COP30

Cooperativas mineiras são destaque na COP30 com programa de transição energética

Programa MinasCoop Energia já recebeu R$ 64 milhões em investimentos de 52 cooperativas dos segmentos de crédito, agronegócio, saúde e transporte
Cooperativas mineiras são destaque na COP30 com programa de transição energética
Projeto conecta negócios à preservação ambiental e iniciativas de transformação social; com os aportes de 52 cooperativas de Minas Gerais mais de 4,3 milhões de pessoas já foram beneficiadas | Foto: Daniel Protzner / Arquivo ALMG

Destaque na COP30 em Belém (PA), o programa de transição energética das cooperativas de Minas Gerais, MinasCoop Energia, avança na consolidação de um modelo que conecta negócios à preservação ambiental e iniciativas de transformação social. O projeto, voltado para construção de instalações solares, já recebeu R$ 64 milhões em investimentos de 52 cooperativas no Estado, dos segmentos de crédito, agronegócio, saúde e transporte.

Até o momento, foram implantadas 139 usinas em 88 municípios mineiros, como Cristália e Botumirim, ambos no Norte de Minas, além de Guaxupé, no Sul do Estado, e também na Região Metropolitana de Belo Horizonte. No Norte de Minas Gerais, a iniciativa arrenda terras improdutivas para instalação de painéis solares, viabilizando o desenvolvimento social de famílias rurais, gerando renda aos moradores na ordem de R$ 240 mil em cinco anos de existência.

Ao todo, mais de 4,3 milhões de pessoas foram beneficiadas, fomentando cerca de mil postos de trabalho diretos e indiretos, além da garantia de renda por 30 anos com pagamento mensal às famílias. “Temos a convicção de que as cooperativas brasileiras têm um poder transformador real e já comprovado”, pontua o superintendente do Sistema Ocemg, Alexandre Gatti.

Atualmente, 52 cooperativas fazem parte do projeto, em um universo de mais de 800 existentes em Minas Gerais, o que mostra o potencial de expansão e de impacto ao longo dos anos. Ancorada nos pilares do ESG, as empresas são beneficiadas com a redução na tarifa de energia e com isso ampliam geração de matriz renovável no País, além da doação de um percentual gerado para entidades filantrópicas.

Entre 2020 e 2025, o gestor detalha que mais R$ 2,6 milhões em energia foram doados a projetos de relevância social, como Associações de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apaes), creches, asilos, hospitais municipais, além da Santa Casa de Misericórdia em Belo Horizonte – um dos principais centros hospitalares do Brasil. “É um ganho para o município que não conseguimos mensurar, já que são atividades com forte ligação afetiva com a sociedade”, acrescenta Gatti.

Com a apresentação do MinasCoop ao mundo na COP30, a expectativa, segundo ele, é ampliar o número para 100 cooperativas parceiras a médio prazo em Minas Gerais. A ideia é avançar na participação ativa das empresas e fortalecer o movimento, gerando um ciclo de desenvolvimento sustentável e contínuo com maior participação nos territórios.

Minas Gerais tem a maior delegação de cooperativas na COP30

Além do protagonismo nas ações em território mineiro, as cooperativas de Minas Gerais também se destacaram em presença durante o maior evento das Nações Unidas para mudanças climáticas. Na COP30, das 49 instituições selecionadas, 10 foram mineiras.

A proposta da participação é levar ao debate exemplos de boas práticas que podem ser adotados globalmente. Além da transição energética, temas como agricultura de baixo carbono, práticas de mobilidade sustentável, gestão de resíduos e reflorestamento também serão discutidos.

Dentre as iniciativas, o Programa de Renovação de Frota (PAV) da Coopmetro, é outro exemplo relevante no que tange à descarbonização no transporte de cargas. Como solução para o gargalo do alto custo, a cooperativa elaborou novas formas de financiamento com taxas sociais, capazes de renovar 52% da frota de duas empresas parceiras.

A iniciativa foi capaz de reduzir em 22% as emissões de gás carbônico dos negócios, elevando o faturamento bruto médio dos cooperados para R$ 30 mil mensais. O case de sucesso se tornou uma referência replicável em mobilidade de baixo carbono para o mundo.

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