Agronegócio

Safra mineira de grãos pode bater novo recorde

Devido ao clima mais favorável, Conab estima que Estado colha 18,7 milhões de toneladas de grãos; soja é destaque
Safra mineira de grãos pode bater novo recorde
foto: Jonas Oliveira

A safra de grãos pode alcançar um novo volume recorde em Minas Gerais. Na temporada safra 2022/23, o clima tem sido mais favorável que o registrado no ano anterior e, com isso, a estimativa é de uma produção de 18,7 milhões de toneladas, superando em 11,3% a safra passada, que foi a maior já colhida pelo Estado. Entre as principais culturas, a soja é destaque. A produção tende a crescer 10%, chegando a 8,34 milhões de toneladas. Os dados são do 10º Levantamento da Safra 2022/23 de Grãos, da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Ao longo da safra, as condições climáticas têm contribuído para o aumento da produtividade das lavouras mineiras. A estimativa é de um rendimento médio de 4,3 toneladas por hectares, volume 4,4% maior que o registrado na safra passada.

Em relação à área plantada, a mesma cresceu 6,6% e chegou a 4,3 milhões de hectares, o que também é importante para a maior colheita neste ano safra.

Dentre as principais culturas, a produção de soja está estimada em 8,34 milhões de toneladas, alta de 10% frente ao ano anterior. A produção da oleaginosa é a principal na primeira safra e, nos últimos, anos, vem tomando áreas antes voltadas para o milho e demais grãos, resultado da maior liquidez e dos preços mais remuneradores.

Na safra 2022/23, a área cultivada com soja ficou 9,5% maior, somando 2,1 milhões de hectares. A produtividade subiu apenas 0,4%, com a colheita estimada em 3,8 toneladas por hectare.

Maior produtor de milho na primeira safra – já concluída -, a produção do cereal no Estado ficou menor. De acordo com a Conab, a primeira safra do cereal caiu 6,6% e somou 5,15 milhões de toneladas. A área de plantio caiu 6,9%, com o uso de 781 mil hectares. A produtividade das lavouras ficou praticamente estável, com pequena variação positiva de 0,4% e rendimento médio de 6,5 toneladas por hectare.

Para a segunda safra, o atraso da colheita da soja refletiu diretamente na semeadura do milho, encurtando a janela recomendada. Segundo a análise da Conab, diante do risco, muitos produtores reduziram o plantio. A área destinada ao cereal caiu 8,9% e deve somar 505,1 mil hectares. É esperada a colheita de 2,8 milhões de toneladas, volume que se alcançado será 30,8% maior.

Ao todo, a produção estadual de milho deve somar 7,99 milhões de toneladas, superando em 4% o volume da safra 2021/22.

“Na segunda safra, em Minas Gerais, apesar do Noroeste do Estado ter apresentado uma baixa incidência de chuvas, o volume foi maior que no ano passado, o que favoreceu a recuperação da produtividade, que foi afetada em igual safra do ano anterior”, explicou o gerente de Acompanhamento de Safras (Geasa) da Conab, Fabiano Vasconcellos.

Em Minas Gerais, a produção de feijão na primeira safra ficou 9,9% superior, com a colheita de 220,5 mil toneladas. Com preços interessantes para os produtores, na segunda safra – que está em período de colheita – houve aumento do plantio. A área cresceu 7,2% chegando a 114,9 mil hectares. Alta também na produtividade, que chegou a 1,4 tonelada por hectare, 5,6% maior. Com o aumento da área e da produtividade, a segunda safra de feijão deve crescer 13,2% e chegar a 171 mil toneladas.

Segundo os dados da Conab, a colheita da segunda safra no Estado caminha para a fase final e já está próxima a 87% da área. Os técnicos da Conab ressaltam que, majoritariamente, o produto obtido apresenta excelente qualidade.

Para a terceira safra de feijão, a tendência é de um aumento de 26,6% na colheita, que pode alcançar 168,5 mil toneladas. A área tende a crescer 11,4%, com o uso de 63,4 mil hectares. Quanto à produtividade, é esperado avanço de 13,6% e rendimento médio de 2,6 toneladas por hectare.

Com as três safras, Minas Gerais deve colher 560 mil toneladas de feijão na safra 2022/23, volume 15,5% maior que na temporada anterior.

Alta também é esperada na produção de algodão. A estimativa prevê uma safra de 116,9 mil toneladas, 5,6% superior. A tendência é que a produtividade fique 20,3% maior, gerando 4,5 toneladas de algodão por hectare. A área plantada, 25,8 mil hectares, caiu 12,2%.

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