Safra de soja do Brasil em 2026 deve avançar 3,9%, enquanto exportação cresce menos, diz Abiove

A safra de soja do Brasil, maior produtor e exportador global da oleaginosa, deverá somar recorde de 178,5 milhões de toneladas em 2026, alta de 3,9% na comparação com 2025, projetou nesta quarta-feira a associação da indústria Abiove, em sua primeira estimativa para o novo ciclo.
O avanço previsto considera uma previsão de safra de soja em 2025 revisada para 171,8 milhões de toneladas, volume 1,5 milhão de toneladas acima da previsão de setembro.
A projeção da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) está próxima da previsão da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que no início do mês projetou cerca de 178 milhões de toneladas para a safra que ainda está sendo plantada e deverá ser colhida no ano que vem. A Conab considerou um aumento anual de 3,6% na área da cultura, para 49 milhões de hectares.
“Os números refletem a força e a eficiência da cadeia da soja brasileira, que segue ampliando sua competitividade e agregando valor no mercado interno”, afirmou o diretor de Economia e Assuntos Regulatórios da Abiove, Daniel Furlan Amaral, em nota.
Embora a estimativa de produção de soja brasileira ainda dependa de clima favorável até pelo menos o início da colheita, em janeiro, a Abiove projeta novos recordes de exportação e processamento, baseada na premissa atual.
A exportação de soja do Brasil em 2026 foi prevista em 111 milhões de toneladas, nova máxima, com alta de 1,4% sobre 2025.
Já o processamento de soja no Brasil em 2026 deverá atingir 60,5 milhões de toneladas, avançando 3,4% sobre 2025, segundo a associação de tradings e processadores.
“O avanço do processamento nacional e o bom desempenho das exportações reforçam a importância do setor para a balança comercial e para o desenvolvimento do país, bem como para a produção de proteínas e de biocombustíveis”, completou Amaral.
Ainda que recordes, a exportação e o processamento deverão crescer menos do que a safra. Assim, os estoques finais de soja brasileira em 2026 aumentariam 75% na comparação anual, para 10,5 milhões de toneladas.
A exportação de farelo de soja do Brasil em 2026 foi prevista em 24,6 milhões de toneladas, alta anual de 4,2%. Já o volume fabricado desse produto no país cresceria 3,3%, para 46,6 milhões de toneladas.
A produção de óleo de soja do Brasil, que tem sido impulsionada pela fabricação de biodiesel, foi estimada em 12,15 milhões de toneladas em 2026, avanço de 3,8% ante 2025, enquanto o consumo interno aumentaria 4,8%, para 11 milhões de toneladas.
A exportação de óleo de soja cairia mais de 25% no ano que vem, para cerca de 1 milhão de toneladas.
Receita com exportação do complexo soja do Brasil crescerá para US$ 55,3 bi em 2026
A receita com as exportações brasileiras de soja, farelo e óleo, setor líder na geração de divisas para o país, está estimada em US$ 55,26 bilhões em 2026, alta de cerca de US$ 5 bilhões na comparação com 2025, graças a maiores volumes e preços dos produtos, apontou a associação do setor Abiove, nesta quarta-feira.
A Abiove, que projeta volumes recordes na exportação de soja e farelo, na expectativa de uma nova safra em máxima histórica no ano que vem, indicou que o maior impulso vem dos embarques do grão, que somariam US$ 46,07 bilhões, versus US$ 41,6 bilhões em 2025.
A exportação de soja do país em 2026 foi prevista em 111 milhões de toneladas, com alta de 1,4% sobre 2025, em ano em que o Brasil já tem ampliado sua participação nas importações da China, diante da disputa tarifária entre o país asiático e os Estados Unidos.
A produção de soja do Brasil, maior produtor e exportador global da oleaginosa, deverá somar recorde de 178,5 milhões de toneladas em 2026, alta de 3,9% na comparação com 2025, segundo a Abiove, que divulgou sua primeira estimativa para o novo ciclo nesta quarta-feira, em momento em que produtores ainda plantam a safra.
Apesar de uma esperada nova safra recorde do Brasil, a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) projeta preços médios mais altos da soja exportada do Brasil no próximo ano, a US$ 415/tonelada, versus US$ 380/t em 2025.
O crescimento anual esperado para a receita com os embarques do complexo soja (grão, farelo e óleo) não deverá resultar em um faturamento anual recorde, contudo.
Em 2023, quando os preços da soja estavam mais altos, acima de US$ 520/t em média, o Brasil exportou US$ 67,3 bilhões, considerando grão, farelo e óleo.
(Conteúdo distribuído por Reuters)
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