Tecnologias alavancam lucro social da Embrapa

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), que este ano completa 48 anos, registrou um lucro social de R$ 61 bilhões em 2020, segundo balanço divulgado ontem. O valor ficou 4% maior que o registrado em 2019. Ao longo de 2020, foram investidos cerca de R$ 3,8 bilhões em pesquisas agropecuárias. No mesmo período, a receita líquida da estatal chegou a R$ 3,5 bilhões.
Para o presidente da Embrapa, Celso Moretti, apesar das dificuldades enfrentadas em 2020, principalmente, em função da pandemia de Covid-19, a Embrapa conseguiu manter as pesquisas, que são essenciais para o desenvolvimento do agronegócio brasileiro.
“2020 foi um ano difícil para todos, no Brasil e no mundo. Mas a Embrapa tomou uma decisão acertada, e a pesquisa não parou. Nós superamos as dificuldades com sucesso e continuamos a fazer entregas importantes para a agricultura brasileira”, destacou.
Com o trabalho desenvolvido pela Embrapa, foi gerado um lucro social de R$ 61 bilhões, calculado a partir da análise do impacto econômico de 152 soluções tecnológicas e cerca de 220 cultivares desenvolvidas pelos pesquisadores da entidade.
Moretti explica que, do valor total, R$ 56 bilhões foram gerados pelas tecnologias disponibilizadas, como o sistema de Integração Lavoura, Pecuária e Floresta (ILPF), tecnologias para fixação biológica de nitrogênio, manejo animal, de correção e fertilidade de solos, entre outras.
Outros R$ 4 bilhões estão relacionados às cultivares que a Embrapa coloca à disposição do produtor, incluindo de soja, milho, frutas, hortaliças, algodão, trigo, entre outras. Cerca de R$ 1 bilhão foram calculados a partir de indicadores sociais e laborais da própria Embrapa.
“Este benefício econômico de R$ 61 bilhões é 4% maior que o proporcionado pelas tecnologias da Embrapa e de parceiros ao setor agropecuário em 2019”, disse.
Moretti destacou ainda que, a cada R$ 1 investido pela sociedade na Embrapa, foram devolvidos R$ 17. Além disso, a estatal calcula que 41 mil empregos foram gerados no agronegócio, em 2020, a partir das tecnologias desenvolvidas pela empresa.
“A Embrapa continuará fazendo as entregas importantes e de grande impacto para o agro brasileiro e para a sociedade. Seguiremos atuando em temas estratégicos. Não tenho dúvidas de que o Brasil será o maior protagonista da produção de alimentos, de fibras e bioenergia do mundo até 2030. Vamos aumentar a produção por meio do aumento da eficiência, da produtividade e por meio da incorporação de pastagens degradadas”.
Novidades para o campo
Em comemoração aos 48 anos da Embrapa, a entidade está lançando produtos importantes para a produção nacional. Um deles é a nova cultivar transgênica de algodão. A cultivar, segundo Moretti, alia a alta produtividade à resistência a doenças, como a mancha de ramulária e o nematoide das galhas.
“Estas doenças são muito graves na cotonicultura brasileira. Esta variedade é indicada para o cultivo em áreas comerciais do Cerrado e estará disponível a partir da próxima safra de algodão”, explicou Moretti.
Também foi lançada a primeira cultivar brasileira de soja convencional com resistência à ferrugem e tolerância a percevejos. A cultivar é precoce e permite semeadura de forma antecipada, o que viabiliza a inserção em sistema de sucessão e de rotação com outras culturas.
“Esta cultivar convencional de soja vai atrair o interesse de produtores, principalmente, da soja orgânica. Além de não ser transgênica, por aliar a resistência à ferrugem e a tolerância a percevejos a cultivar vai facilitar muito o manejo fitossanitário e a redução do impacto ambiental”.
O terceiro produto disponibilizado é a plataforma Aquaplus. Um conjunto de soluções simples, práticas e inovadoras para a qualificação, o manejo e melhoramento genético de espécies aquíferas.
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