Senecavírus A atinge mais de 100 granjas em Minas

Mais de 100 granjas de suínos em Minas Gerais já foram interditadas em decorrência da infecção por Senecavírus A.
Apesar dos sintomas similares aos da febre aftosa – com os animais apresentando lesões na cavidade oral, focinho e cascos –, a enfermidade não causa embargos econômicos, mas a identificação, feita através de exames laboratoriais, é considerada fundamental para descartar a aftosa, que causa diversos prejuízos financeiros.
De acordo com o coordenador estadual do Programa de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), Natanael Lamas Dias, a enfermidade vem sendo notificada na região do Triângulo Mineiro.
Dias explica ainda que a primeira manifestação do Senecavírus A ocorreu no Estado em 2014, em Uberlândia, e novos casos em suínos começaram a ser notificados somente em outubro de 2019 em várias granjas da região.
“A doença não causa embargos econômicos, mas gera prejuízo para a granja, uma vez que os animais adoecem apresentando sintomas parecidos com os da febre aftosa, como lesões na cavidade oral, no focinho e nos cascos e dificuldade de locomoção. É uma doença curável e que não impede o abate comercial após o animal se recuperar”, explicou.
Ainda conforme Dias, a notificação de casos suspeitos deve ser feita de forma imediata ao IMA, que irá inspecionar a granja e coletar material para análise. Quando o IMA é acionado pelo produtor, o órgão tem 12 horas para ir até a propriedade para fazer a vistoria. O material coletado é analisado pelo Laboratório Federal de Defesa Agropecuária (LFDA), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), localizado em Pedro Leopoldo, e fica pronto em cerca de dois dias.
“É importante notificar para que sejam feitos os testes e descartada a febre aftosa, que é uma das doenças mais graves e que causa prejuízos econômicos relevantes como embargos econômicos. A diferenciação entre as doenças só é feita através dos exames em laboratório”, disse.
Abate comercial – De outubro até meados de fevereiro, mais de 100 granjas apresentaram a enfermidade. Para controle, as unidades são interditadas. Após o período de recuperação dos animais, as unidades são reabertas e podem voltar a comercializar os animais. Os suínos que tiveram a doença podem ser abatidos e consumidos sem risco sanitário.
O Estado possui atualmente cerca de 1.200 granjas de suínos cadastradas no IMA. De acordo com os dados da Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Minas Gerais é o quarto maior produtor de suínos do Brasil, perdendo apenas para Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul. O rebanho mineiro é composto por cerca de 5,3 milhões de cabeças, respondendo por 12,7% do rebanho nacional. A maior região produtora do Estado é a Zona da Mata, concentrando 23% do rebanho mineiro, seguida pelo Triângulo (22%) e Alto Paranaíba, com 15%.
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