Adesão ao Pix em Minas Gerais ainda é a menor da região Sudeste

A adesão ao sistema de pagamento via Pix no País em 2024 contou com uma média mensal de usuários ativos superando 60% da população brasileira. O Distrito Federal apresentou a maior adesão a esse meio de pagamento no período, com 77% dos moradores utilizando a ferramenta em uma negociação. Enquanto isso, na região Sudeste, Minas Gerais ocupa o último lugar no uso do Pix com 61,24% das pessoas, ficando atrás do Rio de Janeiro (70,52%), São Paulo (70,49%) e Espírito Santo (64,35%). Em contrapartida, o Piauí foi o estado com menor adesão no País (54,7%).
No entanto, quando se fala em valor médio de transação via Pix em 2024, a média em Minas Gerais foi de R$ 217,10, ficando atrás apenas de São Paulo, que transacionou R$ 221,62. Enquanto isso, a média nacional ficou em torno de R$ 191 no ano passado. Os dados são da pesquisa ‘Geografia do Pix’, realizada pelo Centro de Estudos de Microfinanças e Inclusão Financeira (FGVCemif) da Fundação Getulio Vargas (FGV EAESP).
De acordo com a economista da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio MG) Gabriela Martins há uma perspectiva de incremento da adesão de pessoas ao Pix nos próximos anos, não apenas em Minas Gerais.
“Apesar de estarmos abaixo da média nacional, não estamos tão aquém. Quando observamos os meios de transações utilizados no País, é possível ver que o uso do Pix tem crescido cada vez mais. Então acreditamos que realmente vai haver um espaço muito amplo de elevação na utilização desse meio. Esperamos que mais pessoas utilizem e, em contrapartida, isso vai aumentar o número de transações e também o valor transacionado no Estado”, projeta.
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Com relação à adesão do Pix no comércio, a economista argumenta que cada região tem a sua característica específica. “Quando falamos do comércio de Belo Horizonte, por exemplo, temos uma especificidade, enquanto no interior existe toda uma cultura de pagamento. O comerciante tem que identificar quais são as características da sua região e quais que são as preferências do seu consumidor. Tem consumidores que preferem pagar com Pix, até mesmo pelo maior acesso à internet, ou por ter maior facilidade com os meios digitais”, pondera.
Para Gabriela Martins, o mineiro tem um traço cultural mais tradicional que pode justificar a média maior do valor médio transacionado no em Minas Gerais. “O dado nos leva a pensar na questão da cultura e na adaptação da utilização do Pix. Se a nossa média é superior à média nacional, provavelmente o Pix pode ser usado em momentos mais específicos, no pagamento de contas mais altas ou na transação entre um serviço prestado a uma pessoa física ou a alguma empresa. Então, tem uma formalidade, uma utilização diferente da média do País para estar um pouco acima”, observa.
Quatro anos após o seu lançamento, o Pix superou o dinheiro como meio de pagamento mais utilizado pelos brasileiros. Além disso, em dezembro de 2024, segundo as estatísticas publicadas pelo Banco Central (BC), mais de 150 milhões de pessoas físicas já realizaram pelo menos uma transação de pagamento utilizando a forma de pagamento.
Veja o aumento das transações via Pix no País
- Transações 2021 2024
- Pix 46,1% 76,4%
- Cartão de débito 61,7% 69,1%
- Dinheiro 83,6% 68,9%
- Cartão de crédito 44,5% 51,6%
- Débito automático 24,5% 32,8%
- Outras transferências eletrônicas 9,9% 15,8%
- Vale refeição ou alimentação 11,7% 14,7%
Existem também os consumidores que preferem usar outros métodos ao invés do Pix, como por exemplo o dinheiro físico, que aparece em terceiro lugar, conforme a FGV. “O comércio segue a opção do consumidor, seja o recebimento no cartão de débito, que é o segundo que mais aparece, cartão de crédito e até mesmo na forma de vale”, reforça a economista.
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