União Europeia abre mercado para a castanha de baru

A castanha de baru, produzida no Cerrado de Minas Gerais, poderá chegar ao mercado da União Europeia. Segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), o bloco econômico autorizou as exportações de castanhas torradas de baru do Brasil aos países membros. A tendência é que os embarques das castanhas de baru aumentem, já que o produto é considerado um superalimento e tem potencial de crescimento nos mercados de alimentos funcionais e naturais.

Conforme o Mapa, a abertura é marco importante no fortalecimento da bioeconomia brasileira e na valorização de produtos oriundos do Cerrado no mercado internacional. Com mais de 447 milhões de habitantes, a União Europeia é o segundo maior comprador de produtos agropecuários brasileiros. Em 2024, o bloco importou mais de US$ 23 bilhões do Brasil, com destaque para soja, café e produtos florestais.

A gestora da Cooperativa Regional de Base na Agricultura Familiar e Extrativismo (Copabase), com sede em Arinos, Noroeste de Minas Gerais, Dionette Figueiredo, comemorou a abertura do mercado da União Europeia para a castanha do Baru. Com a autorização, a expectativa é avançar nas negociações, uma vez que a demanda já existe no bloco.

Ela explica que a cooperativa tem vários contatos com potenciais clientes na região da Europa. No entanto, a falta de regulamentação por parte do governo europeu – atestando que a castanha de baru é um alimento seguro – era uma barreira que a cooperativa enfrentava e que impedia os embarques.

“Graças ao movimento feito por cooperativas do Brasil, essa barreira que existia para exportar para o mercado europeu foi superada. Isso porque foi regulamentado e foi publicada uma norma que vai permitir que o baru torrado seja comercializado como alimento seguro na União Europeia inteira”.

Conforme a gestora, a abertura do mercado europeu para o baru trará resultados muito favoráveis para a região de atuação da Copabase: “A abertura do mercado traz um impacto muito importante para todos os extrativistas, todas as cooperativas e organizações que trabalham na cadeia do Baru. Porque a gente tem certeza que comercializar para a Europa vai dar um salto de geração de renda, de conservação do Cerrado e de promoção de um alimento super food, super potente que é do Brasil, que é 100% brasileiro”.

A Copabase é uma cooperativa de agricultores familiares extrativistas. São vários os produtos beneficiados e comercializados pela cooperativa, todos frutos da socio bioeconomia do Cerrado. Dentre eles, o mais especial, é a castanha de barú que também já alcança tanto o mercado local, regional e até internacional, chegando principalmente aos Estados Unidos, Dubai e Canadá.

Em 2024, foram produzidas na Copabase 14,69 toneladas de baru, gerando um incremento na produção de 8,3% em relação a 2023. São cerca de 100 famílias extrativistas trabalhando junto à Copabase na produção da castanha.

Na região de atuação, a cadeia do baru é muito maior. A entidade já chegou a receber castanha de mais de 300 famílias, o que demonstra um potencial de crescimento interessante, caso haja expansão do mercado comprador e consumidor.