Economia

Aeroporto em Betim promete atrair hubs logísticos e mira cargas de alto valor agregado

Novo modal deve se despontar como forte concorrente do Aeroporto Internacional de Belo Horizonte em transporte de cargas
Aeroporto em Betim promete atrair hubs logísticos e mira cargas de alto valor agregado
Projeto prevê pista inicialmente de três quilômetros de extensão | Foto: Divulgação Prefeitura De Betim

Com inauguração prevista para 2027, o Aeroporto de Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), projeta atrair hubs logísticos e mira cargas de alto valor agregado. A localização estratégica, no entrocamento da saída para São Paulo, insere o terminal como forte concorrente do Aeroporto Internacional de Belo Horizonte (BH Airport), em Confins, que também tem foco neste tipo de operação.

Também chamado de Aeródromo Inhotim, o terminal tem potencial para fomentar uma ‘terceira onda de desenvolvimento’ do município, após um hiato de quase 40 anos desde a chegada da italiana Fiat, hoje Stellantis. O modal deve receber voos de carga, além de executivos de diversas regiões do País.

As informações são do diretor comercial da imobiliária VNC Realty, Vagner Costa, que possui proximidade com idealizadores do projeto. Segundo ele, o terminal deve focar no transporte de itens, como vacina, remédios, produtos de tecnologia, que hoje ainda dependem do modal rodoviário.

Embora possua operação de cargas, o executivo frisa que a operação não se consolidou em Confins (RMBH) por questões logísticas adversas. Já em Betim, o aeroporto se situa no próximo à saída para São Paulo, além de fácil acesso à Capital e ao Triângulo Mineiro.

A expectativa é que a logística favorável simplifique esse processo e transporte rapidamente as cargas que chegam ao aeroporto. “Com a chegada do transporte aéreo e a instalação de um terminal de cargas alfandegário, o avião desembarca, faz o desembaraço e o material segue para galpões próximos. Isso vai diversificar a segmentação econômica da cidade”, detalha.

Em termos de robustez, o projeto se compara a grandes aeroportos nacionais, com 3 quilômetros de pista, que deve ser inaugurada no próximo ano. A infraestrutura, que já terá capacidade para receber qualquer aeronave de carga, deve ser ampliada no futuro para 4 quilômetros, com objetivo de melhorar ganhos em carga e combustível para voos internacionais.

“Será um modal voltado para valor agregado, especialmente para equipamentos eletrônicos, como carros fabricados na China, que estão ficando cada vez mais modernos”, destaca Costa.

Com a aproximação da inauguração, Costa revela que a cidade já recebe uma procura expressiva de empresas interessadas em se instalar nas proximidades. Um dos espaços disponíveis é o novo parque logístico e industrial Betim Trade Center, situado à 1 quilômetro (km) do terminal.

Empreendimento deve atrair hangares e centros de manutenção de aeronaves para Betim

O projeto também prevê a instalação de um centro integrado de manutenção de aeronaves, semelhante ao da Gol em Confins. A expectativa, segundo o executivo, é o empreendimento projete a cidade no setor de manutenção de jatos e proporcione demanda para qualificação da mão de obra local, com salários elevados.

Outro setor no radar são os hangares. Com o desenvolvimento da cadeia produtiva ao redor do aeroporto, aliado à expansão urbana, Betim espera receber uma demanda reprimida no segmento, que hoje se dispersa por regiões no interior do Estado.

“Muitos donos de aeronaves precisam guardá-las em cidades, como Itaúna ou Pará de Minas, já que a operação de Confins não comporta o modal de voos executivos e a Pampulha tem custos muito altos para manter um jato”, explica Costa.

A secretária de desenvolvimento econômico de Betim, Marcela Lorhana Abrantes Pinto, comenta que a cidade, hoje a quarta maior economia do Estado, segue repleta de oportunidades, especialmente pela capacidade de expansão territorial para acolher novos empreendimentos.

“O Aeródromo de Betim é um marco, que simboliza um momento histórico para a cidade. Representa um novo modal de escoamento de cargas e deve atrair empresas ligadas a esse setor, impulsionando a qualificação da mão de obra e gerando novas oportunidades de trabalho. É um projeto muito aguardado por nós e que planejamos com cuidado”, finaliza.

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