Agronegócio

Safra mineira de grãos tende a aumentar 8,4% e bater recorde

Safra mineira de grãos tende a aumentar 8,4% e bater recorde
Crédito: Divulgação

A safra de grãos 2019/20 em Minas Gerais deve registrar novo recorde produtivo, com a colheita de 15,39 milhões de toneladas, acréscimo de 8,4% frente as 14,2 milhões de toneladas colhidas anteriormente.

De acordo com os dados do 9º Levantamento da Safra de Grãos 2019/20, divulgado, nessa terça-feira (9), pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), os destaques positivos no Estado são a produção de soja e de milho.

Na safra 2019/20, a área plantada em Minas Gerais ficou 2,2% maior que na safra anterior, somando 3,53 milhões de hectares. As condições climáticas foram favoráveis e houve uma elevação de 6% na produtividade, que alcançou 4,36 toneladas por hectare.

O secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Eduardo Sampaio, destaca que a safra de verão já foi praticamente concluída e os resultados foram positivos. A safra de inverno está semeada.

“A safra de verão foi positiva, tivemos a maior parte dos produtos apresentando alta, o que nos deixa tranquilos em relação ao abastecimento”, explicou.

Soja – Em Minas Gerais, dentre os produtos, o grande destaque foi a soja, cuja colheita já foi encerrada. Na safra 2019/20, Minas Gerais colheu 5,88 milhões de toneladas de soja, alta de 16% quando comparado com o volume de 5 milhões de toneladas colhidas em 2018/19.

A área ocupada pela oleaginosa cresceu 4,6% e somou 1,64 milhão de hectares. Com clima favorável e investimentos nos pacotes tecnológicos, a produtividade das lavouras cresceu 10,9% e encerrou o período com rendimento médio por hectare de 3,57 toneladas.

A produção total de milho será de 7,81 milhões de toneladas, variação positiva de 3,7% quando comparada com as 7,5 milhões de toneladas colhidas na safra 2018/2019. Na safra, a área total ocupada pela cultura do cereal cresceu 2% e chegou a 1,19 milhão de hectares. A produtividade média esperada é de 6,5 toneladas por hectare, avanço de 1,6%.

A primeira safra do milho ficou praticamente estável, com pequena variação positiva de 0,5% e a colheita de 4,6 milhões de toneladas. No período, houve um recuo de 4% na área (718 mil hectares), movimento que vem sendo observado nas últimas safras, uma vez que os produtores têm migrado para a soja, que tem maior liquidez. A produtividade média, 6,4 toneladas por hectare, aumentou 4,7%.

A previsão para a segunda safra de milho, que já foi semeada, é de um incremento de 8,7% no volume a ser colhido, estimado em 3,1 milhões de toneladas. Houve um aumento na área plantada de 12,7%, totalizando 473,9 mil hectares. A produtividade média deve ficar em torno de 6,7 toneladas por hectare, variação negativa de 3,5%.

Feijão valorizado – A produção mineira total de feijão foi estimada em 539 mil toneladas, queda de 0,7%. Houve uma redução de 2,3% na área, que somou 355,2 mil hectares. A produtividade média está em torno de 1,5 tonelada por hectare, aumento de 1,7%.

Na primeira safra de feijão, houve um incremento de 21,7% no volume colhido, que chegou a 192,6 mil toneladas. O aumento foi resultado da área 4,9% superior e da produtividade 15,9% maior. Ao todo, a área utilizada para a produção de feijão ficou em 157,4 mil hectares e a produtividade em 1,2 tonelada por hectare.

Na segunda safra de feijão, as quedas significativas na área (11%) e na produtividade (7,4%), contribuíram para uma colheita 17,6% inferior, totalizando 167 mil toneladas de feijão.

Para a terceira safra de feijão, que é irrigada, a tendência é de queda. A produção deve recuar 1,2% e somar 179,2 mil toneladas. A produtividade foi estimada em 2,6 toneladas por hectare, 1,3% menor. Já a área destinada ao cultivo, 68,5 mil hectares, ficou praticamente estável, com variação positiva de apenas 0,1%.

De acordo com o diretor de Política Agrícola e Informações da Conab, Sergio De Zen, a tendência é de preços firmes para o feijão. Devido ao isolamento social para controle do novo coronavírus, o consumo de feijão está maior e a oferta bem ajustada.

“A semeadura está em andamento. A expectativa é de uma boa safra devido aos preços valorizados. O mercado está trabalhando com quadro de oferta reduzido e consumo maior”, explicou.

A produção de trigo, que também já foi semeada, deve aumentar 5,4%, com a colheita de 219,6 mil toneladas. A área plantada será de 83,3 mil hectares, espaço 5,3% menor. É esperado incremento de 11,4% na produtividade, que pode chegar a 2,6 toneladas por hectare.

País deve ter recorde mesmo com recuo

O 9º Levantamento da Safra 2019/2020, divulgado ontem pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), confirma o crescimento recorde da produção de grãos no País, estimada em 250,5 milhões de toneladas, ou seja, 8,5 milhões de t (3,5%) a mais do que o colhido em 2018/19.

Em relação ao levantamento passado, houve queda de 400 mil toneladas na estimativa de produção. Mas o recorde da safra se mantém, resultado de uma área semeada de 65,6 milhões de hectares, com crescimento de 2,3 milhões de hectares (3,6%) sobre a safra passada.

Com a colheita finalizada praticamente em todas as culturas de primeira safra, e as de segunda em andamento, o que falta agora é a conclusão do plantio das culturas de inverno e os números resultantes da terceira safra. Além disso, será necessário observar o comportamento climático, que pode influenciar na produtividade destas culturas.

A soja apresenta uma produção recorde de 120,4 milhões de t, 4,7% a mais do que a safra 2018/19. Já o milho total, somatório da primeira, segunda e terceira safras, chega ao recorde de 101 milhões de t com uma área de 18,5 milhões de hectares. A produção nas três safras devem alcançar, respectivamente, 25,4 milhões de t, 74,2 milhões de t e 1,33 milhão de toneladas.

A colheita de arroz está próxima do fim e sua produção está estimada em 11,1 milhões de t, 6,5% superior ao volume produzido na safra passada.

A produção de feijão chegará a 3,07 milhões de t, 1,9% superior ao obtido em 2018/19.

A primeira safra está totalmente colhida, enquanto as lavouras de segunda safra estão em processo de colheita e as de terceira safra finalizando o plantio. Já o algodão em pluma tem uma produção estimada em 2,89 milhões de t, 3,9% superior à safra passada.

Finalmente, nas culturas de inverno, o trigo têm boas perspectivas, com um crescimento de 6,7% na área a ser cultivada e a produção devendo chegar a 5,7 milhões de t, dependendo do comportamento climático.

Depois de se firmar como uma opção rentável para os produtores que aproveitam melhor a janela de plantio na segunda safra, começa a surgir a terceira safra de milho na região da Sealba (Sergipe, Alagoas e nordeste da Bahia). A estimativa para este ano é de uma colheita de 1,3 milhão de toneladas. (Com informações da Conab)

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