Agronegócio

VBP do agronegócio mineiro deve ter alta de 0,75% neste ano

VBP do agronegócio mineiro deve ter alta de 0,75% neste ano
A soja se destaca no VBP do agronegócio no Estado, com crescimento estimado de 26,19% | Crédito: Divulgação

A alta nos preços das commodities, a safra recorde de soja e o resultado positivo da pecuária estão sendo importantes para reduzir os impactos negativos da quebra de safra do café no Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) de Minas Gerais. A previsão para este ano, com base nos dados até setembro, é de que o Estado alcance um VBP de R$ 111,4 bilhões, valor 0,75% superior quando comparado com o registrado em igual período do ano passado. 

Entre os destaques positivos estão a soja, com alta de 26,19% no VBP, o milho, com elevação de 15,82%, e o frango, 14,18%. Já o café apresenta resultado negativo de 19,79% no VBP.

Os dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) apontam que, dos R$ 111,4 bilhões estimados para o VBP de Minas em 2021, R$ 69,7 bilhões serão oriundos da agricultura e o restante, R$ 41,6 bilhões, da pecuária. Na agricultura, a expectativa é de uma queda no indicador em torno de 0,74%. Para a pecuária, a estimativa é de um crescimento de 3,37% frente a 2020.

Quebra no café

Dentre os produtos, a maior queda é vista na produção de café. O faturamento foi estimado em R$ 19,4 bilhões para a produção total de café e está 19,79% menor que o registrado anteriormente, que era de R$ 24,2 bilhões. A retração é resultado de uma safra menor, já que os preços, devido a menor oferta, seguem valorizados.

Além da bienalidade negativa, a cultura do café sofre impacto negativo da falta de chuvas e também das geadas. De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Minas irá colher o menor volume de café dos últimos dez anos na safra 2021. A estimativa é de uma produção total em torno de 21,4 milhões de sacas de 60 quilos do grão, representando uma queda de 38,1%.

Ainda em relação ao café, a espécie arábica apresentou redução de 19,88% no VBP, que foi estimado em R$ 19,26 bilhões. No café conilon, o montante projetado para 2021 é de R$ 147,9 milhões, valor 6,35% menor.

Destaques positivos

Por outro lado, Minas Gerais colheu uma safra recorde de soja, o que, aliado aos preços valorizados da oleaginosa no mercado, fez com que o grão apresentasse o maior VBP do Estado, ultrapassando o café. A estimativa é de um faturamento dentro da porteira de R$ 19,7 bilhões, alta de 26,19%. Na safra 2020/21, o volume colhido de soja, em Minas Gerais, cresceu 13,8% e chegou a 7 milhões de toneladas.

Os preços valorizados pagos pelo milho também foram fundamentais para compensar a queda na produção e resultar em um VBP positivo para a cultura. Após a produção ser afetada pela seca e pelas geadas, a safra total mineira do cereal foi reduzida em 19,1% e encerrou o período em 6 milhões de toneladas, ante as 7,5 milhões registradas na safra anterior. Com a alta dos preços, a projeção é de um VBP para o cereal 15,82% maior, alcançando R$ 10,18 bilhões.

No caso da cana-de-açúcar, é esperada alta de 4,56% no valor bruto, com faturamento em torno de R$ 9,9 bilhões. Para o VBP do algodão, estima-se alta de 6,4%, com o faturamento de R$ 621,3 milhões.

Dentre os produtos com queda nos ganhos está o feijão, cujo VBP foi estimado em R$ 2,6 bilhões – variação negativa de 13,53% -, e a laranja, com valor de R$ 681,5 milhões e baixa de 4,8%.

Produção de frangos em Minas Gerais é um dos destaques deste ano e tem expectativa de que faturamento chegue a R$ 8,1 bilhões | Crédito: Divulgação

Frangos e bovinos impulsionam pecuária

Ao contrário da agricultura, para a pecuária é esperado aumento de 3,37% no Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP), que pode chegar a R$ 41,6 bilhões. O incremento vem, principalmente, da produção de bovinos e frangos.

Segundo os dados do Mapa, para a produção de bovinos a estimativa é de uma alta de 7,28% no VBP, com o faturamento da atividade projetado, com base nos dados até setembro, em R$ 13,8 bilhões. A demanda elevada, a oferta ajustada e os preços firmes são fatores que justificam o incremento.

Em relação à produção de frangos, é esperado um faturamento 14,1% superior, chegando a R$ 8,1 bilhões.

Já para o leite, a previsão é de um VBP de R$ 14,6 bilhões, retração de 1,72% quando comparada com os R$ 14,87 bilhões registrados em 2020. 
Em suínos e ovos, a tendência também é de queda. No caso dos suínos, o VBP deve alcançar R$ 3,49 bilhões, recuo de 6,38%. Em ovos, a redução estimada é de 5,7%, com faturamento de R$ 1,56 bilhão.

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