ACMinas cria grupo em busca de soluções para crise hídrica

O presidente da Associação Comercial e Empresarial de Minas (ACMinas), José Anchieta da Silva, disse estar muito preocupado com a crise hídrica vivida pelo País este ano. Para Silva, é preciso que sejam implementadas ações que garantam maior segurança no abastecimento de água e a exploração de novas formas de energia.
Ainda conforme Silva, a ACMinas criou uma comissão para estudar medidas que deverão ser enviadas ao governo federal e estadual. O grupo começará a se reunir a partir do mês de agosto e terá como objetivo apresentar soluções que visem a reduzir o problema de energia nacional.
“Muitos países estão explorando não só a energia fotovoltaica, mas também a energia eólica e até a energia que vem das marés. Precisamos de ações de curto, médio e longo prazos que assegurem acesso à energia a todos”, afirmou.
Embora acredite que no atual momento em que vivemos as termelétricas devem ser usadas, apesar de gerarem significativo aumento no preço da energia e poluírem o ambiente, Anchieta não esconde o pessimismo.
O conteúdo continua após o "Você pode gostar".
“O governo está assegurando que não teremos racionamento. Mas não há como garantir que teremos um bom volume de chuvas nos próximos meses. Dessa forma, é preciso que, além do uso emergencial das termelétricas, possamos investir na criação de usinas de energia sustentável, mais baratas e menos poluentes”, afirmou.
Falta de água
Além do racionamento de energia, o baixo volume dos reservatórios faz com que Anchieta tema a falta de água nas torneiras de todos os habitantes de Belo Horizonte.
“Não preservamos os mananciais, acabamos com as florestas, estamos correndo o risco de, em pouco tempo, não termos água para beber, tomar banho ou cozinhar”, afirmou.
Para conscientizar a população sobre os riscos que a atual crise hídrica pode provocar, a ACMinas vai lançar campanha direcionada a toda a população para que reduza o consumo de água e energia em casa. “É preciso que todos nos unamos para evitar situações como essa. Juntos podemos enfrentar essa crise”.
Portaria pode diminuir dependência de térmicas
No último dia 22 de julho, o Ministério de Minas e Energia publicou a Portaria Normativa nº 17/GM/MME, que estabelece as Diretrizes para a Oferta Adicional de Geração de Energia Elétrica Proveniente de Usina Termelétrica – UTE e para Atendimento ao Sistema Interligado Nacional – (SIN).
A publicação desta portaria foi aprovada pela gerente de energia da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais, Tânia Santos. Ela explicou que o documento propõe leilão de energia, podendo, dessa forma, diminuir a dependência das termelétricas que mantêm alto o preço da energia e são altamente poluidoras.
“Esta iniciativa poderá possibilitar que indústrias produtoras de açúcar e álcool possam usar o bagaço da cana, que é classificado como biomassa, insumo potente o suficiente para gerar energia”, afirmou.
Ela acredita que isso possa acontecer uma vez que entre abril e outubro ocorre a safra da cana-de-açúcar. “Basicamente, quando o governo faz um leilão desperta o interesse de um pool de empresas de geração e distribuição de energia. Isso pode ajudar a atenuar a situação”, avaliou.
Ouça a rádio de Minas