Economia

Abertura de vagas cresce em Minas Gerais, aponta Caged

Quatro dos cinco principais setores da economia registraram saldo positivo, de acordo com o Caged
Abertura de vagas cresce em Minas Gerais, aponta Caged
Crédito: Marcelo Camargo / Agência Brasil

Minas Gerais abriu 118.688 vagas com carteira assinada entre janeiro e maio deste ano, de acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados ontem pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). O saldo positivo, representa crescimento de 4,2% frente ao verificado no mesmo período de 2022. Na época, o Estado registrou a abertura de 113.892 postos de trabalho formal.

No entanto, em maio, o saldo de vagas formais abertas no Estado apresentou uma queda de 13,3%. O saldo ficou positivo em 26.626 postos de trabalho, contra um superávit de 30.722 no mesmo intervalo do ano passado. Em relação ao saldo apurado em abril (27.192), há uma queda de 2,1%. O desempenho final do Estado foi o segundo maior do País, atrás apenas de São Paulo, com a criação de 50.112 vagas. 

O coordenador do curso de Ciências Econômicas do Ibmec-BH, Ari Francisco Araújo Júnior, atribui a retração do mercado de trabalho mineiro às incertezas em relação ao futuro econômico do Brasil. Ele ressalta que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do País em 2022 foi de cerca de 3%, porém as expectativas para 2023 e 2024 são menores e giram em torno de 1,5% a 2% e 1,3%, respectivamente, conforme a pesquisa Focus.

“Isso está ligado principalmente à atuação do governo federal, que é muito confusa. Na verdade, o governo não disse para que veio até agora. Nada relevante foi feito. O novo regime fiscal, por exemplo, contribui para essas incertezas porque é de grande dúvida a sua implementação, o que significa que empresas e gestores têm cuidado e ficam com um pé atrás do ponto de vista de levar adiante investimentos e criar novas vagas”, diz. 

Araújo Júnior ainda complementa dizendo que, no caso específico do novo regime fiscal, a solução imposta pelo governo para aumentar a arrecadação não deverá ser o corte de gastos, mas sim, a elevação dos impostos, o que implica em mais prejuízos à economia. 

Incertezas e sazonalidade impactam fortemente o comércio 

No acumulado de janeiro a maio, quatro dos cinco principais setores da economia apresentaram saldos positivos na geração de empregos, segundo os dados do Caged. Foram eles: serviços (55.405), construção (24.594), indústria (20.972) e agropecuária (18.026). A exceção foi o setor de comércio, que fechou 307 postos de trabalho ao longo do período. 

Na avaliação de Araújo Júnior, além de ser um dos setores que mais sofre com as dúvidas do mercado em relação ao que está por vir no País, o comércio sente fortemente os impactos de uma sazonalidade no início do ano. Por esse fator, o coordenador ressalta que o desempenho negativo do setor já era um tanto quanto esperado. Logo, ele acredita que nos próximos meses, a atividade deve voltar a registrar um crescimento mais relevante na criação de vagas. 

Setores

Especificamente em maio nenhum dos cinco setores fecharam postos de trabalho. O grupo de serviços foi o grande destaque ao registrar a abertura de 9.688 empregos formais. Na sequência, ficaram as atividades de construção (7.555), indústria (3.732), agropecuária (2.983) e comércio (2.670).  

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