Vacinação contra brucelose supera meta e alcança índice inédito em Minas

Em 2022, a vacinação contra a brucelose bateu recorde de cobertura em Minas Gerais alcançando índice inédito de 84,9%, o que correspondeu a 1,9 milhão de bezerras bovinas e bubalinas imunizadas no período. Este índice de vacinação é o mais alto no estado desde 2010.
O Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), autarquia vinculada à Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), supervisiona a vacinação no estado seguindo as diretrizes do Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose Animal (PNCEBT).
A brucelose é uma das causas de perdas econômicas na pecuária, já que pode provocar aborto, queda na produção de leite e diminuição no ganho de peso nos animais doentes. É também uma zoonose, já que o animal doente pode ser fonte de infecção para o ser humano.
De acordo com a coordenadora estadual do PNCEBT no IMA, médica veterinária Luciana Oliveira, o impacto da cobertura vacinal acima de 80% é de extrema importância para o controle da doença.
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A imunidade de rebanho, termo amplamente difundido nos últimos anos, adequado também ao controle da brucelose, garante a redução no número de fêmeas susceptíveis à doença com consequente diminuição da circulação da bactéria causadora da brucelose, gerando uma proteção indireta até para as fêmeas não vacinadas.
A compreensão e envolvimento dos produtores vem aumentando com o passar dos anos, reflexos diretos das atividades em educação em saúde exercidas até mesmo durante as fiscalizações pelos servidores do IMA.
Para o ano de 2023, o objetivo é de alta não apenas do número de fêmeas vacinadas contra brucelose no estado, como também do número de propriedades com vacinação contra brucelose nos dois semestres do ano. “Para tanto, estamos aprimorando as funções do Sidagro, Sistema Informatizado do IMA, já pensando na inclusão dos médicos veterinários cadastrados e vacinadores para darmos agilidade na geração dos dados e maior rastreabilidade e confiabilidade na execução da vacinação, desde a aquisição das vacinas até a emissão dos atestados de vacinação contra brucelose e declaração dos mesmos ao IMA”, projeta Luciana Oliveira.
Vacinação em 2023
Produtores mineiros que possuem no rebanho fêmeas bovinas e bubalinas de 3 a 8 meses de idade têm até 30/6 para vacinar as bezerras contra brucelose. A medida é obrigatória e deve ser cumprida todo ano, a cada semestre.
O IMA reforça que os atestados de vacinação sejam entregues aos escritórios seccionais do Instituto, já que é por meio desta informação que o órgão saberá que o produtor realizou a vacinação de seus animais.
“A vacinação contra brucelose deve ser rotina em todas as fazendas, independente do perfil produtivo. Seja nas propriedades leiteiras ou de corte, todas as bezerras precisam ser vacinadas para estarem protegidas contra a doença”, detalha Luciana Oliveira.
Como a imunização das bezerras é feita por meio de uma vacina viva atenuada, explica Oliveira, a atividade somente pode ser realizada por médico veterinário cadastrado no PNCEBT ou por vacinador sob sua responsabilidade.
A compra da vacina contra brucelose somente é permitida mediante apresentação do receituário, emitido por médico veterinário cadastrado no PNCEBT, que fica retido no estabelecimento comercial. A vacina adquirida deve ser mantida entre dois e oito graus centígrados do momento da compra até a vacinação das fêmeas.
Declaração
A declaração da vacinação contra brucelose ao IMA é obrigatória, de acordo com a legislação. Ao final de cada semestre, o produtor tem até o 10º dia do mês subsequente para realizar a entrega dos atestados, ou seja, as vacinações realizadas no primeiro semestre deverão ser comprovadas ao IMA até o dia 10/7.
O IMA recomenda que os atestados de vacinação contra brucelose sejam prontamente entregues (ou enviados por e-mail) ao escritório seccional, após a vacinação. Os modelos dos atestados de vacinação estão disponíveis para os médicos veterinários no site do IMA.
O produtor que não vacinar contra pode ser multado no valor de 25 Ufemgs, o que equivale a R$ 125,9 /bezerra, tendo como base o número de fêmeas de 0 a 12 meses da última declaração prestada ao IMA.
Já o produtor que deixar de declarar a vacinação contra brucelose ao IMA está sujeito a multa em 5 Ufemgs ou R$ 25,18/bezerra.
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