VBP do agronegócio mineiro deve avançar 0,41% em Minas neste ano

A valorização dos preços das commodities e a maior produção de soja estão contribuindo para reduzir o impacto negativo gerado pela queda produtiva do café no Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) de Minas Gerais.
A previsão para este ano, com base nos dados até agosto, é de um VBP estadual de R$ 111,6 bilhões, valor que está 0,41% maior quando comparado com 2020, quando o faturamento chegou a R$ 111,2 bilhões.
Enquanto os faturamentos da soja e do milho estão subindo 26,09% e 17,5%, respectivamente, o café vem apresentando queda de 18,5%.
Segundo dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), dos R$ 111,6 bilhões estimados para o VBP de Minas em 2021, R$ 70 bilhões serão provenientes da atividade agrícola e R$ 41,6 bilhões da pecuária. Na agricultura a expectativa é de um VBP 0,91% menor e na pecuária é estimada alta de 2,73% frente a 2020.
Dentre os produtos, a maior queda é vista na produção de café. O faturamento dentro da porteira foi estimado em R$ 19,83 bilhões e está 18,5% menor que o registrado anteriormente, que era de R$ 24,3 bilhões. A retração é resultado de uma safra menor, já que os preços, devido a menor oferta, seguem valorizados.
Além da bienalidade negativa, a cultura do café vem sofrendo forte impacto negativo da falta de chuvas. A produção também foi afetada pelas geadas. Conforme os últimos dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que foi feito antes das geadas, a safra em Minas Gerais tende a recuar 32,6%, com uma colheita em torno de 23,3 milhões de sacas de 60 quilos do grão.
Do valor total estimado para o café, a espécie arábica apresentou redução de 18,6% no VBP, que foi estimado em R$ 19,6 bilhões. No café conilon, o VBP projetado para 2021 é de R$ 162,3 milhões, valor 2,19% superior.
A queda no VBP total de Minas foi minimizada pelo bom desempenho da soja, que passou a ter o maior VBP do Estado, R$ 19,87 bilhões, valor muito próximo ao do café (R$ 19,83 bilhões). Com preços altos e demanda elevada nos mercados internos e externos, a produção foi ampliada em Minas Gerais. Com isso, é esperado aumento de 26,09% no VBP da oleaginosa. Na safra 2020/21, o volume colhido de soja, em Minas Gerais, cresceu 13,8% e chegou a 7 milhões de toneladas
Os preços valorizados pagos pelo milho foram fundamentais para compensar a queda na produção e resultar em um VBP positivo. Após a produção ser afetada pela seca e pelas geadas, a safra total mineira do cereal foi reduzida em 19,1% e encerrou o período em 6 milhões de toneladas, ante as 7,5 milhões registradas na safra anterior. Com a alta dos preços, a projeção é de um VBP para a cultura do cereal 17,54% maior, alcançando R$ 10,39 bilhões.
No caso da cana-de-açúcar é esperada alta de 2,21% no valor bruto, com faturamento em torno de R$ 9,78 bilhões.
O faturamento da produção de feijão foi estimado em R$ 2,63 bilhões, variação negativa de 13,7%. Para a laranja, o VBP de 2021, ficou estimado em R$ 681 milhões, queda de 5,34%.
Queda também é esperada para o VBP do algodão, 11,7%, com o faturamento estimado em R$ 517,8 milhões. A redução se deve à previsão de uma safra 30,3% menor, chegando a um total de 112,4 mil toneladas de algodão em caroço.
VBP Pecuária
Ao contrário da agricultura, para a pecuária é esperado aumento de 2,73% no Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP), que pode chegar a R$ 41,6 bilhões. O incremento vem, principalmente, da produção de bovinos.
Segundo dados do Mapa, para a produção de bovinos, a estimativa é de uma alta de 7,7% no VBP, com o faturamento da atividade estimado, com base nos dados de agosto, em R$ 14 bilhões. A demanda elevada, a oferta ajustada e os preços firmes são fatores que justificam o incremento.
Em relação à produção de frangos, é esperado um faturamento 11,9% superior, chegando a R$ 8 bilhões.
Já para o leite, a previsão é de um VBP de R$ 14,5 bilhões, retração de 2,88% quando comparado com os R$ 14,9 bilhões registrados em 2020.
Em suínos e ovos, a tendência também é de queda. No caso dos suínos o VBP deve alcançar R$ 3,5 bilhões, queda de 6%. Em ovos, a redução estimada é de 6,15%, com faturamento de R$ 1,5 bilhão.
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