Economia

Acesso de todos ao saneamento pode elevar PIB em R$ 83 bi

Estudo mostra ganhos com a universalização dos serviços em Minas
Acesso de todos ao saneamento pode elevar PIB em R$ 83 bi
Os dados foram divulgados no estande da Copasa, durante o 32° Congresso da Abes, realizado no Expominas, em BH | Crédito: Juliana Gontijo

Mostrar os reflexos na economia do Estado  com saneamento básico foi o objetivo do estudo inédito realizado pela Associação e Sindicato Nacional das Concessionárias Privadas de Serviços Públicos de Água e Esgoto (Abcon/Sindcon).

O levantamento foi divulgado ontem no estande da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa), durante o 32° Congresso Nacional da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (Abes), no Expominas, em Belo Horizonte.

O estudo mostrou que, com a universalização dos serviços de saneamento ao longo de 20 anos, o ganho do Produto Interno Bruto (PIB) do Estado será de R$ 83,3 bilhões.

Dessa forma, em 2041, o PIB de Minas Gerais será 0,9% superior. E as receitas municipais e estaduais serão 0,2% e 0,1% maiores, o que representa aumento de R$ 12 bilhões e R$ 11 bilhões, respectivamente. O número de empregos nesse período no setor poderá chegar a 41 mil.

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“Ao sistematizar as informações, podemos mostrar os impactos dos investimentos em saneamento na economia, com geração de empregos, reflexo na cadeia de suprimentos e arrecadação de tributos”, destaca o diretor-executivo da Abcon/ Sindcon, Percy Soares Neto. O estudo foi feito com base no Plano Estadual de Saneamento Básico de Minas Gerais (PESB/MG).

De acordo com ele, a demanda de investimento para que Minas atinja, em 2033, 99% da população com acesso à água tratada e 90% da população com esgotamento sanitário – metas determinadas pelo novo marco legal –  é de R$ 75,8 bilhões nos próximos 12 anos. Considerando 100% da população com acesso a esses serviços, serão necessários R$ 103,2 bilhões, até 2041.

Copasa

O presidente da Copasa, Guilherme Duarte, ressaltou a participação da companhia nessa cadeia. A empresa vai investir R$ 9,5 bilhões entre 2023 e 2027 nos municípios de sua área de concessão, que são 640. “Em 2023, teremos investimento recorde de R$ 1,7 bilhão”, destaca.

De acordo com informações da companhia, a Agência Nacional de Água e Saneamento (ANA) confirmou, no ano passado, a capacidade econômico-financeira da Copasa para a universalização dos serviços até o fim de 2033.

No ano passado, a Copasa atingiu a marca de 99,8% dos imóveis em sua área de atuação com acesso à água tratada. O índice supera as metas de universalização dos serviços trazidas pelo Novo Marco Legal do Saneamento, que determina que 99% da população brasileira tenha acesso ao abastecimento de água até 2033. “Vamos focar em avançar na coleta e tratamento de esgoto. A companhia pretende acelerar os investimentos para cumprir a meta o quanto antes”, frisa.

No caso da coleta, a companhia atingiu 90,8% dos imóveis em sua área de atuação, sendo 72,1% dos imóveis com esgoto tratado e coletado no Estado. Nesse quesito, a meta estabelecida pelo Novo Marco Legal do Saneamento é de que, até o ano de 2033, 90% dos brasileiros tenham acesso ao serviço de coleta e tratamento de esgoto no País.

A secretária de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento, Marília Melo, ressalta que enquanto a Copasa atua em 640 municípios, o governo de Minas precisa olhar para os 853 municípios, ou seja, para 100% da população.

Outro impacto destacado no estudo foi o da geração de quase 7 mil postos de trabalho no primeiro ano de investimentos para universalizar os serviços de saneamento básico. Além da construção civil, os investimentos têm impactos nos segmentos de máquinas e equipamentos mecânicos e elétricos, bem como no segmento de serviços.

O levantamento leva em consideração o aumento da população nos próximos anos, bem como um cenário em que os investimentos sejam acelerados não apenas para a expansão da rede, bem como para recuperação e manutenção da rede já existente.

Privatização

O secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Fernando Passalio, que também esteve presente na divulgação do estudo, ressaltou que a privatização da companhia não vai atrapalhar os investimentos previstos para atender as metas determinadas pelo Novo Marco Legal do Saneamento. Para ele, os aportes na área podem crescer com a desestatização da Copasa.

“Esse processo ainda está em análise quanto à modelagem, que vamos levar para a Assembleia Legislativa”, diz. A ideia é que a conclusão aconteça até o fim deste ano.   

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