Agronegócio

Vazio sanitário da soja já está valendo no Estado

Vazio sanitário da soja já está valendo no Estado
Crédito: REUTERS/Inaê Riveras

O período do vazio sanitário da soja teve início ontem em todo o Estado. Durante 77 dias, até 15 de setembro, não é permitido semear ou manter plantas vivas da cultura nas lavouras mineiras.

O objetivo é evitar a ocorrência do fungo Phakopsora pachyrhizi, causador da ferrugem asiática, principal praga que acomete o grão. O manejo impede danos à plantação e pode evitar perdas econômicas aos produtores. Por prevenção, o vazio sanitário é realizado antes do plantio da soja.

O Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), vinculado à Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), acompanha o atendimento às determinações do vazio sanitário, principalmente nas regiões Noroeste, Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba, que concentram o maior volume de produção da soja em Minas.

O gerente de Defesa Sanitária Vegetal do IMA, o engenheiro agrônomo Nataniel Nogueira, explica que, no período em que vigora o vazio sanitário, as propriedades ficam livres dos hospedeiros (plantas de soja), diminuindo a incidência de praga na safra seguinte.

“A praga pode gerar desfolhação nas plantas e impactar a produtividade. O vazio sanitário impede a sobrevivência do fungo na entressafra e, dessa maneira, quebra o ciclo da doença, diminuindo a quantidade de esporos no ambiente. O envolvimento e comprometimento do produtor rural é essencial para o sucesso da medida”, argumenta.

Nogueira reforça a importância de que o produtor elimine as plantas de soja que nascem voluntariamente. “O fungo causador da ferrugem asiática da soja é considerado ‘biotrófico’. Isso significa que ele se reproduz em plantas vivas, além de se dispersar facilmente aos ventos, proliferando nas lavouras”, completa.

Contaminação – No período do vazio sanitário, ao constatar a presença de planta voluntária de soja (guaxa) na propriedade, o produtor deve providenciar imediatamente sua erradicação a fim de evitar a sobrevivência do fungo, que causa a contaminação de sua lavoura, além de acarretar prejuízo econômico.

Devido ao estado de calamidade pública, o produtor deve comunicar ao IMA a situação fitossanitária de sua propriedade mediante preenchimento de questionário disponível em www.ima.mg.gov.br. A participação do produtor rural nesse processo é de fundamental importância para levantar informações relevantes sobre o status referente à ferrugem asiática da soja.

Fiscalização remota – O vazio sanitário da soja contará com o reforço da fiscalização remota, regulamentada pela Portaria IMA nº 1977, de 4 de maio de 2020. A prática está sendo implantada nas gerências técnicas, coordenadorias regionais e escritórios seccionais.

Ela se dá principalmente pela análise de documentos e dados dos sistemas oficiais e sua confrontação com as normas sanitárias, visando a apurar qualquer possível descumprimento por parte dos produtores. Além disso, a fiscalização presencial pode ser feita de forma complementar para verificação de fatos e a adoção de medidas previstas no ordenamento legal e normativo. (Com informações da Agência Minas)

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