Super Queijos chamam atenção e promovem regiões produtoras em Minas

Com o objetivo de criar um movimento de valorização e promoção dos queijos produzidos em Minas Gerais, o produtor cultural e diretor da Rota do Queijo de Minas, Jordane Macedo, criou um projeto que produz os maiores exemplares do Queijo Minas Artesanal (QMA). O projeto Super Queijos começou de forma despretensiosa na Região do Queijo Canastra, com a produção do Super Queijo Canastra Imperial. O projeto deu tão certo que vem conquistando a atenção de produtores e consumidores.
De acordo com Macedo, a princípio, a ideia era fazer um queijo para entrar nos Guinness World Records. Em visita à Região do Queijo Canastra, ele conheceu os produtores Ivair Oliveira e Lúcia Oliveira, do premiado Queijo do Ivair, e eles toparam participar do projeto. O processo de produção contou também com especialistas em produção queijeira.
Para a produção do Canastra Imperial, os produtores disponibilizam toda a ordenha de um dia, 300 litros, para a produção de um único queijo. O resultado foi o Canastra Imperial, um queijo de guarda com mais de 30 quilos e um sabor surpreendente.
“Minha ideia era fazer um queijo para Guinness. Não sabia como o queijo ia comportar por ser um alimento vivo e envolver muitas variáveis. Tivemos uma grande sorte porque todos os super queijos que já abriram estavam com um sabor fabuloso”.
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Os desafios para a produção dos Super Queijos são grandes e envolvem desde a matéria-prima, passando pela estrutura física da propriedade e também todo o processo de maturação, que é feito com um queijo enorme, exigindo, então, formas e instrumentos de manejo específicos.
“Estamos aprimorando as técnicas. É preciso estudar cada queijo porque cada um é uma experiência única e incrível”, aponta Macedo.
Canastra Imperial
A produtora do Queijo do Ivair, Lúcia Oliveira, aprovou o projeto e continua produzindo o Super Queijo Canastra Imperial. “Produzir o canastra imperial começou como uma brincadeira, sem pretensão, queríamos estudar o comportamento de um queijo com tamanho maior. Os resultados surpreenderam porque começou a ter destaque pra todo lado que a gente ia e levava o super queijo. Todo mundo queria tirar foto com o queijão, os olhos das pessoas brilham quando veem um queijo de tamanho gigante”, comemora.

No ano passado, Lúcia e Ivair produziram três unidades do Canastra Imperial e foram mais quatro unidades este ano. “Cada queijo está com um tempo de maturação, mas todos ainda estão bem jovens. A ideia é ter mais unidades para maturar por mais tempo”, explica a produtora.
Os queijos produzidos em 2023 foram cortados com quatro, sete e 11 meses. “O super queijo que estava com 11 meses de maturação apresentou um sabor melhor que os outros que foram cortados mais novos. Agora, a ideia é cortar com mínimo de 12 meses e ir sentindo as mudanças de sabor e textura”, disse Lúcia Oliveira.
Super Queijos são produzidos em várias regiões de Minas Gerais
Com o sucesso do Canastra Imperial, produtores de outras regiões se interessaram pelo projeto e, juntamente com Macedo, ampliaram para as regiões produtoras de Araxá e da Mantiqueira de Minas. Conforme Jordane Macedo, para participar do projeto, o produtor responsável pela produção tem que ter pensamento coletivo e que o queijo represente toda a região.
“Procuramos realizar o projeto com quem tem sinergia com os coletivos, representando, assim, a região. Então, escolhemos o produtor que tem a alma coletiva. Usamos a estrutura, o leite e esse produtor é o responsável por cuidar do queijos. É um projeto que nasceu com o objetivo de ser plural, de todos e promover a região como um todo”, acrescenta.

Na região da Mantiqueira, a produção do super queijo aconteceu depois da Associação dos Produtores de Queijo Artesanal Mantiqueira de Minas (Apromam) convidar o grupo responsável pelo projeto. Assim, o queijo Soberano da Mantiqueira foi produzido em parceria com a queijaria Dom Carmelo, de Itamonte.
Conforme o produtor Renato Almeida Fonseca, proprietário da Dom Carmelo, o Soberano da Mantiqueira pesa cerca de 130 quilos e foi elaborado com 1.350 litros de leite. A ideia é abri-lo em julho de 2025, quando ele estará com cerca de 12 meses de maturação e terá em torno de 100 quilos.
“Para a gente, divulgar o queijo da Mantiqueira de Minas, região que reúne 10 municípios, é muito importante. A ideia é promover a produção da região, mostrar a qualidade e as características únicas do produto”, aposta.
Araxá
A produção do Super Queijo também chegou à região de Araxá. Lá foi produzido o Gran Araxá. O queijo foi fabricado na queijaria Queijo Mineirim, em parceria com a Associação Regional Produtores Queijo Minas Artesanal Araxá. Conforme Macedo, foram necessários cerca de 500 litros de leite para a produção. A estimativa é que o Gran Araxá pese em torno de 50 quilos depois de um ano de guarda e tenha 60 centímetros de diâmetro e 30 centímetros de altura.
A próxima região a ganhar um Super Queijo deve ser Campo das Vertentes e outras também estão em tratativas com o projeto. A maturação será concluída no primeiro semestre de 2025.
Degustação dos Super Queijos no Made in Minas
Os Super Queijos podem ser degustados nos eventos da Rota do Queijo de Minas e Made in Minas. A próxima edição do Made in Minas Gerais: Rota do Queijo de Minas – Sabores que Conectam será de 12 a 14 de setembro, no Museu das Minas e do Metal (MM Gerdau), em Belo Horizonte.
A programação homenageia a mineiridade a partir do queijo artesanal, patrimônio imaterial do Estado.










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