Economia

Carrefour desaba após balanço e com horizonte desafiador

Carrefour desaba após balanço e com horizonte desafiador
o Carrefour Brasil divulgou um prejuízo líquido aos acionistas controladores de R$113 milhões no primeiro trimestre deste ano | REUTERS/Eric Gaillard

São Paulo – As ações do Carrefour Brasil renovaram mínimas desde a sua estreia na B3 em 2017, após o varejista alimentar reportar prejuízo no primeiro trimestre do ano, enquanto analistas veem um curto prazo ainda desafiador, por razões macroeconômicas, mas também efeitos envolvendo a integração da operação do BIG.

Por volta de 13:10, os papéis eram negociados a R$9,62, queda de 7,85%, pior desempenho do Ibovespa, referência do mercado acionário brasileiro, que rondava a estabilidade. Na mínima do dia, as ações da rede, que além da bandeira Carrefour também é dona da marca Atacadão, chegaram a R$9,32.

De acordo com analistas do BTG Pactual, a desaceleração de números da companhia observada nos primeiros meses do ano tende a continuar no curto prazo, com o efeito de uma inflação de alimentos menor e desafios adicionais relacionados à integração do Grupo BIG pesando nos resultados consolidados.

Luiz Guanais e Gabriel Disselli avaliam também que a divisão de financiamento ao consumo do Carrefour deve ser pressionada pelo ambiente de altas taxas de juros – e inadimplência – no Brasil, trazendo riscos negativos para as estimativas – que afirmaram que pretendem revisar em breve, segundo relatório.

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Na noite da véspera, o Carrefour Brasil divulgou um prejuízo líquido aos acionistas controladores de R$113 milhões no primeiro trimestre deste ano, revertendo lucro de R$370 milhões um ano antes, citando elevação nos custos e investimentos para conversão de lojas adquiridas do BIG.

O Ebitda ajustado foi de R$1,04 bilhão entre janeiro e o final de março, queda de 16,8% na base anual, enquanto a margem Ebitda ajustada ficou em 4,3% no trimestre, contra 6,6% no mesmo período de 2022.

Em conferência sobre o resultado, o presidente-executivo do Carrefour Brasil, Stéphane Maquaire, afirmou que a expectativa da companhia é de inflação muito fraca e talvez desinflação em produtos alimentícios no segundo trimestre. Mas que espera que as vendas do grupo no segundo semestre sejam “fortes”.

Após o resultado, analistas do Itaú BBA cortaram a recomendação das ações para “market perform”, ante “outperform”, estabelecendo um novo preço-alvo de R$13,5 para os papéis, de R$17 anteriormente.

“Continuamos construtivos sobre a aquisição do BIG no longo prazo, mas decidimos ficar à margem por enquanto para que possamos avaliar melhor as tendências associadas e o momento operacional”, afirmaram Thiago Macruz e equipe em relatório enviado a clientes.

No setor, Assaí caía 6,08% e GPA perdia 1,59%.

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