Agronegócio

Anuário de bebidas não alcoólicas traz raio-X do setor; veja dados do Brasil e de Minas

O Mapa divulgou o Anuário de Bebidas Não Alcoólicas 2024, que traz dados atualizados sobre a produção de bebidas zero álcool no Brasil
Anuário de bebidas não alcoólicas traz raio-X do setor; veja dados do Brasil e de Minas
Estado apresenta um número reduzido de fábricas, estimada em 110 agroindústrias de água de coco, sucos ou polpa de frutas | Foto: Divulgação Mapa

O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) divulgou na última quarta-feira (18) o Anuário de Bebidas Não Alcoólicas 2024, que traz dados atualizados sobre a produção de bebidas zero álcool no Brasil, incluindo a situação específica de Minas Gerais.

O anuário analisou todos os detalhes das seguintes categorias de bebidas:

  • água de coco, suco ou polpa de fruta (incluindo o açaí) – com 2.277 agroindústrias registradas no Brasil e 35.534 produtos registrados.
  • chá pronto para o consumo, kombucha, suco tropical, néctar, refresco, refrigerante, soda, xarope e preparado sólido para refresco – 1.217 agroindústrias registradas e 24.386 produtos.

A publicação é resultado de um levantamento anual realizado pela Secretaria de Defesa Agropecuária, em conjunto com a Associação Brasileira das Indústrias de Refrigerantes e de Bebidas não Alcoólicas (Abir), e faz referência aos dados coletados no ano de 2023 em toda a cadeia produtiva de agroindústria de bebidas zero álcool.

A produção total foi de mais de 29 bilhões de litros de bebidas não alcoólicas no Brasil naquele ano, com destaque para a região Sudeste, que respondeu por 13 bilhões de litros.

O refrigerante é a bebida não alcoólica com maior volume de produção no país, totalizando mais 79% da produção nacional, com cerca de 23 bilhões de litros.

Minas Gerais tem baixa densidade de agroindústrias de água de coco, sucos e polpa de frutas

De todos os estados, Rondônia lidera o ranking em que os habitantes estão mais bem
servidos com agroindústrias elaboradoras de água de coco, sucos ou polpa de frutas, com a marca de um estabelecimento registrado para cada 25.098 habitantes. O estado conta com 63 agroindústrias registradas para um total de 1.581.196 habitantes.

Enquanto isso, Minas Gerais está no final da lista, compondo o grupo das cinco unidades federativas com a menor densidade de plantas produtivas por habitante.

Na prática, apesar da população expressiva de 20,54 milhões de pessoas, segundo o Censo 2022, o Estado apresenta um número reduzido de fábricas, estimada em 110 agroindústrias de água de coco, sucos ou polpa de frutas, ou seja, uma planta para cada 183.393 habitantes.

Foto: Divulgação Mapa

As unidades federativas de São Paulo, Distrito Federal e Rio de Janeiro são as que apresentam densidade ainda menor que Minas Gerais.

O Rio de Janeiro, por exemplo, possui uma agroindústria registrada como elaboradora de água de coco, suco ou polpa de fruta para cada 535.172 habitantes. Isso significa apenas 30 agroindústrias registradas para um total de 16.055.174 de habitantes.

Ranking nacional de agroindústrias de água de coco, sucos e polpa de frutas

  1. Rondônia: 25.098 (melhor densidade)
  2. Rio Grande do Norte: 31.158
  3. Ceará: 32.216
  4. Amapá: 38.619
  5. Espírito Santo: 42.129
  6. Tocantins: 44.455
  7. Pará: 49.817
  8. Acre: 59.287
  9. Piauí: 65.424
  10. Santa Catarina: 68.562
  11. Pernambuco: 83.109
  12. Amazonas: 87.591
  13. Bahia: 87.836
  14. Paraíba: 90.334
  15. Paraná: 101.278
  16. Goiás: 113.814
  17. Maranhão: 123.213
  18. Roraima: 127.341
  19. Sergipe: 138.125
  20. Alagoas: 142.167
  21. Mato Grosso: 146.346
  22. Mato Grosso do Sul: 183.801
  23. Minas Gerais: 183.393
  24. São Paulo: 204.660
  25. Distrito Federal: 216.722
  26. Rio de Janeiro: 535.172 (pior densidade)

Considerando a densidade de estabelecimentos da segunda categoria analisada, que inclui chá pronto para o consumo, kombucha, refrigerante e outros, Minas Gerais aparece em 14ª, dentre as 27 unidades da federação. Veja a seguir.

Ranking nacional de agroindústrias de chá, refrigerante e similares

  1. Santa Catarina: 79.275 habitantes/estabelecimento
  2. Rio Grande do Sul: 81.216
  3. Espírito Santo: 83.342
  4. Rio Grande do Norte: 117.955
  5. Ceará: 122.152
  6. Paraná: 123.058
  7. Sergipe: 157.857
  8. Rio de Janeiro: 165.517
  9. Distrito Federal: 165.728
  10. São Paulo: 173.481
  11. Pará: 184.548
  12. Goiás: 196.014
  13. Rondônia: 197.650
  14. Minas Gerais: 218.511
  15. Pernambuco: 220.950
  16. Bahia: 271.954
  17. Acre: 276.673
  18. Amazonas: 303.201
  19. Mato Grosso: 304.887
  20. Mato Grosso do Sul: 306.335
  21. Alagoas: 312.768
  22. Piauí: 327.120
  23. Tocantins: 377.865
  24. Maranhão: 398.629
  25. Paraíba: 441.632
  26. Roraima: 636.707
  27. Amapá: 733.759
Coca espera que o lucro ajustado cresça na casa de um dígito alto para dois dígitos baixos |
Foto: REUTERS/Regis Duvignau/Foto de arquivo

Aumento da produção nacional

O anuário também traz um panorama do setor de bebidas não alcoólicas, com estatísticas das últimas décadas e um comparativo com o cenário atual.

Os números são animadores: entre o ano 2000 e 2023, houve um aumento de 63,2% no número de agroindústrias elaboradoras água de coco, suco e polpa de fruta registradas no Mapa, que passaram de 1.495 para 2.277 estabelecimentos.

Além disso, o número de produtos registrados aumentou de 7.345 em 2000 para 35.534 em 2023.

“Dentre estas categorias, a polpa de fruta é a com maior número de produtos registrados, compreendendo 24.222 registros. Além disso, esta categoria é de grande importância para os estabelecimentos familiares rurais, que representam 11,2% das agroindústrias elaboradoras de polpa de fruta do país”, diz o anuário, em suas considerações finais.

Considerando a categoria de chá pronto para consumo, kombucha, suco tropical, néctar, refresco, refrigerante, soda, xarope e preparado sólido para refresco, houve um aumento de 29,2% no número de estabelecimentos, entre 2000 e 2023.

O documento destaca a importância da regulamentação de kombucha em 2019, quando havia apenas 17 estabelecimentos e 33 produtos registrados no Mapa – números que saltaram para 174 e 2.046, respectivamente, em 2023.

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