O setor de flores, após enfrentar muitas perdas na comercialização voltada para o Dia das Mães em 2020, este ano está conseguindo superar os desafios e terá as vendas impulsionadas.

A estimativa é de um aumento das vendas nacionais entre 15% e 17% frente à mesma data comemorativa de 2019, quando o setor ainda não havia sido impactado pela crise gerada com a pandemia de Covid-19. Minas Gerais, que é um dos grandes produtores de flores, também deve seguir o ritmo de crescimento das vendas esperado para o Brasil.

De acordo com o presidente do Instituto Brasileiro de Floricultura (Ibraflor), Kees Schoenmaker, ao contrário do ano passado, quando o setor só conseguiu iniciar as vendas 15 dias antes da data comemorativa, em função das medidas restritivas para conter a pandemia, neste ano, as estimativas são favoráveis. Mesmo com a segunda onda da pandemia de Covid-19, o setor está reconhecido como essencial e isso fez com que as vendas fossem concretizadas.

“As vendas serão melhores que as do passado. Na realidade, em 2020, somente 15 dias antes da data comemorativa conseguimos a liberação, ainda que parcial, do comércio de flores e plantas. Foi um alívio, mas as vendas ficaram muito menores que no ano anterior. Para este ano, que prefiro comparar com 2019, quando não existia a pandemia, estamos falando de aumento de 15% a 17% nas vendas. Isso é muito bom”.

Ainda segundo Schoenmaker, este ano, a rentabilidade das flores está maior, o que é muito importante para os produtores, que acumularam diversos prejuízos com a pandemia.

Em relação às vendas para o Dia das Mães, data que é uma das principais para o setor, o impulso para o crescimento vem da grande variedade de opções. O mix de flores e plantas ornamentais apresentado ao mercado é formado por cerca de 300 espécies e mais de 3.500 variedades. Além disso, os preços são bem variados e acessíveis a todos.

“Nossas expectativas são muito positivas. Presentear com flor tem alta assertividade, sempre agrada. Outro aspecto positivo é a grande diversidade. O setor de plantas tem um leque enorme de produtos diferentes e com diversidade de preços. Tem produto para todos os bolsos”.

Clima a favor de produtores

A produção em 2021 também tem sido favorecida. Com o clima mais seco, a qualidade das plantas está maior, o que também atrai o consumidor.

“Um ponto muito importante, para este ano, é que a qualidade das plantas está muito boa. Em São Paulo e em Minas Gerais, estamos praticamente há um mês sem chuvas. Então a qualidade das flores e plantas está maior, isso quer dizer que elas vão durar bastante tempo na casa do consumidor”.

Além da maior parte do comércio de flores, supermercados e hipermercados estar funcionando normalmente, a adaptação das vendas para o on-line também tem contribuído para o aumento da comercialização.

De acordo com Schoenmaker, grande parte das empresas do setor se adaptou e vem conseguindo superar os desafios impostos pela pandemia.

“Em nível de varejo, houve um aumento muito forte nas vendas on-line e pelas redes sociais. Ano passado, muitas empresas investiram. A maior parte teve que aprender na marra para entrar nas redes sociais, nos canais on-line e no serviço delivery. Quem não fez, não aumentou as vendas e sofreu com essa segunda onda da pandemia”.

Novos hábitos

Outro fator ressaltado por Schoenmaker e que vem impulsionado a demanda pelas plantas, mesmo fora das datas comemorativas, é a mudança de hábito do consumidor. Com a pandemia, as pessoas têm ficado mais em casa e buscado nas plantas um maior conforto.

“As plantas e as flores deixam os ambientes mais agradáveis, faz as pessoas se sentirem bem. Mesmo em apartamentos menores é possível ter uma flor, com pouca coisa se cria ambiente especial”.

Dentre as flores preferidas para presentear no Dia das Mães estão as rosas, orquídeas, tulipas e Kalanchoe.