Setor recua em MG em ano de lenta retomada

O setor de serviços em Minas Gerais apresentou queda em 2018. De acordo com pesquisa divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o segmento registrou retração de 0,4% no acumulado de janeiro a dezembro em relação a igual período anterior. Analista de pesquisa do IBGE Minas, Cláudia Pinelli informa que o resultado está ligado principalmente à lenta recuperação da indústria e ao alto índice de desemprego, fatores que interferem negativamente na demanda por serviços.
De acordo com a pesquisa, apesar de mostrar retração no acumulado do ano, o setor de serviços mostrou resultados positivos em outras bases comparativas no Estado. Na passagem de novembro para dezembro, houve alta de 0,8%. Na relação dezembro 2018/dezembro 2017, também foi registrado aumento de 0,8%.
A analista Cláudia Pinelli considera que, apesar do recuo no acumulado do ano, os resultados positivos apresentados no final do ano indicam que o setor está conseguindo um avanço, mostrando uma perspectiva positiva. Ela pondera ainda que, ao longo do ano passado, o setor mostrou alta volatilidade devido à greve dos caminhoneiros.
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Segmentos – No acumulado de 2018, a atividade que apresentou recuo mais acentuado foi a de serviços profissionais, administrativos e complementares, com queda de 3,8%. Cláudia Pinelli explica que os resultados desse segmento são bastante dependentes do desempenho da indústria, que demandou menos serviço ao perder dinamismo devido ao período de recessão.
Em seguida, aparece o setor de serviços de informação e comunicação, com retração de 3,5%. O segmento de serviços prestados às famílias sofreu queda de 2,3%, sofrendo impacto principalmente da baixa recuperação do emprego. “A dificuldade de gerar emprego interfere na renda das famílias, levando à baixa demanda por serviços”, explica Cláudia Pinelli.
Os segmentos que apresentaram resultados positivos foram outros serviços, com alta de 8%, e transporte, serviços auxiliares aos transportes e correio, com aumento de 4,2%. Cláudia Pinelli observa que, apesar da greve dos caminhoneiros, o setor de transporte conseguiu fechar o ano com resultados positivos.
Na comparação dezembro de 2018/dezembro 2017, os setores que apresentaram queda foram serviços prestados às famílias (-5,1%); serviços profissionais, administrativos e complementares (-2,3%); e serviços de informação e comunicação (-0,4%). Os que apresentaram crescimento foram outros serviços, com alta de 19,9%, e transporte, serviços auxiliares aos transportes e correio, que cresceu 3,5%.
No acumulado de janeiro a dezembro de 2018, o agregado especial de atividades turísticas cresceu 1,3% em Minas frente a igual período do ano passado. O Estado ficou atrás apenas de São Paulo (5,1%), Pernambuco (4,4%) e Ceará (6,6%).
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