Minas Gerais mantém liderança no valor da produção florestal

Minas Gerais se destaca no cenário nacional liderando também a produção florestal. Com um Valor Bruto da Produção (VBP) próximo a R$ 8,6 bilhões em 2024, a atividade desenvolvida no Estado respondeu por 22,8% do valor apurado em nível nacional. Além disso, frente a 2023, houve um aumento de 2,4% no valor. No Brasil, o faturamento bruto florestal atingiu o recorde de R$ 44,3 bilhões, com alta de 16,7% e produção em 4.921 municípios.
“Minas Gerais se consolida, mais uma vez, como líder nacional na produção florestal. Isso, para nós, é motivo de muito orgulho porque significa que realmente a maior cultura agrícola do Estado, a cultura de florestas, é uma vocação dos mineiros e está presente em 95% dos municípios”, disse a presidente da Associação Mineira da Indústria Florestal (Amif), Adriana Maugeri.
Ainda conforme ela, a vocação do Estado para a produção florestal explica a consolidação tanto da área plantada (2,2 milhões de hectares), quanto do valor de produção. “O valor de produção significativo, mais de 8,5 bilhões, nos demonstra que a madeira em pé vale muito mais do que desmatada. Então, o negócio florestal, produzir madeira, produzir floresta é uma atividade que remunera de forma muito satisfatória o produtor rural”, explicou.
De acordo com os dados da Pesquisa da Produção da Extração Vegetal e Silvicultura (PEVS), elaborada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), considerando o valor da produção florestal, entre os dez municípios brasileiros com maior VBP da extração vegetal e silvicultura, três estão em Minas Gerais sendo João Pinheiro (3º lugar), Buritizeiro – em 5º lugar e um VBP de R$ 439,9 milhões – e Itamarandiba, ocupando o 7º lugar no Brasil ao atingir um valor de R$ 380,6 milhões.
Conforme o IBGE, João Pinheiro é o terceiro maior município brasileiro em valor da produção da silvicultura. A atividade gerou R$ 456,1 milhões, sendo destaque na produção de carvão vegetal, com 330 mil toneladas em 2024, queda de 24,4% em termos de quantidade, na comparação com o ano anterior. O valor da produção também foi reduzido em 18,1%, gerando R$ 429,6 milhões em termos nominais.
Minas Gerais também detém a maior área coberta com florestas plantadas do País. Ao todo, são 2,2 milhões de hectares, o que representou um crescimento de 3,6% em relação ao ano anterior. A maior parte dos cultivos é de eucalipto, respondendo por 97,2% das áreas cultivadas.
No ranking dos municípios com maiores áreas de florestas plantadas na silvicultura, Buritizeiro concentra a maior área em Minas Gerais e ocupa a quinta posição em nível nacional, com 105,003 mil hectares de florestas. A produção se deve à área de influência de complexos industriais voltados à fabricação de papel e celulose.
Já João Pinheiro possui a segunda maior área estadual e a sétima do País, somando 97,25 mil hectares plantados. Logo em seguida, ficou Itamarandiba, com 78,42 mil hectares, ocupando o terceiro lugar estadual e oitavo do país.
Minas Gerais se manteve também com a maior produtora de carvão vegetal. Em 2024, o IBGE apontou para uma produção de 5,56 milhões de toneladas de carvão, produto que é muito utilizado no setor siderúrgico, respondendo por 83,3% do volume nacional. Em 2024, o valor da produção do carvão vegetal chegou a R$ 6,5 milhões, ficando apenas 0,5% menor. Houve decréscimo de 6,8% na quantidade produzida.
“A redução no volume e no valor de produção do carvão vegetal em Minas Gerais, estado líder em produção e consumo de carvão vegetal pela siderurgia, aconteceu devido às crises que a siderurgia vem passando nos últimos anos, decorrente do que, popularmente, se denominou de invasão do aço chinês”.
Para a presidente da Amif, a atividade tem condições de crescer ainda mais no Estado, inclusive, como opção de diversificação de renda e cultura nas pequenas propriedades. “Para aqueles produtores que já intensificam em pecuária, em plantios de grãos, o plantio de floresta é uma excelente oportunidade tanto de reforço de rendas das atividades, compensando momentos de baixas, quanto fazendo uma espécie de poupança, uma poupança florestal”.
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