Economia

Abertura de empresas cresce 25% no primeiro quadrimestre

Minas abriu 144.230 novos negócios no período; tempo gasto para a formalização foi, em média, de 1 dia e seis horas
Abertura de empresas cresce 25% no primeiro quadrimestre
Minas foi uma das nove unidades da Federação que apresentaram crescimento acima de 25% no número de formalizações em relação ao último quadrimestre do ano passado | Crédito: Adobe Stock

Minas Gerais encerrou o primeiro quadrimestre deste ano com saldo positivo na abertura de empresas. Isso porque ao longo do período, o Estado constituiu 144.230 novos CNPJs e fechou 85.963 que já estavam em funcionamento. Dessa forma, o superávit mineiro ficou em 58.267 empreendimentos.

Os dados fazem parte do Mapa de Empresas, documento elaborado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic) em parceria com o Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), e foram divulgados nesta semana. 

De acordo com o boletim, Minas foi uma das nove unidades da Federação que apresentaram crescimento acima de 25% no número de formalizações em relação ao último quadrimestre do ano passado (115.212 empresas). Do mesmo modo, foi uma das que tiveram aumento superior a 7% no saldo entre constituições e fechamentos (54.241 empreendimentos).

Entretanto, frente ao primeiro quadrimestre do exercício anterior, os números não foram tão positivos. Neste caso, o Estado registrou um aumento na abertura de empresas de apenas 0,91% (142.921 negócios) e apresentou uma elevação nos encerramentos de 37,03% (62.729 empreendimentos). Ambos os casos contribuíram para que o superávit entre janeiro e abril de 2023, em relação ao mesmo período de 2022, recuasse mais de 27% (80.192 CNPJs). 

Ainda conforme o levantamento, com os novos dados, Minas acumulou, nos últimos 12 meses, a abertura de 403.816 empresas e o fechamento de 216.821 já existentes. Por consequência, apresentou, no período, um saldo positivo de 186.995 negócios. Também é válido ressaltar que o estudo registrou, no Estado, um total de 2,2 milhões de CNPJs ativos, o que representa o segundo maior número do Brasil, atrás somente de São Paulo (6 milhões).

Busca por autonomia e ambiente favorável impulsionaram novos negócios

Para o professor titular aposentado da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Alfredo Melo, um dos motivos para o resultado da abertura de empresas em Minas foi o fato de as pessoas estarem optando por trabalhar como autônomas, devido à falta de emprego em suas áreas de atuação. Segundo o especialista, isso leva à predominância de microempresas, especialmente na área de prestação de serviços. Ele ainda aponta outro fator como motivador.

“Outra razão que tem predominado ou que pode explicar até certo ponto esse destaque de Minas é o ambiente mais positivo que o governo está criando junto àqueles que queiram abrir empresas. Como? Reduzindo a burocratização, que é um elemento muito importante”, diz.

Tempo médio de abertura diminui, embora permaneça como um dos maiores do País

O Mapa de Empresas também mostrou o tempo médio gasto para a abertura de novos negócios no primeiro quadrimestre de 2023. Em Minas, a pesquisa observou que foram necessários 1 dia e seis horas, sendo 17 horas de viabilidade e 12 horas de registro. O resultado representou uma diminuição de três horas em relação ao mesmo período do ano passado e duas horas em comparação aos últimos quatro meses.

Apesar da queda, o Estado ainda tem um dos maiores tempos médios do País e ocupou a 24º posição no ranking de unidades da Federação. Somente Santa Catarina (1 dia e 7 horas), Pará (1 dia e 12 horas) e São Paulo (2 dias e duas horas) demoraram mais para formalizar novas empresas no período. Enquanto isso, Sergipe foi o líder em agilidade, com apenas sete horas.

Neste mesmo contexto, o estudo indicou o tempo médio de abertura de empresas nas capitais. Em Belo Horizonte, foi necessário no primeiro quadrimestre, 14 horas, sendo duas horas de viabilidade e 12 horas de registro. O resultado representou uma diminuição de seis horas em comparação ao mesmo intervalo do ano passado e uma hora em relação ao último quadrimestre. Com isso, a capital mineira ficou em 17º lugar no ranking das capitais.

Conforme Melo explica, a burocratização na abertura de empresas ainda é grande em todo o País. No entanto, com a digitalização dos processos, a tendência é de haver uma redução no tempo.

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