Agronegócio

Veja cuidados que devem ser tomados com pastagens no período chuvoso

Período exige reintrodução dos animais aos piquetes, de modo a promover uma recuperação adequada das forrageiras
Veja cuidados que devem ser tomados com pastagens no período chuvoso
Crédito: Adobe Stock

Com a chegada do período chuvoso, pecuaristas e agricultores podem visualizar a renovação das pastagens e a recuperação do solo após uma seca rigorosa. A volta das chuvas é fundamental para a pecuária e a agricultura, que dependem das condições climáticas para garantir a saúde das plantas e o desempenho dos animais. 

Em 2024, o cenário foi especialmente desafiador devido a um déficit hídrico prolongado que, aliado às altas temperaturas, comprometeu a produção e a qualidade das pastagens em muitas regiões.

Essa situação exige dos produtores um planejamento cuidadoso para a reintrodução dos animais aos piquetes, de modo a promover uma recuperação adequada das forrageiras e maximizar o aproveitamento das áreas.

O pesquisador da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), Adriano Guimarães, enfatiza que a seca prolongada resultou em pastos excessivamente secos, afetando diretamente o consumo de forragem e, consequentemente, o desenvolvimento dos animais. 

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“Os pastos estão muito secos, o que influencia a ingestão de forragem e o desempenho animal. Para que o ciclo de pastejo se renove com sucesso, é necessário que o pasto tenha uma estrutura adequada, oferecendo forragem tenra, abundante e de qualidade nutricional elevada”, explica o pesquisador.

Manejo e fisiologia das pastagens

A reestruturação das pastagens exige atenção especial às necessidades fisiológicas das plantas e à natureza de cada espécie forrageira. O capim do gênero Panicum, por exemplo, apresenta um crescimento mais alto e uma estrutura cespitosa, o que o torna mais sensível a erros de manejo do que outras espécies de gramíneas, como as braquiárias. 

“O Panicum, se não manejado corretamente, pode acumular hastes e material morto, levando ao acamamento. Isso altera a composição morfológica do pasto e, assim, reduz a disponibilidade de folhas, as partes preferidas pelos animais”, detalha Guimarães. 

Esse cenário impacta a capacidade de apreensão e ingestão da forragem pelo bovino, que passa a compensar a dificuldade, aumentando o tempo de pastejo ou a taxa de bocado.

Para ajudar os produtores a evitar problemas e aproveitar ao máximo o período chuvoso, o pesquisador compartilha algumas recomendações que visam a recuperação dos pastos e um ciclo produtivo eficiente. Veja a seguir.

3 dicas para manejar o solo no período chuvoso

Segundo Adriano Guimarães, para garantir ciclos de pastejo bem-sucedidos, é crucial ajustar o manejo das áreas de pastagem. 

“Adequar a estrutura do pasto e manter um manejo ajustado que equilibre a oferta de forragem e a taxa de lotação sem sobrecarregar a capacidade de suporte das áreas é essencial. Um pasto pulmão, ou seja, um piquete extra para revezamento dos animais, também pode ser uma estratégia valiosa para preservar a qualidade do pasto principal”, orienta o pesquisador.

Confira as dicas:

  • Piquetes subpastejados: quando o piquete apresenta muita macega e a área está desuniforme, é recomendável fazer o rebaixamento da pastagem por meio de roçada mecânica ou estimular o pastejo aumentando a carga animal ou a taxa de lotação. O fornecimento de suplementos proteicos no cocho também é uma boa prática para incentivar o consumo da forragem acumulada.
  • Piquetes superpastejados: em áreas com pasto muito baixo e pouca macega, o ideal é retardar o retorno dos animais, aguardando a recuperação das forrageiras. O uso intensivo pode esgotar as reservas energéticas das plantas, dificultando o rebrote e comprometendo o ciclo de pastejo.
  • Ajuste de estrutura do pasto: a recuperação das pastagens depende de condições edofoclimáticas favoráveis (como temperatura, luminosidade, umidade e fertilidade do solo), além de um índice adequado de área foliar remanescente. Pastos excessivamente rapados tendem a demorar mais para se recuperar. Para acelerar esse processo, pode ser necessário realizar correções do solo e adubações específicas, que favoreçam a retomada da produção de forragem.

(Com informações da Agência Minas)

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