, passando de 10,3 mil toneladas para 84,4 mil toneladas colhidas. Para este grão, a área plantada aumentou de 3 mil hectares na safra 2022/23 para 17,1 mil hectares na atual temporada, alta de 470%. “O arroz é um dos alimentos básicos da população e quando a gente anuncia aumento de produção, há uma estimativa de queda no preço para o consumidor”, comemorou Pretto.
A soja, que é grão mais produzido no Estado, possui uma estimativa de colheita de 7,79 milhões de toneladas, apresentando uma retração de 6,7%, ou 556 mil toneladas a menos em relação à temporada anterior. A queda é resultado de uma produtividade 10% menor impactada pelas condições meteorológicas, já que a área plantada aumentou em 3,7%, passando para 2,25 milhões de hectares cultivados.
O milho também apresentou retração na produção. A safra total no período 2023/24 deve ficar em 6,1 milhões de toneladas, volume 22,7% menor que a safra anterior. A menor produção se deve à redução de área plantada e à queda de produtividade, que ficou 12,8% menor, alcançando 5,37 toneladas por hectare.
A maior queda na colheita do milho ocorreu na primeira safra. Ao todo, Minas colheu 3,9 milhões de toneladas na temporada, uma retração de 24,3%. Na segunda safra, a colheita do milho chegou a 2,24 milhões de toneladas, representando, assim, uma queda de 19,7%.
Já o feijão, apontou um desempenho diferente do observado a nível nacional. Enquanto a produção no Brasil cresceu 157%, o estado de Minas Gerais colheu 4,2% a menos. Os motivos são a queda da área plantada (1%) e, sobretudo, a produtividade, que caiu 3,3%. Apenas a terceira safra do feijão apresentou alta de 7,3%, mas não foi o suficientes para aumentar a produção total.
O algodão em pluma foi o único item, além do arroz, a registrar alta com relação à temporada anterior. Em Minas Gerais, a alta foi de 27,5%, passando a produção de 51,7 mil para 65,9 mil toneladas. O principal motivo foi o aumento de área plantada que passou de 25,8 mil hectares para 32 mil hectares, enquanto a produtividade praticamente se manteve estável em 2 toneladas por hectare.
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