Em BH, ex-ministra Tereza Cristina diz que tarifaço preocupa setor da carne e critica governo federal

Começou nesta quinta-feira (18), em Belo Horizonte, o Congresso Nacional da Carne (Conacarne). Na abertura do evento, que reuniu diversas autoridades, o destaque foi a necessidade de ampliar a produção de carne bovina de qualidade, objetivo que depende de melhoria genética, avanços na gestão e recuperação de áreas degradadas. Representantes do setor também demonstraram preocupação com o tarifaço imposto pelos Estados Unidos (EUA) sobre produtos brasileiros, incluindo a carne bovina.
Questionada sobre a retomada das conversas com o governo norte-americano para negociar as tarifas, a senadora e ex-ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, avaliou que falta ação do governo federal, o que pode prejudicar o agronegócio brasileiro.

“Quem está no Executivo é quem precisa ter esse canal de conversa, e o governo nunca deu atenção a isso desde que o presidente Trump chegou ao poder. Acredito que essa falta de diálogo e de interesse na conversa com os EUA, que é a maior potência mundial, é uma forma de deixar o Brasil à margem. Com isso, hoje temos tarifas que estão entre as maiores do mundo, junto com as da Índia”, disse.
Ainda segundo a senadora, o governo norte-americano fez uma lista de exceções aos produtos brasileiros que seriam taxados, mas a expectativa é que o número de itens incluídos aumente.
“Espero que essa lista não diminua por questões políticas, já que o governo brasileiro está pensando em eleição. Ele [o governo federal] olha as pesquisas e acha que falar sobre soberania dá voto, mas não observa a economia. Tenho dito que isso é um voo de galinha”, opinou.
Tereza Cristina também disse que, em Minas Gerais, café e carnes ainda não sentiram os impactos das tarifas, mas, se o mercado não se abrir, a situação pode se complicar.
“Acho que a situação vai se ajustar e espero que isso aconteça no período mais curto possível. No entanto, hoje o Brasil não é prioridade para os Estados Unidos, o que pode fazer com que essa resolução demore e o País sofra mais com o tarifaço que inviabiliza nossas exportações”, concluiu.
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