Agronegócio

Safra mineira de café deve aumentar 25,2%

Estimativa da Conab é para uma produção de 27,4 milhões de sacas; produtividade tende a crescer cerca de 15%
Safra mineira de café deve aumentar 25,2%
Colheita de café | Crédito: REUTERS/Amanda Perobelli

Na safra 2023, Minas Gerais pode colher um total de 27,4 milhões de sacas beneficiadas de café. O volume estimado está 25,2% superior ao ciclo passado. O aumento expressivo em ano de bienalidade negativa é resultado do clima mais favorável do que o visto nas últimas duas safras, o que permitiu a retomada da produtividade, que tende a crescer 15%, e também da maior área em produção, que apresentou incremento de 8,8%.  

De acordo com os dados do 1º Levantamento da Safra de Café 2023, elaborado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), no País a estimativa aponta para uma produção de 54,94 milhões de sacas de café beneficiado. Mesmo em ano de bienalidade negativa, a previsão inicial sinaliza uma produção 7,9% superior à colhida em 2022, que fechou em 50,9 milhões de sacas.

A maior parte da produção mineira é do café arábica. Foram estimadas 27,1 milhões de sacas de 60 quilos, um aumento de 25,6%. Para o conilon, a expectativa é de uma produção estável, calculada em 390 mil sacas. 

Minas Gerais, que responde por 49,5% da produção nacional, terá na safra atual uma área total em produção de 1,1 milhão de hectares, o que representa um aumento de 8,8%. Deste total, 1,09 milhão de hectares –  8,9% a mais – são de café arábica. 

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De acordo com o gerente de Acompanhamento de Safras da Conab, Rafael Fogaça, o aumento na área, o que é atípico para anos de bienalidade negativa, ocorre devido a fatores climáticos desfavoráveis que impediram o início de produção destas áreas no ano passado. 

“Com o aumento de área, na produção do café arábica, Minas Gerais terá 73% da área de café em produção do País em 2023. No ano passado, o índice era de 69%. Isso significa que Minas ficará ainda mais relevante para a produção nacional. Devido ao clima ruim em 2021, que afetou a safra de 2022, muitos cafeicultores não conseguiram colocar os cafezais em produção. Essa área entrou agora na safra de 2023. Apesar da bienalidade negativa, Minas teve um aumento de área muito grande, são quase 100 mil hectares a mais”, disse Fogaça.

Além da maior área, o clima mais favorável entre outubro e dezembro, também estimulou a produtividade do café arábica. É esperado um rendimento médio de 24,7 sacas de 60 quilos por hectares, volume que supera em 15,3% a produtividade de 2022.

“Mesmo sendo um ano de bienalidade negativa a sinalização é de uma produção superior que a de 2022, quebrando o ciclo de evolução da safra desde 2001, quando Conab começou a acompanhar a safra”, explicou o  presidente da Conab, Guilherme Ribeiro. 

Regiões

Em relação às regiões produtivas, é esperada recuperação da produtividade no Triângulo e Sul de Minas, importantes regiões produtoras do País. No Sul de Minas, a produção foi estimada em 13,1 milhões de sacas de café arábica, ou seja, um aumento de 37,3% frente a safra passada. Na região, a área em produção – 546 mil hectares –  está 10,5% maior. A produtividade, que foi muito afetada na temporada anterior, pode crescer 24,2% e chegar a 24 sacas por hectare.

No Triângulo, Alto Paranaíba e Noroeste de Minas, a área, 200,8 mil hectares, cresceu 10,5% e a produtividade, 31,3 sacas por hectare, está 35,4% superior. Com isso, a região tende a colher, em 2023, 6,28 milhões de sacas de café, alta de 49,6%.

Na Zona da Mata é esperada queda de 2,5% na produção cafeeira, chegando a 6,9 milhões de sacas. Devido à bienalidade negativa, a produtividade tende a cair 7,7% e o rendimento por hectare deve ficar na média de 21,4 sacas. A área em em produção é de 323 mil hectares, 5,6% maior.

A Conab estima que no Norte, Jequitinhonha e Mucuri a produção de café atinja 714 mil sacas – alta de 7,1% frente à safra anterior. A área em produção cresceu 5,9% e chegou a 24,7 mil hectares. A produtividade média, 28,9 sacas por hectare, está 1,1% maior. 

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