Festival Mundial da Cachaça quer incentivar a legalização da produção no Estado

Capital Nacional da Cachaça, Salinas, no Norte de Minas Gerais, se destaca por ser o município com o maior número de registros da bebida no País. Devido à importância da produção na economia da região, acontece, no município, o Festival Mundial da Cachaça. Este ano, o evento que está em sua 21ª edição será desta sexta-feira (12) a domingo (14), no Parque de Exposições de Salinas.
Este ano tem novidades. Com o objetivo de estimular a regularização das cachaças e contribuir para o aprimoramento da qualidade das bebidas já registradas, o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) lançará no evento para os produtores da região o programa “O Legal Merece um Brinde”. A cerimônia será no dia 12 de julho, às 19h30.
O Festival Mundial da Cachaça deve reunir mais de 30 mil pessoas e atrai degustadores, produtores rurais, comerciantes e empresas locais de outros segmentos. O evento é uma oportunidade de ressaltar a importância de consumir um produto legalizado e com segurança alimentar.
Cachaça legal
Desenvolvido pelo IMA, o projeto “O Legal Merece um Brinde” quer incentivar a legalização da produção de cachaça no Estado. Além disso, é uma ferramenta importante para conscientizar a cadeia produtiva da cachaça. O projeto busca integrar fiscalização e conscientização, abrangendo toda a cadeia produtiva da bebida, de produtores a consumidores, passando pelos restaurantes e transportadores de cachaça.
O conteúdo continua após o "Você pode gostar".
Conforme o gerente de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal do IMA, Lucas Guimarães, o programa está presente em 20 das 21 coordenadorias do IMA, abrangendo, assim, praticamente todas as regiões do Estado.
“O programa ‘O Legal Merece um Brinde’ é uma ferramenta, um projeto de educação sanitária do IMA que realiza a fiscalização aliada à educação sanitária. As ações de fiscalização ocorrem, dentro da sua normalidade e rotina. O empreendimento, após fiscalizado, é cientificado de tudo que se tratou àquela ação e também sobre quais os tratamentos e eventuais melhorias devem ser feitas no empreendimento ou na cachaça”, explicou Guimarães.
O representante do IMA explica ainda que o método é diferenciado por deixar o cidadão fiscalizado informado sobre os procedimentos necessários e em como proceder após a ação de fiscalização.
“Com o programa, buscamos uma maior proximidade junto ao produtor, tiramos dele aquele estigma que o órgão fiscalizado está ali só para punir. Então, as portas do IMA estão abertas para aqueles que queiram vir se regularizar, buscar as informações. A gente tem acolhido os mais diversos canais, seja através de visitas aos escritórios, através de e-mail, alguns escritórios têm canais de WhatsApp e também através de palestras, que tem sido o principal meio de articulação junto a esse público. Buscamos atuar nos mais diversos elos da cadeia produtiva, desde aquele que produz, aquele que beneficia e aquele que comercializa”.
Projeto estimula regularização
Conforme Guimarães, o trabalho realizado pelo IMA é fundamental para o aumento de estabelecimentos regularizados no Estado. De acordo com o Anuário da Cachaça 2024, divulgado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), Minas Gerais foi o estado que concentrou o maior registro de estabelecimentos produtores de cachaças no Brasil em 2023.
O Estado conta com 504 estabelecimentos registrados, correspondendo, assim, a 41,4% das cachaçarias do País. A marca se deve ao crescimento de 7,7% nos registros em 2023 frente a 2022. Ao todo, Minas registrou 36 estabelecimentos a mais em relação a 2022. Esta é a primeira vez que uma unidade da federação supera a marca de 500 cachaçarias registradas.

Os três municípios com o maior número de estabelecimentos registrados estão no Estado. O maior é Salinas, com 24 unidades produtoras. Logo em seguida vêm o Alto do Rio Doce, com 20 registros, e Rio Espera, com 16. No Brasil, em 2023, o número de cachaçarias registradas somou 1.217 unidades, resultado de um crescimento de 7,8% com base no ano anterior.
Conforme o Mapa, Minas também lidera no número de registros de cachaças: 2.144 cadastros, o que corresponde a 35,7% do volume do País. Em nível nacional, houve um crescimento de 18,5% em relação ao total de produtos registrados que havia em 2022, alcançando o número de 5.998 marcas.
Conforme o Mapa, o Estado se destaca ainda com maior número de marcas nos registros de cachaça. Em média, são 8,6 marcas para cada estabelecimento, o que representa 4.341 marcas.
Ouça a rádio de Minas