Safra mineira de grãos pode bater novo recorde

Os primeiros levantamentos da safra de grãos, divulgados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), indicam que Minas Gerais pode registrar uma nova safra recorde na temporada 2022/23. A estimativa inicial prevê uma produção de 18,3 milhões de toneladas, superando em 9% o volume registrado na safra anterior, que é o recorde estadual.
O aumento na safra 2022/23 vem sendo estimulado pela expansão da área plantada, que pode chegar a 4,19 milhões de hectares e ficar 2,9% maior que a registrada anteriormente. Dentre os produtos, o destaque é a soja. A produção da oleaginosa está estimada em 7,86 milhões de toneladas – alta de 3,7%.
Conforme os dados do 2° Levantamento da Safra de Grãos 2022/23, houve um pequeno atraso no plantio da safra, em função da demora na regularização das chuvas nas principais regiões produtoras. Porém, as estimativas são positivas para as próximas semanas e a tendência é de regularização das precipitações e de maior avanço na semeadura da nova safra.
No Estado, a estimativa aponta para um produtividade, na primeira safra, de 4,3 toneladas por hectares, ou seja, aumento de 5,9%. O gerente de acompanhamento de safras da Conab, Rafael Fogaça, ressaltou que a estimativa de produtividade nestes primeiros levantamentos é feita estatisticamente através da análise de dados dos anos anteriores. A análise da produtividade em campo deve acontecer nos próximos meses.
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Segundo os dados, a safra de soja será o destaque em Minas Gerais. A previsão é de um aumento de 3,7% na produção, podendo alcançar 7,86 milhões de toneladas. A área produtiva foi estimada em 2 milhões de hectares, 5,7% maior. A estimativa inicial é colher 3,7 toneladas de soja por hectare, queda de 1,9%. Conforme a Conab, em Minas Gerais, a soja vem ganhando espaço, principalmente em áreas antes cultivadas com milho e feijão de primeira safra. Também está havendo maior incorporação de áreas de pastagem.
O levantamento mostra ainda que, em alguns locais, lavouras semeadas no início do período chuvoso estão sob restrição hídrica, o que já deixa os produtores apreensivos. Com isso, o plantio nessas regiões foi interrompido, aguardando a melhora das condições de umidade no solo, o que deve atrasar um pouco em relação às últimas safras. Com o retorno das precipitações na última semana, os produtores intensificaram o ritmo do plantio, que se encontra atrasado em relação à safra passada, com 27,5% já semeado, contra 40% da safra passada. “A previsão é de chuvas satisfatórias para o Estado, o que vai contribuir para o avanço da semeadura da safra nas próximas semanas”, explicou Fogaça.
O superintendente de Estudos de Mercado e Gestão da Oferta da Conab, Allan Silveira, destacou que, atualmente, os preços da soja seguem estáveis. “No Brasil, os preços da soja seguem estáveis, apesar da queda no mercado externo, resultado da perspectiva de produção maior no mundo e pelo temor de queda da demanda em função de uma possível recessão global”.
Milho e feijão
Para a primeira safra de milho, é esperada queda de 6% na produção, que pode chegar a 5,18 milhões de toneladas. A queda é resultado da redução de 6% na área – 789,2 mil hectares. A produtividade, 6,5 toneladas por hectare, está igual à registrada na primeira safra. A previsão inicial, que tende a ser revisada, é que a produção de milho total, em Minas Gerais, chegue a 8,9 milhões de toneladas, volume 16,1% maior que na safra anterior.
De acordo com a Conab, a queda na área plantada da primeira safra se deve à forte migração dessas áreas para a soja, e também para a produção de sementes, já que esse tipo de grão é mais rentável, e as empresas do setor, que garantem uma renda mínima, mesmo em casos de adversidades climáticas, o que traz maior segurança ao produtor. “Em Minas Gerais, nos últimos anos, os técnicos também têm observado uma maior destinação da lavoura de milho para silagem ao invés de grãos na primeira safra. A área também vem dando lugar à produção de soja. Os produtores têm preferido plantar milho para grãos na segunda safra”, disse Fogaça.
Queda também é esperada na produção de feijão. A produção na primeira safra está estimada em 194,1 mil toneladas, retração de 3,3%. A produtividade tende a crescer 2,1% com a colheita de 1,3 toneladas por hectares. A área plantada ficou 5,3% menor, atingindo 142,3 mil hectares. A queda é resultado da concorrência com outras culturas.
Algodão
Para o algodão, a estimativa é de um aumento de 5,6% na produção, chegando a 116,9 mil toneladas. A área de cultivo está estimada em 29,4 mil hectares e se manteve estável. A produtividade, 3,9 toneladas por hectare, tende a aumentar 5,6%. A produção de pluma será de 47,7 mil toneladas, aumento de 7,7%.
Safra no País
No Brasil, a segunda estimativa para a safra de grãos em 2022/23 indica um volume de produção de 313 milhões de toneladas, ou seja, aumento de 15,5% se comparado com o resultado obtido no último ciclo. O montante representa quase 42 milhões de toneladas a mais na atual safra.
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