“A gente se sente traído pelo Lula”, diz presidente do Sindimetro-MG

“A sensação que tenho hoje é de traição do governo Lula”. Com essas palavras, a presidente do Sindimetro-MG, Alda Fernandes, expressou sua decepção na primeira assembleia com os metroferroviários após a assinatura do contrato de concessão do metrô de Belo Horizonte. O encontro foi conduzido, na noite desta sexta-feira (24), na estação Central do metrô da capital mineira.
Consternada, ela afirma que jamais acreditava que o dia da assinatura poderia chegar tão inesperadamente, ao contrário do que era previsto pelos trâmites junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). “Eu acreditei no Lula. Fizemos campanha e participamos de várias coisas junto aos outros companheiros para que ele fosse eleito. Porém, foi isso que ele nos deu. Na realidade, é uma traição com a sua categoria de trabalhadores metroferroviários. Não queria estar dizendo isso, mas é realidade”, lamentou a dirigente do sindicato.

Membro da presidência da entidade, Daniel Glória ressaltou que, na tarde desta sexta-feira, foi realizada uma reunião com a Comporte para as definições dos próximos passos quanto ao futuro dos metroviários. “Esperávamos uma reunião com a diretoria da Comporte, porém, eles enviaram uma pessoa que era funcionário terceirizado para conversar com o sindicato”, disse, considerando um descaso a forma como foi conduzida a reunião.
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Movimento irá a Brasília por intervenção
Segundo ele, apesar da pauta já definida, não foi acordada nenhuma iniciativa por parte da Comporte, gerando insatisfação dos dirigentes do Sindimetro-MG. Desta forma, Daniel Glória ressaltou que, no próximo dia 3 de abril, os dirigentes e apoiadores irão a Brasília para uma intervenção. “Temos uma reunião agendada e vamos nos reunir com o Ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho”, revela.
Na pauta, ele considera como necessidade expor toda a dificuldade e luta dos metroviários para manter os empregos e garantir a estabilidade de suas funções, além de pedir apoio ao mandatário da pasta.
“Nós não somos funcionários da Comporte. Nós não fizemos processo seletivo para a Comporte. Nós não trabalhamos para eles. A gente só quer ter a certeza de que nosso trabalho será mantido e os nossos direitos respeitados. Nós vamos lutar, nem que seja para destruir o sindicato e mesmo que seja preciso usar até o último centavo do sindicato”, afirmou Daniel Glória.
Veja o vídeo:
Viana diz que assinatura foi “presente de aniversário”
Representando Minas Gerais no Senado, Carlos Viana (Podemos) celebrou a assinatura do contrato de privatização do metrô de Belo Horizonte. Ele postou nas suas redes sociais relacionado ao ato como um “presente de aniversário”. Ele comemorou 60 anos no último dia 22 de março.
“A privatização do metrô de Belo Horizonte começou quando, em 2019, em esforço conjunto meu e do ex-ministro Tarcísio Freitas, começamos a trabalhar qual seria a melhor forma de financiamento para ampliação e a construção da linha Calafate-Barreiro. À época, nós tínhamos a possibilidade de usarmos as multas das linhas férreas devolvidas pelas concessionárias. Houve um questionamento na Justiça e não foi possível dar sequência, o dinheiro foi para o metrô. Nós, então, buscamos uma outra solução via Parceria Público Privada (PPP) e o BNDES. Agora essa etapa se conclui”, destacou Viana.
O senador ainda declarou que é preciso monitorar e cobrar da empresa Comporte o cumprimento dos prazos e metas estabelecidos para a construção das novas linhas, estimado até 2028. O contrato prevê que as obras podem ser iniciadas a partir do quinto ano de contrato. No entanto, as intervenções também podem ser iniciadas antes desta determinação contratual.
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