Sustentabilidade do agronegócio

O conceito e a prática da sustentabilidade no agronegócio envolve centenas de variáveis do campo à mesa do consumidor nos mercados interno e externo, portanto, exigindo muita Ciência & Tecnologia nas artes de plantar, criar, conservar preservar, abastecer e exportar, através de eventos sistêmicos, conectados e renovado acesso aos novos conhecimentos e boas práticas gerados nos centros de pesquisa agropecuária e florestal disseminados geograficamente pelo Brasil.

Inovar também implica em novas habilidades mentais e motoras numa perspectiva de ganhos econômicos, sociais e ambientais, sustentáveis e compartilhados com a sociedade.

Todos seres vivos estão submetidos às leis naturais que definem a vida, como a conhecemos, nos continentes, mares e oceanos da Terra, incluindo-se os seres humanos fruto da evolução havida há 7 milhões de anos no continente africano.

A capacidade humana de intervir nos recursos naturais, bem como o crescimento da população mundial, hoje, com 8 bilhões de habitantes, exerce pressões hercúleas sobre as fontes de energia, alimentos e água, diuturnamente! Além disso, segundo os historiadores; a “Revolução Industrial teve início na Inglaterra na segunda metade do século XVIII, como surgimento das máquinas, permitindo também o estabelecimento crescente das indústrias e a consolidação do capitalismo.” Poluição ambiental crescente.

Além disso, durante décadas consecutivas as atividades agropecuárias expostas à modernidade, e sem falar nos ganhos genéticos nas culturas e criações ao longo do tempo, foram acessadas, via produtores rurais, e progressivamente as máquinas e equipamentos agrícolas de última geração e com tecnologias de ponta embarcadas chegaram ao e campo. A safra de grãos 22/23 ocupou uma área de cultivos de 78,5 milhões de hectares para ofertar 322,8 milhões de toneladas de grãos, cereais e oleaginosas (Conab).

O agronegócio sustentável implica na conjunção de centenas de fatores antes da porteira, dentro dela, e rumo aos mercados por vias internas e externas, e a crise dos fertilizantes já era previsível desde a década de 1970, com os ganhos sequentes de produção e produtividade das lavouras, tendo passado de 46,9 milhões de toneladas de grãos em 76/77 para 322,8 milhões em 22/23 crescendo 588,3%, sendo que a produtividade média da agricultura brasileira avançou 400% entre 1975 a 2020 (Ipea).

Vale relembrar que num conjunto indissociável de fatores ligados ao desenvolvimento do país, os eventos climáticos adversos e severos, entre outras graves consequências à sociedade, determinam bilhões de reais de prejuízos para quem planta e cria. Uma presumível tempestade concentrada de 100 milímetros de chuvas significa 100 litros por m2 ou 1 milhão de litros de água por hectare ou uma seca rigorosa desarticula a economia rural!

Num cenário mundial discursivo e ainda pouco pragmático sobre as relevante questões climáticas, o Brasil, sem dúvida nenhuma, precisa revelar com mais eficácia para o mundo, e muito além da Amazônia brasileira, emblemática, abrigar a maior matriz energética limpa desse planeta; cultivar menos de 10% de seu território com grãos, cereais e oleaginosas; produzir etanol em larga escala.

E mais, liderar mundialmente o recolhimento de embalagens primárias de defensivos agrícolas em nível de campo; exportar alimentos para mais de 160 países; dominar as tecnologias da agricultura subtropical; abrigar reservas consideráveis de água doce; desenvolver a agricultura de baixa emissão de carbono (ABC); liderar a oferta mundial de açúcar, soja, café e celulose, e múltiplas vocações regionais para plantar e criar. A proposta sustentabilidade do agronegócio brasileiro passa definitivamente pela sustentabilidade econômica dos produtores e empresários rurais. Relação de causa e efeito.

Entre janeiro e julho de 2023, o agro brasileiro exportou US$ 97,4 bilhões e teve um superávit de US$ 87,4 bilhões (Mapa). Presumo que a “Era do Petróleo” não acabará tão cedo como se poderia afirmar!