Agronegócio

SIC é aberta com preocupações climáticas

Um dos maiores eventos mundiais da cadeia cafeeira, Semana Internacional do Café vai até amanhã (18)
SIC é aberta com preocupações climáticas
Evento, que é no Expominas, em BH, tem vasta programação e é oportunidade para produtores realizarem bons negócios | Crédito: Marcus Desimoni / NITRO

Durante a abertura da 10ª edição da Semana Internacional do Café (SIC), em Belo Horizonte, autoridades e representantes do setor produtivo ressaltaram a importância do evento para ampliar a divulgação dos cafés produzidos em Minas Gerais e no Brasil e para que os produtores tenham acesso a novos mercados. A abertura de novas oportunidades de comercialização e o reconhecimento da qualidade especial agregam mais valor aos grãos, gerando renda e riquezas para toda a economia. Neste ano, durante a abertura da SIC, também foi destacada a preocupação do setor em relação ao clima, que nos últimos anos tem prejudicado a produção e tem havido necessidade do seguro rural.

A SIC vai até 18 de novembro, no  Expominas, em Belo Horizonte. Além da oportunidade de se atualizarem com as diversas palestras e workshops, os participantes podem fazer negócios, acompanhar concursos e discutir os rumos e desafios da cafeicultura.

O presidente do Sistema Faemg, Antônio Pitangui de Salvo, destacou que a SIC é importante para promover o marketing do produto, já que é um dos cinco maiores eventos de café do mundo: “Nas minhas viagens para a Colômbia, vi o marketing muito bem feito pelos cafeicultores colombianos, que têm cafés muito bons. Estamos aprendendo e temos muito mais a aprender. Temos que saber fazer eventos como este. Trazendo os produtores, os cafés especiais e fazendo com que as pessoas queiram comprar nosso café. A SIC faz muito o que é preciso ou conectar o setor. Ou vamos andar mais conectados e interligados, ou vamos ser presas mais fáceis para os momentos mais difíceis que podem vir”

Ainda segundo Salvo, também é importante abrir novos mercados. “Não adianta fazer feiras, mas que não gerem recursos, riqueza, vendas. Nós temos que faturar e mostrar o que estamos fazendo no campo. A valorização do produto é essencial. A partir do momento que o produtor traz o café para a SIC, ele está colocando em uma vitrine muito boa e, em 10 anos, estamos sedimentando um mercado bem promissor. Tivemos, na última edição, mais de 20 mil visitantes e R$ 55 milhões em negócios. Podemos quintuplicar isso, multiplicar até mais que isso. Só é preciso ter confiança e trabalhar para que a gente continue tendo a cafeicultura como orgulho de Minas”, reforçou.

O conteúdo continua após o "Você pode gostar".


O subsecretário de Política e Economia Agropecuária da Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), João Ricardo Albanez, destacou que a SIC é um evento fundamental para os cafeicultores, onde é possível conhecer mercados, discutir melhorias do café, novas tecnologia e instrumentos de financiamento para a manutenção do negócio.  Mas ressaltou também o desafio das mudanças climáticas e da necessidade de se ter um seguro. 

“A SIC é diferenciada, conecta pessoas, gera oportunidade de mercado, conhecimento e de negócios. Sabemos que o momento é difícil e há uma mudança climática, que vem sendo discutida a nível mundial. Tivemos chuva de granizo em outubro e novembro, com impacto devastador. Faço uma provocação: nós precisamos discutir o seguro rural, ele é um instrumento de política agrícola que tem que ser adotado pelos produtores. Os riscos, com certeza, vão persistir.  A segurança de renda é necessária, precisamos ter esta preocupação”, alertou o subsecretário.

Albanez destacou também que atualmente os prêmios são caros porque o número de acesso é pequeno. “Temos que aumentar o número de segurados e temos que discutir com os agentes financeiros. Também é preciso que os produtores utilizem os planos de subvenção ao seguro. Isso é muito importante para garantir a rentabilidade”.

Frente Parlamentar do Café

O presidente da Frente Parlamentar do Café, o deputado federal Emidinho Madeira, ressaltou que, nos últimos anos, as intempéries climáticas causaram muitos prejuízos e que os reflexos serão sentidos em 2023.  “O produtor quando planta café, ele casa com a lavoura. São 30, 40 anos dedicados e com investimentos anuais. E quando o produtor fica dois ou três anos sem colher, não é fácil. A seca atingiu muito a cafeicultura, tivemos geadas e chuva de granizo e estamos passando por um momento difícil. São relatos de perdas de 30%, 40% e até mais em algumas regiões. Você pergunta sobre a próxima colheita e não tem colheita”.

O deputado também ressaltou a importância dos cafeicultores em ter seguro, mas reivindicou mudanças tanto nas taxas de juros, consideradas elevadas, como na simplificação dos contratos. “Nós precisamos muito buscar um entendimento com as seguradoras. Para que assim que o produtor for fazer o plantio do café, contratar o seguro. Também precisamos de um seguro simplificado que garanta ao produtor a condição de pagá-lo, entender como funciona e, se precisar, acioná-lo e ser atendido de imediato. Hoje, se você vai acionar o seguro, às vezes, tem uma cláusula, bem minúscula, e o produtor não é atendido. Os juros, de 13% ao ano, também não atendem o produtor”.

Rádio Itatiaia

Ouça a rádio de Minas