Economia

Aço será reajustado em torno de 20% no próximo mês

Aço será reajustado em torno de 20% no próximo mês
As redes distribuidoras nacionais de aço já estão antecipando as compras de aço | Crédito: REUTERS/Vincent West

A guerra entre Rússia e Ucrânia já provocou aumento nos preços das matérias-primas e o impacto nos custos de produção são sentidos nas usinas siderúrgicas. Diante da disparada dos custos e demanda alta no mercado internacional, os preços do aço serão reajustados em cerca de 20% ao longo de abril. O movimento será sustentado pela demanda externa, caso as usinas encontrem dificuldades nas vendas internas.

De acordo com Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço, o reajuste nos preços previsto para abril tem movimentado as distribuidoras nacionais, que estão antecipando as compras neste mês. O movimento deve alavancar as compras do setor, em março, frente a fevereiro, em cerca de 10% e as vendas em 15%.

“O aumento previsto para abril veio para ficar nos próximos meses. A Usiminas anunciou alta de 15% a partir de primeiro de abril e pelo menos mais 5% no decorrer do mês. CSN anunciou 12,5% e mais 7,5% a partir da primeira quinzena. A Gerdau vai reajustar em 10% e a Arcelor está acompanhando estes números”, explicou o presidente do Inda, Carlos Loureiro.

Ainda segundo Loureiro, se, por um lado, o mercado interno está com certa dificuldade de crescimento, por outro lado, as usinas têm oportunidade de exportar, e a Europa está demandando muito.

“Rússia e Ucrânia são importantes fornecedoras e a guerra impactou muito. Mesmo que a solução da guerra aconteça, a parte de aço foi muito afetada. A Ucrânia teve usinas bombardeadas, então a ausência da Ucrânia vai ser grande no mercado. A Rússia também enfrenta problemas com as sanções. Juntas, são grandes fornecedores de aço no mundo inteiro, principalmente, para a Europa”.

Ainda segundo Loureiro, a tendência, no atual momento que antecede os reajustes, é de alta nas compras internas, com o objetivo de recompor os estoques. As distribuidoras ligadas ao Inda encerraram o mês passado com estoques suficientes para 2,7 meses, volume considerado baixo.

Ao longo do segundo mês do ano, segundo o Inda, as compras registraram queda de 2,8% se comparadas com janeiro, com volume total de 293,8 mil toneladas contra 302,4 mil. Frente a fevereiro do ano passado – quando somaram 321,9 mil toneladas, foi registrada baixa de 8,7%.

As vendas de aços planos pela distribuidoras, em fevereiro, registraram pequena alta de 0,7% quando comparada a janeiro, atingindo o montante de 300,7 mil toneladas contra 298,5 mil. Sobre o mesmo mês do ano passado, quando foram vendidas 312,3 mil toneladas, houve queda de 3,7%.

“Para março, estamos dando aumento de compras de 10% e vendas de 15%, mas o resultado pode surpreender para mais. Estamos vendo o aumento dos preços em abril, o que gera corrida maior dos clientes, que antecipam as compras para usufruir de preços mais baixos”, explicou.

O estoque do setor em fevereiro registrou queda de 0,8% em relação ao mês anterior, atingindo o montante de 811,3 mil toneladas contra 818,1 mil. O giro de estoque fechou em 2,7 meses.

Matérias-primas ficam mais baratas na China

Pequim – Os preços das matérias-primas siderúrgicas na Bolsa de Mercadorias de Dalian, na China, caíram ontem com as medidas de controle devido ao recente aumento nos casos de Covid-19, o que prejudicou os níveis de transporte e produção nas usinas e também reduziu a demanda.

“Afetada pela situação da pandemia, a demanda foi reprimida, enquanto o transporte interrompido levou ao aumento do estoque nas coquerias”, escreveram analistas da GF Futures em nota.

Os estoques de coque em 230 coquerias ficaram em 11,5 milhões de toneladas na semana passada, um aumento de 1,1% em relação à semana anterior, mostraram dados da consultoria Mysteel.

Como as margens de lucro das siderúrgicas estão relativamente baixas, a GF Futures acrescentou que existe a possibilidade de as produtoras de coque reduzirem os preços.

Os contratos futuros de coque mais ativos na bolsa de Dalian para entrega em maio caíram 3,2%, para 3.509 iuanes (US$ 551,63) a tonelada no fechamento.

Os preços do carvão metalúrgico caíram 3,1%, para 2.922 iuanes por tonelada.

Os futuros de minério de ferro de referência na bolsa de Dalian fecharam em queda de 3,6%, para 799 iuanes por tonelada. (Reuters)

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