Semana Internacional do Café cresce 50% e pode movimentar R$ 150 milhões

Um dos maiores eventos de café do mundo, a Semana Internacional do Café (SIC) acontecerá de 5 a 7 de novembro, no Expominas em Belo Horizonte. O evento, que reúne representantes de toda a cadeia produtiva, será o maior da história, ocupando todo o espaço do Expominas e reunindo mais de 2 mil expositores, o que representa um crescimento de 50% frente ao ano passado.

Com o propósito de conectar e gerar oportunidades para a cadeira do café brasileiro no acesso a mercados, conhecimento e negócios, a SIC deve movimentar cerca de R$ 150 milhões em negócios. O tema escolhido para a edição será “Café em transformação – inovação, sustentabilidade e oferta no mercado global”. 

O sócio diretor da Expresso&Co, uma das realizadoras da SIC, Caio Alonso Fontes, destaca que a 13ª edição da SIC vem com um crescimento robusto de mais de 50% no tamanho e maior presença de marcas e expositores. O crescimento do evento é impulsionado pela demanda, principalmente, para a área de negócios e exposição. 

“A SIC vem atender ao atual momento de mercado, ao dinamismo e à transformação que o mercado do café vive, tanto na sustentabilidade como na oferta do café para o mundo. Com o tema deste ano vamos levar informações para toda a cadeia produtiva, ajudando os atores a se prepararem para o mercado”, afirma.

Ainda segundo Fontes, este ano, houve bastante investimento nas rodadas de negócios que acontecerão ao longo da Semana Internacional do Café. A expectativa é gerar resultados promissores para produtores que comercializarão o grão. “Fizemos grandes investimentos em projetos compradores, tanto nacionais quanto internacionais”. 

Ele destaca ainda que a SIC terá o Festival Café da Semana, espaço voltado para o mercado de consumo de cafeterias. “O ambiente é plural e reúne diversos produtos voltados para o setor de cafeterias, que é muito empreendedor e uma porta para levar o café de qualidade para o consumidor final”, comenta.

SIC deve receber 25 mil visitantes

Pensando no consumidor final, este ano, pela primeira vez, a Semana Internacional do Café, no dia 7 de novembro, será aberta ao consumidor. “A abertura da SIC, no último dia, para o consumidor final gera oportunidade para as pessoas se conectarem com a cadeia produtiva do café, que é tão rica”, diz Fontes. 

Este ano, a expectativa é receber cerca de 25 mil pessoas nos três dias de evento. Além disso, a SIC contará com 240 expositores nesta edição, ante 187 de 2024. Para Caio Alonso Fontes, o crescimento é resultado da demanda crescente, principalmente para negócios e exposição.

“São muitas marcas querendo participar do evento, buscando se conectar nesse mundo do café. Dentro dessa expansão, a gente tem desde equipamentos para a produção – como maquinário, tecnologia de classificação de café -, até novas regiões. Vamos ter o estado de São Paulo e do Acre participando. Então, é um crescimento de todas as fatias do setor, desde equipamento, indústria, regiões e insumos para cafeteria”, explica.

Tendências e desafios serão temas das palestras

A gerente de Agronegócios e Artesanato do Sebrae Minas, Priscilla Lins, explica que o momento atual ao mesmo tempo que é interessante para o café – devido aos preços valorizados – também é preocupante para o setor que vive incertezas em relação ao clima e ao tarifaço imposto pelos Estados Unidos. Por isso, ao longo da SIC, representantes da cadeia do poderão participar de palestras e workshops diversos que vão discutir os rumos da produção cafeeira. 

“Queremos tentar responder sobre as dúvidas que estão presentes na cadeia toda do café – incluindo produtores, indústria, empresários -, para que eles consigam trabalhar mais soltos. Teremos palestras de alta qualidade e muitas oportunidades para que a cadeia do café se informe. A oportunidade de reunir a cadeia para conversar sobre inovação, sustentabilidade, mercado e tendências, de forma profunda, é muito importante neste momento de desafios que o café enfrenta”, reforça.

Maior concurso de café, Cupping ATeG Café+Forte recebeu cerca de 2,5 mil amostras

Um dos grandes destaques da Semana Internacional do Café é a realização do 9º Cupping ATeG Café+Forte, realizado pelo Sistema Faemg Senar. Este ano, o concurso recebeu mais de 2,5 mil amostras e, destas, as 100 melhores serão julgadas durante o evento. 

A analista de agronegócio do Sistema Faemg Senar, Ana Carolina Gomes, explica que este ano houve um aumento expressivo das amostra enviadas para o concurso, passando de 1,8 mil em 2024 para cerca de 2,5 mil na edição atual. 

“Houve um crescimento grande no volume de amostras, mas, também houve avanço significativo na qualidade dos cafés. Levaremos para a SIC os 100 melhores cafés de Minas Gerais, de todas as regiões e tanto arábica como comilon. Na SIC, faremos as premiações e a consagração dos produtores que fizeram estes café de qualidade. É um momento ímpar, por ver a crescente qualidade promovida pelo Ateg, mostrando que a assistência técnica faz diferença na produção de qualidade e sustentabilidade”, diz. 

O café em Minas Gerais

Minas Gerais é o maior produtor de café do Brasil, com participação de 52% do total nacional. O parque cafeeiro mineiro é composto por 513 municípios produtores, que ocupam 1,3 milhão de hectares de lavouras. A safra 2025 do grão, no Estado, está estimada em 24,8 milhões de sacas. Grande parte dos cafeicultores mineiros estão reunidos em cooperativas, o que ajuda a alavancar o desempenho do setor. 

“Quando falamos de café cooperativista, falamos de uma atividade que não apenas movimenta a economia, mas que garante renda para milhares de famílias, valoriza a sustentabilidade e reafirma Minas como referência nacional e internacional em cooperativismo”, afirmou o presidente do Sistema Ocemg, Ronaldo Scucato.

Minas Gerais tem o maior número de cooperativas agropecuárias do Brasil, somando 199. O setor representa um quarto de todo o cooperativismo mineiro. Em 2024, as cooperativas mineiras exportaram 6,7 milhões de sacas de café, quase 45% da sua produção, chegando a mais de 20 países e respondendo por 22% das exportações do Estado.