Entenda por que uma startup de bioeconomia de Minas Gerais chamou a atenção do Mapa
Um bioinsumo capaz de aumentar o tempo de conservação de flores e frutos levou a startup mineira Long-Term Bio ao primeiro lugar na maratona nacional BioInova, promovida pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). A solução, desenvolvida a partir de pesquisas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) no campus de Montes Claros, foi apresentada durante o Mapa Conecta Brasil 2025, realizado entre os dias 8 e 10 de outubro em Brasília.
A Long-Term Bio surgiu no Instituto de Ciências Agrárias (ICA), em Montes Claros, em parceria com o Instituto de Ciências Biológicas (ICB), em Belo Horizonte. Com base biológica e não sintética, a tecnologia tem potencial para prolongar a validade de produtos agrícolas perecíveis, contribuindo para reduzir o desperdício e os custos logísticos no agronegócio.
O processo de desenvolvimento do bioinsumo começou quando os professores do ICA, Elka Fabiana Aparecida, Júnio Cota Silva e Almeida e Silvia Nietsche, juntamente com a pesquisadora Sabrina Maiháve Barbosa Ramos, doutora e pós-doutoranda na UFMG, resolveram fundar a startup.
A patente da inovação é compartilhada também com a Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). O grupo utilizou a pesquisa “Uso de microrganismos na produção de mudas e conservação pós-colheita de frutos e flores ornamentais” como base para o desenvolvimento da tecnologia.
O trabalho foi orientado por Júnio Cota e coorientado por Elka Almeida, Silvia Nietsche e Luzia Valentina Modolo e já havia sido premiado na edição anterior do DemoDay BioInova.
Para Cota, responsável por apresentar a Long-Term Bio no evento, o reconhecimento do Mapa é um marco para a transformação de pesquisa em inovação. “Para uma deep tech como a nossa, que nasce no ambiente acadêmico, prêmios como o BioInova funcionam como um selo de validação. Mostram que a tecnologia é sólida e que o modelo de negócio é relevante e promissor”, afirma.
Atualmente, a startup realiza testes em escala pré-comercial, em parceria com produtores rurais, para avaliar a eficácia, estabilidade e viabilidade econômica do produto em campo. “Após a validação, nosso foco será a captação de investimentos para ampliar a produção e preparar o lançamento comercial”, explica Cota.
Segundo ele, o trabalho reforça o papel da pesquisa aplicada no fortalecimento do agronegócio. “Nosso propósito é transformar ciência em solução, contribuindo para reduzir o desperdício de alimentos e gerar valor para toda a cadeia produtiva”, conclui.
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