Semana Internacional do Café tem formato híbrido neste ano

O Expominas volta a receber a Semana Internacional do Café (SIC), considerada a maior feira brasileira do setor, entre 10 e 12 de novembro, na capital mineira. Após contar com edição completamente virtual no ano passado, devido à pandemia da Covid-19, e que teve alcance em 58 países, o evento retorna neste ano em formato híbrido, enquanto palco de conhecimento sobre as tendências e soluções para os produtores de café e de oportunidades para novos negócios.
Segundo o assessor técnico especial para assuntos de café da Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (Seapa), Julian Silva Carvalho, além de ser a maior feira que trata da cultura do café no País, o evento desempenha o papel de unir todos os elos da cadeia produtiva do grão.
“O café traz essa cultura de aproximação de pessoas, porque as pessoas se reúnem em volta de uma xícara da bebida, conversam, trocam experiências. E a feira promove diversos momentos de negociação que fortalecem a cadeia do café”, afirma Julian, que ressalta, ainda, a importância do potencial da feira para a atração de pessoas de todo o mundo.
Conforme explica a analista de Agronegócios da Federação da Agricultura e Pecuário do Estado de Minas Gerais (Sistema Faemg), Ana Carolina Gomes, neste ano o evento será realizado em formato híbrido, sendo a parte presencial focada em assuntos comerciais, de negociação e degustação, por exemplo.
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Enquanto isso, para aqueles que estiverem acompanhando o evento de forma virtual, o formato irá proporcionar acesso aos conteúdos dos seminários, cursos e workshops. Neste ano, as principais temáticas que serão trabalhadas no evento acontecerão à luz da 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 26), com foco em discussões e exemplos de boas práticas relacionadas à sustentabilidade no setor e ESG, além das criptomoedas no mercado financeiro do café.

O evento
Estão confirmados para o evento 80 empresas expositoras, e a expectativa do Sistema Faemg, idealizador da feira, é que passem pelo local cerca de 9 mil pessoas, com alcance total de 25 mil devido ao acesso on-line. Vale lembrar que, em 2019, na última edição presencial da SIC e anterior ao atual período pandêmico, foram movimentados R$ 50 milhões em negócios no local.
Para a gerente de Agronegócios do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Minas Gerais (Sebrae Minas), Priscilla Lins, a semana funciona como uma vitrine para os projetos do Serviço. “Nós falamos sobre as tendências do café para além do que é visto no Brasil. E é a partir dessas tendências que eles irão tratar o futuro. Neste ano, vamos fazer um trabalho especial para torrefadores e cafeterias”, conta Priscilla.
No próximo ano, o Sebrae Minas projeta uma pesquisa para entender como a SIC impacta o mercado de cafeterias em Belo Horizonte, já que, conforme acredita a gerente, os empreendedores que passam pela feira conseguem entender o potencial do café enquanto negócio para a Capital.
Clima desafia cafeicultura no Estado
A SIC acontece após a produção em Minas Gerais ser impactada por condições climáticas extremas, conforme lembra o assessor técnico especial para assuntos de café da Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (Seapa), Julian Silva Carvalho.
“No ano passado, nós tivemos uma seca muito forte no Estado, que trouxe prejuízos. Somado a isso, tivemos também uma intempérie climática que foram as geadas. Nós sabemos que elas irão prejudicar as próximas safras, mas não sabemos o quanto ainda. Os produtores ainda estão revendo suas projeções e renegociando contratos”, afirma Julian.
O assessor aponta, ainda, que a bienalidade negativa do café ocasionou uma redução de 40% da safra de 2021 em relação à de 2020, quando houve recorde de colheita no Estado, situação que, segundo Julian, é concomitante a alta demanda mundial e aos preços remuneratórios do café.
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