Três mineiros vão representar o Brasil no Prêmio Internacional de Café Ernesto Illy 2025
Minas Gerais se destaca no cenário mundial como uma das maiores regiões produtoras de café. Além do volume, que representa mais de 50% da produção brasileira, o café mineiro se diferencia pela qualidade superior. Prova disso, é que três cafeicultores de Minas Gerais venceram o 34º Prêmio Ernesto Illy de Qualidade Sustentável do Café para Espresso e, agora, serão os representantes brasileiros no 10º Prêmio Internacional de Café Ernesto Illy. O evento, que acontecerá no dia 6 de novembro, em Roma, na Itália, reunirá 27 cafeicultores, de nove países, e irá nomear o Best of the Best e o Coffee Lovers’ Choice.
Os finalistas desta edição são provenientes do Brasil, Costa Rica, El Salvador, Etiópia, Guatemala, Honduras, Índia, Nicarágua e Ruanda. Eles foram selecionados ao longo do ano pelos laboratórios de qualidade da Illycaffè, que analisaram amostras da safra 2024/2025 e identificaram os melhores lotes e produtores, com base em parâmetros de qualidade e nas práticas de sustentabilidade da empresa. Os três finalistas premiados do 34º Prêmio Ernesto Illy de Qualidade Sustentável do Café para Espresso são os mineiros: Dimas Mendes Bastos (Matas de Minas), a Fazenda Sequóia Minas (Chapada de Minas) e a produtora Leda Terezinha Castellani Pereira Lima (Sul de Minas).
Entre os produtores, a vencedora do Sul de Minas Gerais, Leda Terezinha Castellani Pereira Lima, já havia ficado em terceiro lugar nacional em 2015. A cafeicultora será representada, em Roma, pela filha Arabela Pereira Lima, que há cinco anos assumiu a produção na Fazenda Nova Esperança, localizada em Monte Santo de Minas.
Arabela Lima explica que a mãe, por 55 anos, foi a responsável pela produção na Fazenda, trabalho que assumiu após o falecimento do marido. Há 30 anos, Arabela atua na unidade junto com a mãe e há cinco anos assumiu a administração dos 70 hectares cultivados com o grão.
Por ano, a produção gira em torno de 1,4 mil sacas de 60 quilos. Deste volume, em 2024 e em 2025, foram enviadas para a ILLy 100 sacas de café especial. As demais são comercializadas tanto no mercado interno como externo.
“Formei-me em agronomia e decidi transformar a fazenda em uma unidade produtora de café especial. Muitas pessoas foram contra e não acreditaram que era possível. Mas, como muito trabalho e estudos, fomos aplicando novas técnicas e deu certo. Nosso propósito era ser fornecedor fixo da Illy e, para isso, aprendi a produzir no padrão exigido. Este ano, completamos 20 anos consecutivos fornecendo café”, conta a cafeicultora.
As expectativas em relação ao concurso internacional são positivas. De acordo com ela, participar da final é um reconhecimento da dedicação à produção e também representa a força da mulher na cafeicultura.
“Estamos muito felizes. Ser classificada para a etapa internacional é um reconhecimento do trabalho e da dedicação. O dinheiro compra muita coisa, mas a satisfação é diferente, vale muito. Vou para Roma representando as mulheres do café, que são dedicadas, que cuidam do café com muita atenção. Quando uma mulher assume uma produção, ela faz muito bem feito”, reforça.
Em relação aos demais classificados para a etapa internacional, o vencedor das Matas de Minas, Dimas Mendes Bastos, fornece café para a illycaffè há mais de 20 anos e já havia ficado entre os finalistas várias vezes, graças ao café de qualidade colhido na fazenda Serra de São Bento, localizada em Araponga. Quanto à Fazenda Sequóia Minas, o primeiro lugar na safra 2024/25 veio após a fazenda ter conquistado o terceiro lugar nacional em 2019.
Conforme o engenheiro agrônomo e diretor da Experimental Agrícola do Brasil/Illy Caffè, Aldir Alves Teixeira, na etapa nacional foram recebidas mais de 600 amostras e os cafés mineiros lideraram.
“Os cafés brasileiros classificados entre os melhores são cafés que se destacaram pela qualidade, com um excelente aroma. Basta dizer que nestes 9 anos de Prêmio o Brasil foi classificado, por duas vezes, como os melhores do mundo. O Prêmio Illy representa muito para o cafeicultor que vê valorizado o seu trabalho, além do prêmio em dinheiro. A nossa expectativa na entrega do 10° Prêmio Internacional é a de que possamos conquistar mais uma vez o primeiro lugar e todos os três primeiros são de cafeicultores mineiros”, conclui o diretor.
Ouça a rádio de Minas