Safra mineira de grãos deve crescer 13,3% e alcançar recorde de 18,22 milhões de toneladas

A safra de grãos 2024/25 em Minas Gerais caminha para um volume recorde. Na atual temporada, a produção de grãos ficará 13,3% superior, totalizando, assim, 18,22 milhões de toneladas. Entre os fatores que promoveram o incremento estão as condições climáticas mais favoráveis e a recuperação da produtividade, que ficou 12,1% maior. O volume de soja, que é o grão mais cultivado no Estado, se destaca com uma alta de 17,4% e 9,14 milhões de toneladas. 

Conforme a 10ª estimativa da Safra de Grãos 2024/2025, divulgada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), em Minas Gerais, houve um aumento de 1,1% na área plantada, que somou 4,3 milhões de hectares. A produtividade média estimada para a safra, de 4,23 mil toneladas por hectare, cresceu 12,1%.

Assim como em Minas Gerais, a produção de grãos no Brasil também tende a ser recorde. A safra 2024/25 foi estimada em 339,6 milhões de toneladas, um volume que representa aumento de 14,2% ou 42,2 milhões de toneladas frente à colheita do ciclo anterior.

O gerente de Acompanhamento de Safras da Conab, Fabiano Vasconcellos, explica que ao longo da safra 2024/25 de grãos, as condições climáticas seguem mais favoráveis, o que tem contribuído para a expansão do volume. 

---

“O 10º levantamento da safra 2024/25 mostra que as culturas avançam dentro da normalidade. A primeira safra já foi concluída e as previsões de uma super safra estão se confirmando. A soja, principal grão produzido, apresenta uma recuperação frente à safra passada, que foi muito impactada pelo fenômeno El Niño. Nesta safra, as condições climáticas foram melhores”.

Produção de milho, algodão e soja ficam maiores

Com uma colheita estimada em 9,14 milhões de toneladas, a soja teve ganhos de produtividade de 10% e rendimento médio de 3,9 mil toneladas por hectares. Quanto à área plantada, a mesma ficou 3,4% maior, somando, então, 2,3 milhões de hectares. 

Alta também na produção total de milho. A safra 2024/25 será de 6,4 milhões de toneladas. Desta forma, haverá incremento de 5,9%. A maior produção se deve à recuperação da produtividade, que mostra avanço de 11,8%. Já a área caiu 5,3%, somando 1 milhão de hectares. 

A primeira safra de milho ficou menor. Ao todo, Minas Gerais colheu 3,8 milhões de toneladas na temporada, retração de 1,5%. A área caiu 9,5% e a produtividade cresceu 8,8%.

Na segunda safra, a colheita do milho chegou a 2,6 milhões de toneladas, representando, assim, uma alta de 18,8% e contribuindo para o crescimento da safra total de milho em Minas Gerais. Houve recuperação da produtividade frente a igual ciclo do ano passado, com o rendimento médio alcançando 5,7 mil toneladas, 17,8% a mais.

“A área plantada com a primeira safra do milho ficou menor, o que vem acontecendo nos últimos anos muito em função da substituição pela soja. Na segunda safra, as boas produtividades alcançadas refletem as condições climáticas favoráveis ao cereal que ocorreram ao longo do ciclo e aos bons pacotes tecnológicos dos produtores”, disse Fabiano Vasconcellos.

Destaque também para o algodão. A produção estimada é de 113,8 mil toneladas de algodão em caroço, volume 21,3% superior. A produtividade está 13,6% menor e atingiu 2,5 mil toneladas por hectares. Em compensação, a área cresceu 40,5%, com o uso de 45,1 mil hectares.

Minas Gerais produzirá menos feijão

A maior concorrência com outros grãos, como o milho, impactou a safra mineira de feijão. Conforme os dados da Conab, a expectativa é de uma redução de 9,3% na safra total, com a colheita de 469,2 mil toneladas. Em todas as três safras, a Conab aponta para queda no volume.

A primeira safra de feijão em Minas Gerais rendeu 205,2 mil toneladas, representando, assim, um volume 0,6% menor. No ciclo, houve redução de 9,3% na área de cultivo, que somou 128 mil hectares. Já a produtividade, devido às melhores condições climáticas, avançou 9,6% com rendimento médio por hectare de 1,5 mil toneladas. 

Na segunda safra de feijão, que está em período de colheita, a queda estimada é de 3,7%, atingindo, assim, um volume de 146,5 mil toneladas. A produtividade tende a aumentar 10,2%, enquanto a área caiu 12,6%. “As lavouras, em sua maioria, estão no final de maturação e colheita. O clima foi melhor e favoreceu a produtividade”. 

Para a terceira, o volume deve alcançar 117,5 mil toneladas, queda de 25,9%.