Agronegócio

Vacinação é aliada da avicultura contra Doença de Gumboro

Vacinação é aliada da avicultura contra Doença de Gumboro
Doença de Gumboro ocorre em todas as regiões do Brasil e costuma se agravar nas estações mais quentes do ano | Crédito: Emater-MG/Divulgação

Os cuidados sanitários na avicultura são considerados essenciais para o sucesso da produção. A garantia da biosseguridade evita doenças e prejuízos, como os causados pela Gumboro. A doença, que é infectocontagiosa, na forma aguda pode causar uma mortalidade alta, podendo chegar a 50% do plantel. Na forma crônica, a mortalidade pela doença é imperceptível, porém, as aves apresentam uma maior suscetibilidade a outras infecções, aumentando os gastos com medicamentos e comprometendo a produtividade. 

A gerente de negócios biológicos da Phibro Saúde Animal, Eva Hunka, explica que, além dos cuidados sanitários, que evitam diversas doenças nas aves, uma das alternativas que vem sendo adotada pelos produtores é o uso da vacinação, principalmente, com vacina viva. Segundo ela, a imunização ajuda na substituição da cepa de campo pela cepa vacinal, diminuindo a pressão de infecção e aumentando a eficiência das medidas de controle. O cuidado é considerado essencial, uma vez que a Doença de Gumboro é causada por um vírus muito resistente.

“Por ser muito resistente, o vírus pode se manter no ambiente por longos períodos, inclusive na cama do aviário após a fermentação. Este vírus é imunossupressor, pois acomete a Bursa de Fabricius, que é um dos principais órgãos imunológicos das aves. Ele ocorre em aves jovens com menos de dez semanas de idade e na sua forma aguda ela pode causar uma mortalidade alta, que pode chegar a 50% do plantel”, explica Eva Hunka, que também é médica veterinária pela UFRPE.

Ainda segundo Eva, na forma crônica, a mortalidade causada pela doença é imperceptível, porém, como é um vírus imunossupressor, as aves apresentam uma maior suscetibilidade a outras infecções, principalmente, infecções bacterianas. “Isto eleva a utilização de antibióticos ou mesmo a mortalidade e condenações no abatedouro por estas outras enfermidades”, destaca.

Os produtores devem garantir a biosseguridade da granja, respeitando as medidas de higienização e intervalo entre lotes. Por se tratar de um vírus muito resistente, além das medidas de biosseguridade, é importante a vacinação das aves.

“Neste caso, os produtores podem optar por comprar os pintinhos já vacinados no incubatório ou ainda fazer a vacinação no campo via água de bebida. Existem diferentes tipos de vacinas e programas de vacinas, e estes devem ser indicados pelo próprio fabricante”, diz.

Uma das opções é a MB-1, nova vacina da Phibro Saúde Animal, que é utilizada ainda no incubatório e protege as aves durante toda a vida. “A vacina garante uma imunidade precoce e duradoura, além de atuar no ambiente substituindo a cepa de campo”, explica Eva.

Caso o produtor não consiga comprar os pintinhos já vacinados, a Phibro tem a vacina Tabic MB, que pode ser administrada via água de bebida a partir dos 11 dias de idade.

Ainda segundo Eva, outro cuidado que deve ser tomado é com os cascudinhos, (besouros) que são reservatórios importantes, e medidas de controle deste também são muito relevantes para  o controle da Doença de Gumboro.

Alerta o ano inteiro 

A Doença de Gumboro ocorre em todas as regiões do Brasil e costuma se agravar nas estações mais quentes do ano. “Mas, na forma subclínica e imunossupressora, costuma abrir portas para os problemas respiratórios, que são mais comuns no inverno”.

Segundo Eva, na forma clínica, os prejuízos são visíveis pois a mortalidade costuma ser altíssima, mas na sua forma subclínica estes prejuízos vêm disfarçados de outros problemas, como a desuniformidade do lote,  aumento na conversão alimentar, aumento nos tratamentos com antibióticos, além de condenações no abatedouro devido a infecções bacterianas secundárias.

“Podemos dividir em prejuízos diretos, que são aqueles que conseguimos mensurar, mas ainda temos que pesar os prejuízos indiretos, que vêm daquilo que não conseguimos medir ou que deixamos de ganhar com o baixo desempenho do lote”, afirma.

Eva ressalta que as medidas de biosseguridade na avicultura devem ser adotadas não apenas para o controle da Doença de Gumboro, mas também para reduzir os riscos de contaminação do plantel por outros agentes infecciosos, como a Doença de Newcastle, Bronquite infecciosa e Salmonella, por exemplo.

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